I need to know

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06 de Agosto de 2021. - New York City, NY.

POV BÁRBARA

Era uma vez, eu me apaixonei. Era uma vez, eu me entreguei de corpo e alma. Era uma vez, ela me deixou. E o felizes para sempre acabou. Essa é a trajetória de vida não apenas minha, mas de várias pessoas. É assim que o amor é fadado a começar e a acabar. Quando eu era jovem, costumava acreditar que cada um de nós é destinado a encontrar alguém ao longo da vida que nos faça questionar até mesmo o porquê do céu ser azul.

Então eu me apaixonei por Carolina gradativamente.

Eu era uma garota de 18 anos com todas as respostas para as minhas perguntas.

Carol me fez mais feliz do que eu jamais poderia imaginar ser em algum momento da minha vida. Nem mesmo as letras das músicas de Billie Holiday criavam um romance perfeito como o que a garota loira dos olhos verdes criou para mim. Nós fomos uma da outra em tantas formas que às vezes chegava a não me sentir digna de um amor como aquele.

E da mesma forma que começou, forte, intenso, ele acabou.

Não o amor. Eu a amo com tudo de mim e não posso mais negar. Passei anos da minha vida tentando provar a mim mesma que a tinha superado e que o únicos sentimento que restava por ela era a mágoa. E mais uma vez, eu estava enganada. Eu realizei meu sonho, me tornei uma das musicistas mais bem prestigiadas de New York e gravei dois álbuns. Eu vivi meu sonho americano e quando isso também acabou, me vi novamente presa ao passado e de volta à realidade. Foi como rodar o mundo e continuar parada no mesmo lugar.

Na noite em que fizemos amor pela última vez, e eu desejava internamente que não fosse, eu sabia que tudo estava perdido. Enquanto minha cabeça repousava em seu peito nu e meus dedos contavam suas costelas como num costume antigo, minha mente se perdia repetindo várias e várias vezes que a batalha estava perdida. Que no momento em que Carol cruzasse aquela porta para nunca mais voltar, meus pensamentos estariam sempre com ela.

38 dias se passaram após aquele momento e eu estava certa.

Eu me aproximei emocionalmente de Bernardo ainda mais, mesmo que minha consciência gritasse para não fazer aquilo, eu me tornei sua tia preferida e apesar de nosso contato se limitar as aulas de música, nossa ligação vinha de muito mais. Seus olhos eram como a galáxia em que eu costumava me perder em outros tempos. Bernardo era o pedacinho de Carol e só isso já me fazia amá-lo intensamente como se fosse meu também.

Logan não tocou mais no assunto e se manteve sempre educado e generoso quando buscava Bernardo. Poucas foram as vezes em que vi Bianca depois do jantar, eram raras as vezes em que ela buscava o sobrinho e estava sempre apressada com os negócios. Segundo ela, tinha conseguido um bom lugar para a boate e as coisas estavam indo maravilhosamente bem. Milena voltou de sua viagem e não tocou no assunto sobre minha noite com Carol, aliás, era como se ninguém soubesse de nada e eu agradeci mentalmente Carol por isso.

E a minha vida? Bem, ela continua a mesma. Mantenho meu relacionamento não oficial com Shay, trabalho no período da manhã e passo meus restos de tarde na casa de minha mãe com Bruno. Algumas vezes Victor, Arthur e eu nos reunimos na casa um do outro para um filme e conversas jogadas fora.

As coisas estavam relativamente bem para alguém com o coração partido. A vida estava seguindo seu curso da maneira que nós tínhamos escolhido, da maneira que eu sabia que seria o melhor para mim. Longe da pessoa covarde que congelou a parte esquerda do meu peito.

Tudo estava bem.

Até hoje.

***

"Baile anual de máscaras" dizia um dos panfletos do cinema. Babi torceu a boca e largou o panfleto de volta no cesto quando ouviu a voz de Bruno chamar seu nome. Eles tinham ido ao cinema aquela noite assistir Vingadores por insistência do mais novo. Era a noite dos irmãos

The Red Bow - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora