Falling for you

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Lá estava ela sentada no gramado do campus de Columbia com seus inseparáveis fones de ouvido reproduzindo o bom e velho Johnny Cash. Cappuccino de chocolate em mãos, óculos Ray Ban no rosto e os livros de seu curso esquecidos de lado. Era sábado e como de costume, Milena tinha voltado à Miami – furiosa com a loira –, e Carol ligou para os pais com a desculpa de que precisava estudar para não ser retida em algumas matérias, o que, de fato, não passava de mentiras. Seu único plano era ver Babi durante a noite. Mih sequer tinha se despedido quando saiu pela manhã, e, como vingança, bateu a porta do quarto alto o suficiente para fazer Carol pular da cama assustada e bufar irritada.

Após a conversa da noite passada, Carol sabia que estava caindo pela garota que não só tocava piano e violoncelo, mas também seu coração. Isso a fez mudar seu conceito em relação à lei da gravidade. Era algo ruim? Sabe, render-se a alguém que mal conhecia; sentir-se entregue e com a sensação de que seu coração poderia explodir a qualquer momento?

Talvez isso fosse estar apaixonada.

Quando o alarme de seu celular soou estridente, Carol recolheu todo o material e jogou o copo no lixo antes de seguir para o dormitório. Havia poucas pessoas naquele dia, praticamente todos os estudantes do campus tinham ido visitar os pais ou saído para festejar, e era a primeira vez que Carolina ficava em pleno sábado enfiada naquele lugar.

Ela ligou o aparelho de som e deixou algumas faixas de Avril Lavigne reproduzindo enquanto tomava banho quente e se trocava para o evento da noite. Optou por uma Baby Look branca com o numeral 53 nas costas e o logo de Columbia no peito; calça preta skinny; um tênis Vans preto e branco, e como o frio naquele fim de tarde não estava ajudando muito, decidiu amarrar sua camisa xadrez preto com vermelho na cintura por precaução.

Pronto, não poderia estar mais feminina.

Carol desligou o som e saiu do quarto em direção ao estacionamento, mas não sem antes fazer seu ritual de parar na máquina de café e comprar um cappuccino de chocolate. Sua mãe sempre dizia que ela ainda teria problemas futuros com esse vicio, mas quem liga quando o que pode te matar é uma das delicias da vida? Entrou no carro deixando o café no porta copos e o ligou apreciando o ronco do motor que era quase também um ritual para sair do estacionamento. Ás vezes Carolina se perguntava se isso soaria estranho se dissesse a alguém, e quase sempre a resposta era sim.

Columbia não ficava muito longe do Central Park que àquela hora, faltando exatamente quatro horas para o inicio do espetáculo, já estava cheio. Ao longo da Av. Fifth Avenue as calçadas eram infestadas por banners com os nomes das bandas – que na sua maioria eram de Juilliard -, e artistas principais que tocariam aquela noite. Carol estacionou o carro o mais perto possível do lado Sul do parque. Analisou sua maquiagem no retrovisor, jogou a franja de lado e tirou um pequeno embrulho e uma toalha do porta-luvas.

Havia milhares de balões sobrevoando o parque, além de barraquinhas de maçãs do amor e algodão doce por todos os lados. Carol decidiu esperar por Babi em baixo de uma árvore um pouco distante da multidão, era um bom lugar para assistir ao espetáculo sem ser sugada pelas pessoas.

Me: Hey! Estou aqui. Encontre-me em baixo dessa árvore grande em forma de L no lado Sul do palco."

O encontro com os pais de Bárbara havia ficado para domingo devido ao evento dessa noite o que dava à Carol mais tempo para arquitetar um plano para não ser uma idiota na frente de seus futuros, seja o que Deus quiser, sogros. Victor também tocaria naquela noite com Babi e talvez Arthur estivesse por ali para lhe fazer companhia, o que era muito melhor do que ficar sozinha no meio de milhares de pessoas.

O crepúsculo tinha acrescentado ao céu um espetáculo de cor gradiente e felizmente o tempo não anunciava chuva para aquela noite. Carol bateu o pé algumas vezes na calçada e chutou uma pedra impaciente, o sentimento de frustração começava a invadir seu peito quando ouviu uma risada distante, sonhadora e ao mesmo tempo feliz. A loira focou seus olhos imediatamente na direção do som onde uma garota sorridente despedia-se de duas amigas e caminhava em sua direção.

The Red Bow - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora