22 de Janeiro de 2015. – Primeiro ano da faculdade.
O pequeno boneco Olaf permanecia imóvel acima da lareira acesa que servia de aconchego ao frio cortante da chuva forte lá fora. Adinan, Flaviana e Bruno saíram cedo para o mercado deixando a casa num silêncio confortável. Babi tinha pegado no sono logo que chegou da faculdade, o dia tinha sido exaustivo devido às apresentações em grupo de sua turma e as reclamações do professor Will sobre seu desempenho ter decaído nos últimos dias. E de frente para a lareira, sentada com as costas contra o sofá, camisa social com os primeiros botões abertos, o cabelo jogado de lado, lápis grafite entre os dentes e em mãos alguns processos que precisava resolver até terça feira para o Sr. Smith, se encontrava uma Carolina concentrada.
Ou era o que ela tentava fazer.
Apesar de esforçar-se para manter a mente ocupada com os processos, o cansaço emocional e os vários pensamentos sobre seu pai ainda rondavam sua mente. De certa forma, odiava-se por se permitir ser tão sensível aos comentários alheios, principalmente os de João Luiz. Ele a sufocava com as inúmeras ligações, planos de trabalho e convites para o final de semana em Miami; convites estes que Carol recusava com desculpas sobre trabalhos, mas a verdade é que precisava dar atenção à Babi, que por mais que negasse, sofria em silêncio pela sua repentina mania em descontar a raiva na bebida.
Todos os pensamentos negativos que a rodeavam desapareceram quando braços finos envolveram seu pescoço e uma respiração quente encontrou sua pele entre o ombro e o pescoço.
Sabe todos aqueles arrepios que percorre todo o seu corpo?
- Bom dia, meu amor. – Babi ronronou em seu ouvido.
Carol agradeceu mentalmente por estar sentada.
- Quase boa noite, princesa. – ela riu e virou o rosto dando de cara com a perfeição. Que se dane a Disney, não existe nada mais fofo que sua namorada. – Dormiu bem?
Babi fez uma careta engraçada empurrando os papéis longe da loira para em seguida aconchegar-se em seu colo como um bebê. Não havia nada no mundo inteiro que Carol gostasse mais do que ter sua amada desse jeitinho, encolhida em seus braços como um pacotinho valioso, protegida do frio naquele moletom maior que ela e os olhos brilhantes que escondiam uma garota sonhadora, mas forte.
- O som daquele despertador atormentou meu sono. – fez um bico que Carol não resistiu em beijar delicadamente. A loira deu um sorrisinho meigo entre o beijo e deleitou-se ao chupar o lábio inferior da namorada. – Hmm, alguém está carente de atenção.
- Eu estou carente da minha Babi, é diferente.
- Como se nós não nos víssemos todos os dias.
- Eu não me importo, me dê mais um beijo. – resmungou inclinando a cabeça em direção à namorada, mas Babi foi mais esperta e desviou o rosto. – Ah, não!
- Vai ter que pedir educadamente. – provocou com um sorriso cínico.
Carol revirou os olhos e a puxou mais contra si, se é que isso era fisicamente possível.
- Eu quero meu beijo e não preciso pedir permissão porque sou sua namorada.
- Não, vai ter que ser uma menina educada.
- Bárbara, eu vou te jogar naquela lareira.
A mais nova soltou uma gargalhada gostosa que ecoou por toda a sala. Carol se manteve com a cara emburrada tentando a todo custo ganhar seu beijo, mas Babi estava com a vantagem por agora estar sentada em seu colo.
- Bárbaraaaa!
- Não.
- Me. Beija. Agora.
- Não.
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The Red Bow - Babitan
RomanceQuando se é jovem geramos expectativas e sonhos muitas vezes maiores que nós mesmos, o amor é o extremo do perfeito e canta a melodia mesmo sem saber a letra. Babi e Carol formam o perfeito oposto, mas a pergunta é: Isso durará para sempre ou acabar...