3 de Dezembro de 2014. - Primeiro ano da faculdade.
Um mês se passou desde o primeiro encontro não formal entre Bárbara e Carolina. As duas garotas combinaram em manter a relação em segredo enquanto construíam algo sólido somente delas, o que não foi uma tarefa difícil, qualquer estranho poderia notar o grude que tinham se tornado desde que se conheceram. Victor e Arthur sabiam que havia algo por trás dos abraços demorados, enormes sorrisos e olhares brilhantes, sério, ninguém pega a mania de buscar a amiga na faculdade todos os dias se essa amizade não for no mínimo colorida, mas como bons amigos que eram, e a mando de Arthur, Victor se manteve calado sobre o assunto e esperou que as amigas decidissem contar a verdadeira situação quando estivessem preparadas.
Naquele dia em específico, era uma sexta-feira ensolarada com o céu limpo e ar fresco. Carol e Babi tinham ido ao Central Park depois de Juilliard para fazer o que mais gostavam: Nada. A loira estava sentada com as costas apoiada numa árvore com as pernas esticadas enquanto lia o segundo volume do livro sobre Direito Tributário para o trabalho que o Mrs. Forbes tinha passado para a semana após o natal; sua mão direita sustentava uma caneta marca texto amarela e a esquerda repousava carinhosamente no peito de Babi que estava esparramada no gramado verde com a cabeça apoiada em suas coxas. A morena mantinha toda a sua concentração no livro Morro dos Ventos Uivantes e, ao lado do seu corpo, descansavam dois copos vazios de cappuccino de chocolate, as chaves do carro e a mochila amarelo extravagante de Babi.
Carolina deixou sua cabeça pender um pouco de lado quando a leitura se tornou enjoativa para observar a garota deitada em seu colo; ela era perfeita, não era? Não se lembrava de sentir-se tão inteiramente feliz antes de conhecê-la e agora elas estavam apenas ali, contemplando a companhia uma da outra enquanto desfrutavam de um delicioso fim de tarde sem precisarem necessariamente de palavras.
- Amor? – a mais nova chamou sem tirar os olhos do livro.
Carol foi desperta de seu transe com a voz sonolenta de Bárbara.
- Sim?
- Você está tirando minha concentração me encarando dessa forma.
Carol arqueou uma sobrancelha curiosa e ao mesmo tempo divertida, então fechou o livro com o marca páginas e o abandonou ao lado da mochila desistindo por completo dos estudos naquele momento.
- Como sabe que a estou encarando?
- Eu sempre sei. – concluiu Babi satisfeita virando uma página do livro. Os dedos da mão direita da morena traçaram movimentos negligentes sobre a mão esquerda de Carol em seu peito. Cada cócega enviou arrepios pelo braço da loira e para sua clavícula, e isso a fez sorrir idiotamente com cada pequeno toque, porque eles eram tão importantes quanto demonstrações de amor. – Está fazendo de novo.
- Desculpe, amor. – a loira ajustou o laço rosa nos cabelos castanhos com carinho e trilhou com o dedo indicador até a clavícula exposta pela camisa da mais nova. – Que perfume está usando?
- Um que ganhei de aniversário, por quê? – perguntou curiosa também deixando o livro de lado ao levantar o olhar para Carol que suspirou perguntando-se quando tinha se tornado tão sortuda.
- Tem cheiro de marshmallow. – concluiu brincando agora com a mão de Bárbara que repousara os olhos no céu como se houvesse algo realmente importante lá.
Carol tinha em mente que precisava controlar seu coração, ele continuava acelerado mesmo depois de um mês.
Ele sempre acelerava. E sempre aceleraria assim como no primeiro beijo que se tornou o segundo, e depois terceiro e quando deu por si tinha parado de contar porque era praticamente impossível raciocinar com a língua de Babi traçando linhas inimagináveis em sua boca.
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The Red Bow - Babitan
RomanceQuando se é jovem geramos expectativas e sonhos muitas vezes maiores que nós mesmos, o amor é o extremo do perfeito e canta a melodia mesmo sem saber a letra. Babi e Carol formam o perfeito oposto, mas a pergunta é: Isso durará para sempre ou acabar...