27 de Dezembro de 2014. – Primeiro ano da faculdade.
Já era noite quando o Dodge estacionou em frente à casa da família Fooxi. A casa era localizada no bairro Prospect Heights sendo um dos mais caros de New York, mas Babi não ficou surpresa com esse fato, sabia que a família de Arthur tinha dinheiro desde que conheceu o chalé dos pais do garoto. Estava desconfortável, precisava admitir, pois não era acostumada com pessoas que tinham dinheiro e agora andava com duas pessoas ricas além de sua namorada. Babi não sentia vergonha das condições financeiras de sua família, muito menos de seu pai que batalhava todos os dias para que tivessem o que comer, mas não podia negar que ser a garota pobre no meio dos riquinhos era intimidador.
A noite estava um pouco mais fria do que de costume, mas isso não impedia que a música alta soasse de dentro da casa 298 onde era possível ver sombras dos convidados pela cortina da janela e seus gritos animados da calçada.
Carol tirou a chave da ignição e suspirou alto chamando a atenção de Babi que a olhou curiosa. A loira portava um semblante triste e uma ruga na testa que a mais nova sabia ser por essa noite, onde teriam que fingir que eram apenas amigas.
- Tudo bem? – perguntou segurando a mão de Carol que pousava na marcha. – Sabe que podemos apenas ir embora e depois inventamos uma desculpa...
- Não, eu não quero ir embora. – disse finalmente olhando nos olhos de Babi que não pode deixar de ter o coração acelerado. Ela nunca se acostumaria ao olhar de Carol, tinha mais certeza disso cada vez que seu coração errava a batida quando seus olhos se encontravam. – Eu só... Sei lá, queria que as coisas fossem diferentes. Queria poder atravessar aquela porta segurando sua mão e mostrar para todo mundo que sou sua namorada sem medo de suas reações.
O coração de Babi quebrou por um momento, tanto por ter o mesmo desejo, quanto por saber que Carol travava uma batalha interna desde o dia em que se beijaram pela primeira vez.
Soltou o cinto de segurança e puxou o rosto de Carolina com as duas mãos quase encostando suas testas.
- Eu não me importo com isso, Carol. É claro que eu queria entrar como sua namorada, mas muito mais que isso, ser a sua garota já basta para mim. Trinta por cento das pessoas lá dentro desejam você, e no final da noite a única que realmente pode ter sou eu. – selou seus lábios como que em uma confirmação do que dizia. – Você precisa do seu tempo e eu vou te dar, sem pressão, ok? – Carol confirmou com a cabeça. – Eu amo você.
- Amo você também. – murmurou a loira puxando a namorada pela nuca para mais um beijo onde teve seu lábio inferior chupado com doçura e a língua de Babi brincando com a sua preguiçosamente. Um beijo molhado, calmo, sem pressa de acabar. – Obrigada. – respirou contra os lábios da morena recebendo um selinho antes de se separarem.
Babi sorriu de orelha a orelha ainda sentindo o gosto de Carol em sua boca. Era magnífico. Limpou os lábios com a manga da blusa e abriu a porta do carro saindo com sua mochila nas costas. Carol respirou fundo duas vezes e também saiu do carro o travando e contendo o desejo e a mania de segurar a mão da mais nova. Elas se entreolharam antes de Carolina tocar a campainha, não demorou muito até que a porta fosse aberta revelando um Arthur sorridente e a música eletrônica invadir seus tímpanos agressivamente.
Sinceramente, como ela poderia ser uma adolescente normal se não conseguia se enturmar com pessoas diferentes?
- Eu não acredito que as beldades resolveram aparecer! – exclamou Arthur puxando as duas para um abraço apertado de uma vez. – Eu não as vejo desde... O que? Um mês atrás? O que andaram aprontando nesse meio tempo, mocinhas?
- Eu viajei à Miami e passei o natal na casa de Babi. – contou Carol ocultando boa parte da história e recebendo um cutucão nas costas.
Arthur separou-se das meninas lançando um sorriso travesso que as fez corar.
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The Red Bow - Babitan
RomanceQuando se é jovem geramos expectativas e sonhos muitas vezes maiores que nós mesmos, o amor é o extremo do perfeito e canta a melodia mesmo sem saber a letra. Babi e Carol formam o perfeito oposto, mas a pergunta é: Isso durará para sempre ou acabar...