The Red Bow - Babitan

I Foud You

O mês transcorreu insuportavelmente lento. Sempre que lhe era possível, Carol se infiltrava no departamento de música procurando pela garota do laço vermelho. Desde sua última conversa com Victor e Arthur, ela sempre arrumava uma forma de cortar o assunto, mesmo que Victor insistisse em perguntar sobre sua frustrada caçada à garota. A frustração era grande, ela sabia que estava agindo como uma louca todos esses dias arriscando ser pega quando não estava em dia de trabalho, mas insistia em aparecer em Juilliard depois das aulas em Columbia. Milena também insistia que algo estava acontecendo com Carol e por mais que negasse, a loira sabia que no fundo sua amiga tinha razão. Carol nunca mais foi a mesma depois daquele dia.

– Nós vamos fazer isso! – disse Arthur servindo-se de um pedaço da lasanha de Carol.

– Não podemos esperar mais um pouco? – choramingou Victor fazendo bico para o namorado e em seguida olhando em súplica para a loira. – Por favor, Carol. Você precisa convencê-lo!

O casal discutia sobre contar ou não aos pais de Arthur sobre o namoro secreto. É claro que Victor estava totalmente inseguro, com medo da rejeição uma vez que fora criado por uma família religiosa. O Sr. Robinson era o tipo de pessoa que não se importava com alguém sendo homossexual a menos que esse alguém fosse de sua família, e Carolina entendia bem o lado do amigo, pois vivia o mesmo drama na própria casa.

– Meus pais são diferentes. Acho que meu pai vai ficar um pouco decepcionado no começo, mas ele sempre diz que me ama acima de qualquer escolha minha. – Arthur o tranquilizou fazendo um carinho suave com o polegar na bochecha Victor .

Victor bufou e encheu a boca de lasanha enquanto se esquivava das carícias do namorado.

– Vocês são muito fofos de se observar, mesmo que eu me sinta uma terceira. – enfatizou Carol com um sorriso estampado no rosto. Ela gostava de passar seu tempo livre com os garotos, há muito tempo não jogava conversa fora em uma mesa com amigos, pois apesar de Milena ser sua amiga, não parava no dormitório e quando voltava, não estava sóbria o suficiente para conversar.

Tomou um gole do refrigerante e seguiu com o olhar por cima do ombro de Victor , do outro lado do refeitório, onde uma garota ruiva – e ela poderia jurar que já viu essa garota em algum lugar –, a encarava com um sorriso no rosto. Carol desviou o olhar constrangida e perguntou-se se aquela garota estava flertando com ela.

Arthur pigarreou alto tirando Carol dos pensamentos e a loira viu que o casal tinha seguido seu olhar até a garota ruiva.

– Então...Carolina! – a voz irônica de Victor voltou. Carol teve certeza de que sobraria para ela como sempre acontecia quando o assunto acabava. – Como está a sua busca pela garota do laço vermelho?

A loira bufou. Recostou-se decepcionada na cadeira arriscando olhar mais uma vez para a ruiva que continuava a encarando.

– Um fracasso, se quer mesmo saber. – admitiu, batucando com os dedos na mesa ansiosa. – Todos os dias depois do estágio eu entro na sala 208 e espero pelo menos meia hora, mas ninguém nunca entra, e isso é frustrante.

Victor ficou parado como uma estátua analisando Carol, até mesmo Arthur achou estranho a reação do namorado em cerrar os olhos para a loira.

– Eu disse algo? – perguntou preocupada com a expressão de Victor .

Arthur deu de ombros e fez sinal com o dedo indicador ao lado da têmpora indicando que o namorado poderia ter enlouquecido.

– Você gostou mesmo dela, não é? – foi mais uma afirmação de Victor que pegou Voltan de surpresa. – Há mais de um mês você está procurando por alguém que sequer viu o rosto, Carol. Eu a vejo aqui até mesmo quando não está trabalhando, o que significa que gostou mesmo dessa garota.