**Capítulo 12**

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Passamos dias maravilhosos ali naquela ilha, e eu sinceramente não queria voltar pro Rio, para aquela favela lotada de fofoqueiros e mulheres interesseiras.

Realmente não gostava muito de morar lá, mas ficava por conta do Luan e por conta do meu trabalho.

Quando fomos voltando para o Rio, Luan já estava com iyra expressão, com a cara estranha e de longe dava pra ver que ele já estava de mau humor.

E só de perceber aquilo, já sabia que ia começar o inferno outra vez.

Marina: O que foi em?

L2: Nada, pô. - respondeu baixo, enquanto acelerava mais o carro.

Marina: Você tá estranho desde a hora que atendeu aquela ligação na cidade. Qual foi, Luan? - cruzei os braços, olhando seria pra ele.

Ele coçou a cabeça fazendo uma careta, e nem se quer olhou pra mim em algum minuto, sempre focando o olhar na estrada.

Marina: E aí?

L2: Porra Marina, tudo é chatona mesmo, euem. - bufou. - Pô...bagulho sério.

Marina: Lá vem...

L2: Tu não queria saber, caralho? Então tu aguenta. - me olhou de relance. - Assim que eu te deixar em casa vou ter que partir pra uma missão braba aí.

Marina: Vai ficar quanto tempo fora?

L2: Três meses...

Marina: É o que? Por que tudo isso, Luan? Tu vai fazer o que? Assaltar um banco e fabricar o dinheiro, porra?

L2: Isso do que eu vou fazer já não é da tua conta, e é melhor tu nem saber. É uma parada grande aí, que vai render um dinheiro da porra pra ajudar nos bagulhos da favela, então você relaxa.

Marina: Olha, sinceramente...

Já estava puta, só pelo simples fato dele ficar fora por 3 meses. 3 meses cara, ele nunca ficou tanto tempo longe assim, o máximo era um mês e meio, o máximo. Agora 3 meses? Porra, aí não dá.

Marina: Aquela mulher vai? - perguntei baixo, temendo pela resposta.

L2: Que mulher, Marina?

Marina: Aquela Pisteira, que trabalha com você na boca. - ele ficou quieto. - Ela vai, Luan?

Só vi ele engolindo em seco, e acelerando mais o carro. Estava esperando ele responder só pra confirmar minhas paranóias que já estavam surgindo em minha cabeça.

Marina: Responde inferno...ela vai ou não, Luan?

L2: Ela vai, caralho, ela vai. O Grego mandou ela ir também, porra.

Eu emburrei na hora, ficando quieta ali na minha. Tava puta de verdade agora. A resposta dele só estava confirmando minhas paranóias.

Sabia que com ela indo nessa missão, ela tentaria ficar com ele sim. Mano, mulher não implica com a garota errada, nunca!

Não implicaria com ela do nada assim de cara se ela fosse de boa, mas assim que eu vi ela, senti de alguma forma que ela não era uma pessoa boa e com ótimas intenções.

L2: Não tem como nós falar não pro Grego, Marina, tu sabe disso, porra. E nessa missão vai me trazer dinheiro pra caralho, e com isso nós vai pode viajar mais, véi. Então... dá um tempo!

Eu não fiz questão de responder ele, só fiquei calada na minha, de braços cruzados e emburrada esperando pra chegar no Rio logo.

Quando finalmente chegamos, eu só peguei minhas coisas no carro e fui entrando em casa. Joguei as coisas em um canto e fui deitar na minha cama.

Ouvi ele bufando assim que entrou no quarto. Eu continuei deitada, olhando pro nada.

Luan foi direito no armário de armas e esses negócios dele. Enfiou um monte de arma, munição, bomba e tudo mais dentro de uma bolsa enorme, e eu ainda ali só olhando pra ele de canto de olho.

Quando ele terminou de arrumar tudo, ele veio na minha direção, se abaixando ao meu lado.

L2: Me dá um beijo, pô?

Fechei meus olhos, ignorando ele e continuei na minha esperando ele ir embora de vez.

Senti a boca dele no meu pescoço, subindo em direção a minha orelha. Eu não queria, mas me arrepiei toda, me xingando mentalmente por isso.

L2: Eu te amo...- falou no meu ouvido, e depois foi embora.

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