**Capítulo 40**

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Segurei firme aquele pendrive e só depois de um tempo, eu fui perceber que fiquei ali parada em frente a porta com um sorriso bobão no rosto.

Era tão bom ouvir ele falando que me ama, mesmo que a gente nem esteja mais juntos. Me dá uma sensação gostosinha, sei lá.

Mesmo eu sabendo que ele possa ter me traído, não consigo esconder nem de longe que amo ele pra caralho, que mesmo com todas as brigas, desconfianças meu amor por ele continua intacto.

Que nada mudou!

Fechei meus olhos respirando fundo e fui atrás do meu notebook, para poder ver esse vídeo logo. E assim que conectei o pendrive, meu coração começou a acelerar de uma forma, que já achava que teria um infarto ali assim que abrisse para ver o vídeo.

Minha respiração estava acelerada também, e uma pequena parte de mim não queria ver aquele vídeo por medo.

Luan disse que não tinha visto esse vídeo ainda, e isso me deixava com mais medo ainda.

Suspirei alto, coçando atrás do meu pescoço e cliquei para ver aquele vídeo.

Na hora entrou a imagem de um quarto, cheio de carregamentos de drogas no canto, e uma cama de casal no outro canto, e uma pequena cômoda ao lado.

Não tinha ninguém ali dentro, estava vazio, mas fui adiantando o vídeo, até que a porta se abriu, e quem foi que entrou foi o Luan, com uma latinha de cerveja na mão.

Ele virou o resto da bebida que tinha ali, e jogou a latinha no chão, que bateu em uma das pilhas de drogas.

Continuei vendo, tudo com atenção, com meu coração batendo cada vez mais forte de nervoso, e com um medo do caralho do que poderia acontecer daqui a pouco nessa gravação.

Luan tirou a camiseta, deixando em cima da cama, e logo deitou na mesma, ajeitando os travesseiros que tinha ali.

Vi ele apagar em cima da cama, e aquilo chegou a me aliviar um pouco, até que a porta se abriu mais uma vez, e ali entrou um cara gordinho, com uma menina ruiva nos braços, desacordada.

O homem olhou por alguns segundos o Luan ali, mas deu de ombros, deixando a menina na cama ao lado do Luan. Ajeitou ela, e ficou olhando os dois por maior tempão.

Fiz uma careta estranhando aquela atitude do homem, mas ele logo saiu daquele quarto, fechando a porta e apagando a luz.

Por mais que tivesse bastante escuro, eu conseguia ver os dois naquela cama com luz que entrava pela pequena janela que tinha naquele quarto.

Fui acelerando a imagem, e quase a filmagem inteira eles ficaram dormindo, e Luan como sempre, nem se mexer direito, ele se mexeu.

Quando amanheceu ali, fiquei observando os dois, e estava sentindo um alívio enorme por não ter rolado nada naquele noite.

L2 logo acordou, e assim que ele viu a menina do seu lado, ele praticamente pulou da cama, acordando a mesma também.

Eles começaram a falar alguns bagulhos que eu não entendi, mas logo a menina saiu correndo daquele quarto, deixando o Luan sozinho ali.

Ele sentou na ponta da cama, descendo a mão pelos cabelos, passando pelo rosto, e uma coisa que eu nem imaginava ver agora, aconteceu... Luan começou a chorar ali, enquanto balançava a perna nervoso.

Senti um apertinho no peito, e mesmo me sentindo um pouco mal por ver aquilo tudo, eu soltei um sorriso enorme, aliviada pra caralho.

A filmagem acabou, e eu fiquei um tempo ainda sentada na frente daquele computador, tentando processar tudo.

Caralho, ele realmente não me traiu!

Passei minha mão no rosto, e fiquei um tempão pensando no que eu deveria fazer agora , e a minha única reação ali naquele momento foi levantar da onde eu estava, e sair correndo daquela casa.

Fechei tudo na maior pressa e fui subindo aquele morro correndo o mais rápido que eu conseguia.

Cheguei na metade da ladeira, e minhas pernas já tremiam, e minha respiração falhava de tanto que corri. Respirei fundo fechando os olhos por alguns minutos, mas logo voltei a subir aquela favela.

Fui na direção da boca principal, que nem maluca atrás dele, mas assim que cheguei lá, os meninos da segurança disseram que ele tinha acabado de sair.

Marina: Ele foi pra onde? - cruzei os braços, encarando o menino.

- Sei não, patroa. Ouvi os caras dizendo que o chefe saiu essa noite pra uma missão fora do Rio em. - ele disse, e eu fiz uma careta. - Acabei de chegar pra cumprir o turno, então não é certeza.

Balancei a cabeça sorrindo pra ele, agradecendo e sai dali, indo direto para a casa da Janaína. As luzes estavam acesas, então já fui entrando, batendo na porta.

Ouvi ela gritando que já estava vindo, e fiquei esperando ali na porta.

Marina: Sabe aonde está o Luan? - perguntei de cara, assim que ela abriu a porta.

Janaína: Sim, eu tô de boa, amiga. E não, não sei aonde ele está.

Nandinho: Ele partiu agora pouco para uma missão lá em Goiás. - apareceu do nada atrás da Jana. - Voltaram foi?

Marina: Ainda não. - suspirei.

Conversei com os dois por mais um tempo, mas logo fui descendo a favela de volta para minha casa.

Nem iria tentar ligar pra ele, porque sei que nessas missões fora do Rio, ele nem chega perto do celular. Então seria em vão.

Mas coloquei na minha cabeça, que assim que ele voltar, a gente vai conversar sobre nós dois.

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