**Capítulo 29**

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Janaína ficou horas no meu ouvido, e me mandando mensagem praticamente implorando pra eu ir no baile do Lins com ela.

Garota não queria ir sozinha, e ficava tentando me arrastar. Euem.

Mas no final, eu trouxa, acabei aceitando em ir.

Era minha folga, então eu tinha que aproveitar mesmo.

KL iria com a gente, e quando o Nandinho soube disso, surtou pra cacete, pedindo pra Janaína não ir. Mas quem disse que ela desistiu?

Rum, ficou com mais fogo de ir.

No dia do baile, ela veio aqui pra casa se arrumar comigo, deixando o Diogo com o Fernando na casa deles lá.

KL passaria aqui de carro pra pegar nós duas as dez da noite, e quando fomos começar a nos arrumar, já era quase oito.

Eu me arrumo rapidinho, o que fode mesmo é meu cabelo. Passo mais de meia hora ajeitando ele, finalizando e fazendo algum penteado diferente.

Apenas vesti um macacão curto rosinha bebê, com uma sandália preta. Tentei arrumar meu cabelo o mais rápido possível, mas quando fui ver, Kléber já estava buzinando igual maluco lá fora, enquanto eu estava na metade do meu penteado.

Janaína já tinha terminado, e estava gritando pedindo pro Kleber esperar. Ela vestia um vestido vermelho, colado no corpo, e tava toda gostosona mesmo.

Janaína: Terminou? - me olhou, e eu balancei a cabeça confirmando, tirando a touca difusora da cabeça.

Tinha usado pra secar um pouco os cachos, mas iria deixar o resto secar naturalmente.

Sai da minha casa trancando tudo, e só ouvi o Kléber dizendo 'finalmente'.

Marina: Da licença que eu estava arrumando meus cabelos. - fiz careta pra ele, entrando do lado do passageiro.

Janaína entrou atrás, dando um sorriso pra mim. Ela não gostava de andar do lado do Kléber assim no carro, porque ele sempre ia de graça então ela sempre me pedia pra ir na frente, porque a gente sabia que tentar algo comigo, ele não tentaria.

KL: Mas aí, as duas tá lindona mesmo. - disse, olhando a Janaína pelo espelhinho.

Garota se fez de sonsa burra, e fingiu que nem com ela foi. Dei uma risada baixa, e já fui ligando o rádio.

Janaína: Tem o que nessas mochilas aqui em, Kléber?

KL: Algumas latas de Skol Beats, e na outra algumas balinhas e uns bagulho pra lança.

Fiz uma careta pra ele, e a Janaína já foi com paranoia morrendo de medo da polícia parar a gente e encontrar tudo isso aqui.

Kléber é maluco!

Mas quando fui ver, antes mesmo de chegar no Lins, tava eu tonta de tanto beber as Skol Beats.

Achava o bagulho fraco, mas depois de beber quase seis latinhas, tava tontinha, tontinha...

Mas ainda estava sóbria!

Quando finalmente chegamos naquele complexo, da entrada mesmo, já se escutava o funk alto, vindo de algum lugar daquelas favelas.

KL deixou o carro ali, e fomos nós três atrás do baile. Tinha bastante gente na rua, e como o Kléber conhecia bem ali, logo chegamos no baile.

Era em uma quadra enorme, e já estava lotado de gente. Entramos naquela multidão sufocante, indo atrás do Kléber para o camarote.

Sorte que ele tinha vindo com a gente, pra conseguir lugar pra nós três lá. Mas o camarote não estava tão vazio não, tinha bastante gente até, mas não quanto lá embaixo.

O camarote ali era apenas uma plataforma um pouco mais alta que o chão da quadra. Na entrada tinha dois caras com os fuzis na mão, fazendo a segurança dali da frente.

Kléber falou alguma parada com eles, que os caras nem se quer olharam na nossa cara, deixando a gente passar de boa lá pra dentro.

KL: Vão curtir agora, que eu vou vender minhas coisas. - olhou pra nós duas. - Só não vão fazer merda em. E na moral, não arrangem caô com ninguém aqui, porque essa quebrada não é a nossa, e não é L2 e nem Nandinho que vão livrar vocês duas.

Balancei a cabeça pra ele, e Janaína já foi me puxando até um pequeno barzinho improvisado que tinha ali.

Marina: Jana, tem certeza que o Luan não vai aparecer aqui, né? Não quero bater com ele...- olhei pra ela, que tinha acabado de pedir algumas doses de tequila pra mim, e uma coca pra ela.

Janaína: Certeza absoluta não tenho, mas tu mesma sabe que o Luan não vai para outros bailes de outras favelas, há não ser lá do PPG. - fez careta.

Marina: Ele me falava que tinha medo de sair de lá, e no caminho dar alguma merda pra ele, ou até pra mim. - suspirei, e ela já me deu um tapa leve no braço.

Janaína: Para de lembrar do senhor grosseria, deixa ele lá, e bora curtir aqui. - balancei a cabeça. - Tu vai beber bastante, e vai curtir essa porra como tu nunca curtir na vida.

Fiz uma careta, e ela já foi me dando os copinhos de tequila pra eu virar. E eu fui indo na onda dela, virando tudo, até quase cair pra trás.

Janaína: Eu vou ficar na minha coquinha mesmo, mas graças a Deus eu consigo curtir pra caralho sem beber nada. - jogou os cabelos. - Agora, vamo dançar, vamo.

Ela pegou na minha mão me puxando até a grade, e começou a dançar com a latinha na mão.

Eu já estava mais solta, então comecei a dançar os funks que tocavam, mesmo não entendendo nada das músicas.

Hoje eu queria curtir, e sinceramente? Não estava mais nem aí pra nada!

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