**Capítulo 58**

6.7K 791 436
                                    

Alguns meses depois...

Desde que minha filha tinha nascido, meus dias se tornaram mais alegres dentro dessa cadeia.

Um sorriso bobo sempre estava estampado em meu rosto agora.

Olhar para minha pequena Lua era como apreciar minha maior felicidade. Ver de perto o motivo de eu continuar batalhando para sobreviver.

Ela era meu ponto de força e felicidade.

Acho que sem ela neste lugar comigo tudo estaria em uma decadência sem fim.

Porém, eu não gostava muito dela aqui dentro rodeada por pessoas com más intenções. Ela não merecia isso. De jeito algum.

Eu percebia de longe que algumas mulheres odiavam eu e minha filha pelo simples fato de eu ser mulher de um traficante, e por acharem que ela era filha do mesmo.

Já chegou em meu ouvido que estavam tramando alguma coisa ruim contra minha filha e isso me apavorou de tal forma que eu mal conseguia pegar no sono a noite. Ficava acordada observando qualquer coisa fora do normal.

Não aguentaria se alguém causasse algum mal a ela.

E quando passei isso para a Janaína, e ela contou ao Luan, todas as outras mulheres voltaram a abaixar a cabeça assim que eu passasse perto delas. E saber que o Luan tinha passado algum ordem aqui pra dentro, me deixava muito mais aliviada.

Porém, mesmo doendo, eu deixaria ela ir com a Janaína sem dizer mais nada. Era mais seguro para ela lá fora, do que aqui dentro.

Sabia que lá fora ela também estaria rodeada por maldade, mas eu também tinha a noção que todos de lá, fariam de tudo para protege-la. E isso me aliviava bastante.

Arrancava um peso de minhas costas.

Era seis e meia da manhã em um domingo, e em uma das meses estava eu sentada com a Lua no colo, esperando mais uma visita da Janaína.

Ela não faltara sequer um domingo. Sempre estivera aqui comigo todas as semanas trazendo cartas do Luan, e fotos da gêmeas e do Diogo.

Ela também trazia a alegria consigo.

Porém, hoje foi diferente... ao invés da Janaína aparecer, uma pessoa totalmente inesperada cruzou o portão do pátio e caminhou em minha direção.

Eu fiquei paralisada, enquanto Lua resmungava em meus braços. Eu não tinha reação vendo ela caminhar até mim.

Marina: Mãe? - minha voz saiu baixa.

Seu sorriso vacilou.

Ela sentou ao meu lado, colocando as sacolas na mesa de concreto. Eu não sabia o que dizer a ela. Eu sequer esperava que ela aparecesse.

Diana, minha mãe, estava com os cabelos grisalhos e a pele emrrugada. Já deveria estar com quase 60 anos, ou mais.

Marina: O que a senhora está fazendo aqui?

Diana: Eu vim te ver, filha. E vim conhecer minha neta...

Fechei meus olhos por alguns instantes, negando com a cabeça.

Nosso Recomeço Onde histórias criam vida. Descubra agora