**Capítulo 48**

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• L2 •

Olhar e reparar bem no sorriso que Marina estampava aquele dia todo, era uma parada que estava iluminando e ofuscando todos os problemas ao nosso redor.

Gostava de ver ela assim. E por mais que eu não estivesse nesse pique, me contagiava.

Meu olhar descia de seu sorriso até a sua barriga já pontuda em baixo da camiseta. Olhava bem como se eu pudesse ver a criança que cresce ali.

E não senti nada de ruim, como eu achei que sentiria.

Aquele feto não tinha culpa de porra nenhuma. Ninguém aqui tinha.

Marina tentou seguir a vida dela, enquanto eu tentava seguir a minha.

E sinceramente eu não podia julgar ou virar as costas para ela justo nesse momento.

Muitos podem me achar um trouxa, um completo idiota apaixonado por te aceitado essa situação toda, mas a rel é que a Marina já aceitou muita merda e vacilo meu, e isso que estou fazendo agora, não chega aos pés do que ela já fez por mim.

Suportou mentira pra caralho. Grosseria e diversas outras coisas, e se manteve ao meu lado.

E na real, a criança agora era nosso menor problema.

Ainda tinha parada demais ao nosso redor, querendo acabar com a felicidade de geral.

Gostava nem de pensar nessas paradas, papo reto. Ficava logo estressado mané.

Marina: Você ainda vai deixar aquele barraco em pé? - perguntou do nada, chamando a minha atenção.

L2: Aquele aonde a parada toda começou? - ela balançou a cabeça. - Sei lá, pô. Se tu quiser nós vende, queima, dá pra alguém...

Ela suspirou.

Marina: Ele me traz lembranças boas...

L2: E algumas ruins também que eu tô ligado.

Marina: Sim, mas acho que não tenho coragem de queimar ou sei lá. Acho melhor vender ou dar para alguém que precisa de moradia.

L2: Vou resolver essa parada depois, pô. Anota.

E então o silêncio reinou entre nós dois de novo, enquanto ela se entupia de queijo com chocolate.

Eu só ficava olhando ela se melecar toda com aquela parada. Parecia um dragão comendo agora. Credo, porra.

Mas aí, nem disse nada. Continuei na minha.

Estava na casa dela desde de manhã quando saímos daquele barraco imundo. E desde então só fiquei olhando ela comer essas paradas esquisitas.

Tinha logo que partir pra boca resolver os vários b.o que deixei pra trás quando fui tirar meu tempo.

Ainda mais o b.o mal resolvido com a polícia sobre a parada da Marina envolvida no assassinato do delegado.

Mó rolo.

E mesmo depois de anos da morte do cara, o homens ainda não pararam de procurar pelo assassino depois de descobrirem que não foi eu quem matou o homem.

Como eles souberam disso? Porra, não faço ideia. Mas tenho que descobrir e enrolar geral pra não dar merda.

L2: Vou ter que partir agora. Mas aí, se arruma que mais tarde eu passo aqui pra nós da uma volta, na boa.

Ela balançou a cabeça e eu saí de lá apenas depois de dar um beijo em sua bochecha suja de chocolate.

Fui a milhão pra boca, doido pra resolver tudo de uma vez e passar o resto do dia de boa com a maluca.

Queria recomeçar direito, tudo no esquema e nada muito apressado. No meu tempo mesmo, pra tudo sair de boa no final.

Quando entrei na minha sala, vi Fernando com alguns papéis na mão, e uma careta estampando o rosto.

L2: Qual foi?

Nandinho: Tem parada errada no carregamento. Tá batendo não.

Bufei passando a mão no rosto, já ficando bolado com essas paradas rolando. Na moral, só estresse.

Aguento mais não, pô.

Maior vontade de desistir de tudo e ir sumir pra longe, mas isso dá mais problema pro meu lado. E anos de discussão com o comando pra decidir se posso ou não sair de uma vez.

Mas, tô correndo atrás porque tá foda. Única opção.

Nandinho: Tem uma parada pra te falar, mas o bagulho é sério... - deixou os papéis de lado, me olhando de um jeito estranho. - Os caras pago da polícia passou a visão que tão querendo ir atrás da Marina pra pegar depoimento sobre a morte do delegado.

Fechei meus olhos por um instante, suspirando alto.

L2: Resolveram voltar com a investigação agora por que, porra?

Nandinho: Não sei, mas tão querendo pegar o assassino de vez. E se souberem que foi a Marina...

L2: Não vai saber. Eu não vou deixar saberem.

Eu não podia deixar saberem. Não podia.

******

Aceito e entendo a opinião de geral, mas desculpa, não vou aceitar falarem mal do meu livro e dos meus personagens que criei com tanto carinho. Isso não.
Então por favor, as pessoas que não estão aceitando o rumo dessa FICÇÃO, se retirem, ou parem de comentar coisas desnecessárias.
Obg, e eu juro que amo vcs

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