**Capítulo 26**

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Assim que cheguei na frente daquela casa, eu já ia entrando sem bater mesmo, mas parei na porta, e resolvi bater.

Bati algumas vezes e ouvi o Luan gritando pra entrar. Já entrei naquela casa meio nervosa, só imaginando o que ele queria falar comigo.

Fui no quarto, e ele estava lá na janela, como sempre fumando. Eu nem esperei ele começar a falar, já fui abrindo o guarda roupa e pegando os restos das minhas coisas. Enfiei tudo dentro de mochila ou sacolas mesmo.

Marina: Olha Luan, o que você tiver pra falar, já fala logo porque não vou ficar aqui o resto da noite não. - olhei pra ele de relance, e vi o mesmo jogar a bituca do cigarro pra longe.

Ele se aproximou, mas nem se quer tentou me tocar, só sentou na ponta da cama, bem perto de mim.

L2: Eu te amo pra caralho, tu sabe disso, né? - suspirou, e eu olhei pra ele já meia assim.

Marina: O que você fez?

L2: Eu acho que eu fiz merda...- falou baixo, e eu olhei pra ele séria, vendo seus olhos vermelhos e pequenininhos por conta da maconha. - Caralho, Marina... desculpa!

Parei de ajeitar minhas coisas, sentindo meu coração disparar de nervoso.

Marina: O que você fez, Luan? - perguntei outra vez, e cruzei os braços.

L2: Marina, eu...- parou de falar, soltando a respiração.

Marina: Fala logo...

L2: Eu acho que te trai...- fechou os olhos, respirando fundo.

Naquele mesmo instante que eu ouvi aquilo, eu travei, sem realmente acreditar naquela porra.

Senti meu nariz ardendo, e já imaginei que começaria a chorar ali mesmo, mas nenhuma lágrima desceu.

Eu estava quase que em um estado de choque com o que ele tinha acabado de me falar. Não conseguia processar, e nem sabia o que falar direito naquela porra.

Marina: Você acha? Como você acha isso, Luan? - gritei, querendo ir pra cima dele, e me segurando ao máximo.

L2: Eu não tenho certeza, caralho. Não lembro de porra nenhuma, só lembro que acordei com uma mina do lado, só isso.

Marina: Quem é essa menina? A Pistoleira?

L2: Que porra de Pistoleira o que, Marina. Se liga pô. - bufou, se levantando. - O bagulho é que eu nem lembro do rosto da menina, e muito menos sei como fui parar naquela cama com ela.

Marina: Ah, você não lembra? - dei uma risada irônica. - Então você também só acha que tem a porra de um chifre na minha cabeça?

L2: Marina... - tentou se aproximar de mim.

Marina: Sai daqui! - gritei, me afastando mais dele. - Eu tô com nojo de você!

L2: Nojo porquê caralho? Nem é certeza dessa porra aí.

Marina: Sendo certeza ou não, agora mesmo que nós dois não tem mais volta. - suspirei, e fui terminar de arrumar minhas coisas.

L2: Qual é, Marina? Bora conversar direito, cara. - segurou meu braço, e eu empurrei ele.

Marina: Eu não quero nem mais olhar nessa tua cara, Luan. E sinceramente não sei como eu fui trouxa ao extremo de ter ficado do seu lado esses anos todo pra no final você me agradecer com isso. Me submeti em tanta coisa por você, cara. Eu perdi tudo, minha família, a maioria dos meus amigos assim que resolvi ficar com você. E no final ganho isso, um belo de um par de chifres na porra da cabeça.

L2: Tu tá surda, caralho? - gritou. - Eu não tenho a porra da certeza que eu te trai naquela merda, Marina. Eu não lembro de caralho nenhum daquela noite, então menos!

Marina: Menos é o caralho, Luan. Se fosse ao contrário, e eu que tivesse acordado do lado de um cara, sem a certeza que te trai, eu aposto que eu estaria morta agora. - me aproximei dele. - Não estaria?

Ele ficou quieto, e eu só tive a certeza que eu estaria morta sim se tivesse acontecido tudo ao contrário.

Marina: Isso só foi toda a confirmação que eu perdi anos da minha vida ao teu lado. - suspirei. - E sinceramente? Tô me arrependendo de cada minuto que passei ao seu lado, e principalmente de ter conhecido você, L2.

L2: Caralho Marina, fala essas paradas não, pô. - engoliu em seco. - Tu sabe como eu fico ouvindo tu falar uma parada dessas, véi.

Marina: E você acha que eu estou como sabendo que provavelmente fui corna pelo cara que eu mais amei na vida? Tô super de boa né?! - neguei com a cabeça. - Tu não tem noção de como eu estou por dentro.

Fechei meus olhos e algumas lágrimas finalmente caíram por meu rosto, e apartir dali, não consegui mais controlar elas. Comecei a chorar toda desesperada, sentindo minha respiração falhar as vezes.

Sentia meu peito apertado e doendo cada vez mais, e tudo por culpa desse homem. O homem que eu jurava que era o amor da minha vida, que era o cara que eu iria passar o resto da minha vida toda, sendo a mulher mais feliz do mundo.

Ele me fez feliz por um tempo, não vou mentir, mas acabou com a minha vida nos mesmos instantes, e eu nem se quer percebi.

Porque estava completamente cega de amor por ele!

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