**Capítulo 27**

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Terminei de colocar tudo minhas coisas em mochilas e sacolas, e já estava pronta para ir embora dali de uma vez.

Já tinha visto uma casa pra mim lá no pavão, e iria pra lá amanhã mesmo, mas qualquer oportunidade, eu saio daqui desse complexo, pra ir embora pra longe.

L2: Ô Marina, bora conversar direito, pô. - segurou em meu braço, e eu tentei empurrar ele. - Caralho mulher, me escuta.

Marina: Escutar o que, Luan? Você provavelmente me traiu, enquanto eu estava aqui esperando por você que nem uma tonta, sentindo saudades e já fazendo planos pra nós dois. - suspirei, passando a mão no rosto, secando as lágrimas.

L2: Eu sei, Marina. Sentia saudades de você todo santo dia naquela porra, e eu realmente não sei o que rolou naquela noite.

Marina: Então até você saber o que rolou de verdade, não quero você perto de mim.

Ele suspirou soltando meu braço, e começou a jogar tudo que tinha ali no quarto, no chão, quebrando tudo. Eu só fiquei vendo ele fazer aquele show todo, e quando o cara finalmente parou, eu respirei fundo, colocando meu melhor sorriso falso no rosto.

Marina: Eu te amei tanto, Luan, tanto que se perguntassem se eu daria a minha vida por ti, eu nem responderia, porque já era meio óbvio que eu fazia tudo por você.

L2: E tu acha que eu não seria capaz disso também, por ti, Marina? Não é querendo jogar na tua cara, mas só te lembrando mesmo que eu fui capaz de me entregar pra justiça, pra te ajudar, pra livrar a tua cara. Corri risco de vida lá dentro, só pensando em você porra, pra sua vida não se destruir aqui fora.

Marina: Iria se destruir por sua culpa, Luan.

L2: Minha culpa é o caralho, tu se liga. Não mandei tu atirar na porra do delegado. - bufou, e eu olhei pra ele no deboche.

Marina: Se você não tivesse me obrigado a ser sua amante, eu nem estaria no meio daquela merda toda, com uma arma na mão. - fiz careta, e ele me olhou de cima a baixo.

L2: A culpa é minha mesmo! - soltou a respiração.

Eu fiquei quieta, olhando pra ele, e esperando pra ver se ele falaria mais alguma coisa, mas o cara não disse nada, e aquela foi minha deixa.

Marina: Eu já estou indo, Luan...e por favor cara, não fique atrás de mim. Deixa eu seguir minha vida longe de você, e tenta seguir a sua também.

L2: Tu sabe que eu não consigo mais, Marina. - passou a mão no rosto.

Marina: Mas nisso aí, eu já não posso fazer nada!

Ele engoliu em seco, balançando a cabeça, e eu respirei bem fundo, dando as costas pra ele.

L2: Marina. - me chamou, e eu olhei pra ele por cima do ombro. - Se você me perdoar cara, eu juro...que eu formo uma família do caralho com você. Só me perdoa mulher, por favor. - ele pediu baixo, e eu me virei de uma vez, ficando frente a frente com ele, desacreditada com um bagulho daquele.

Marina: Quem não quer filhos com você agora, sou eu! - apontei, engolindo em seco. - E Luan, eu já disse, até você não me provar que realmente não me traiu, eu não quero nem olhar na tua cara.

Me virei e fui saindo dali de pressa, antes que ele dissesse mais alguma coisa que acabasse comigo de uma vez.

Sai daquela casa, e na mesma hora senti meus olhos se enchendo de lágrimas. Meu nariz ardeu, e eu senti até um pouco de falta de ar, com meu peito apertando.

Tentei respirar bem fundo, e sai de perto daquela casa, subindo até a casa da Jana, pra ajeitar minhas coisas pra amanhã cedo mesmo, já sair desse morro.

Segurei meu choro até chegar na casa da Janaína. Não queria chorar na rua, com o povo me olhando tudo estranho.

Deixei minhas coisas no quarto em que eu estava ficando lá, e assim que sai do quarto, dei de cara com a Jana, me olhando preocupada.

Janaína: Conversaram? - balancei a cabeça. - E aí?

Marina: Ele me traiu...

Na mesma hora que aquilo saiu da minha boca, eu desmoronei, cai em um choro horrível, que eu chegava a soluçar.

Ela me abraçou apertado, e ficamos ali por minutos, com ela fazendo carinho nas minhas costas, e eu chorando desesperada.

A única coisa que eu queria agora, era esquecer de tudo o que vivi com aquele homem, arrancando ele completamente da minha vida.

Ou até mesmo conseguir voltar no tempo, quando eu ainda tinha 15 anos, e conseguir não ir naquele baile que ele quis ficar comigo. Assim, não aconteceria nada disso do que está acontecendo hoje, e muito menos do que aconteceu antes de tudo isso.

Eu estaria livre pra viver a minha vida, sem ele ainda pesando nela.

Porque eu sei que não vai ser fácil esquecer aquele homem, que querendo ou não eu amei, e continuo amando loucamente.

Mas eu juro que vou fazer de tudo, pra seguir minha vida longe dele.

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