**Capítulo 30**

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• Janaína •

Balancei a latinha de coca, enquanto descia até o chão ao lado da Marina. Baile tava gostosinho mesmo, pô.

Estava só na coca, mas curtia pra caralho ali com a minha amiga. Graças a Deus que eu não precisava beber pra me divertir.

Já a Marina, quase caia pra trás de tanto que virou tequila. Ela ria me olhando, e eu só rindo também da cara dela.

Menina já estava loucona, mas percebia que estava feliz. E gostava bastante de ver ela assim!

Essa garota estava bem abalada com o que aconteceu com o Luan, e eu até entendia ela. Não tinha certeza que o Nandinho me traia, mas ficava mal apenas pensando nisso.

Só que, eu não engoli essa história totalmente estranha do Luan trair a Marina. É um bagulho bem estranho mesmo, já que depois de passar anos perto deles dois, e pelo o que conheço do Luan, acho que ele não teria coragem de trair logo ela. Mas só acho mesmo.

Ouvi os dois lado, e tô bem dividida no que acreditar. Marina acha que ele traiu ela, mas depois de conversar com o Luan, vi que ele não seria tão capaz de fazer isso com ela.

Mas não sei, e nem tenho certeza de nada!

Janaína: Meu pai do céu, Marina...- falei, olhando pro carinha que não tirava os olhos dela. - Olha aquele homem ali...

Marina: Aonde? - me olhou confusa.

Janaína: Ele tá vindo até você, puta que pariu.

Me virei pra grade me pagando de sonsa, fingindo que nem tinha visto ele vindo.

O cara parou ao lado da Marina, dando um sorrisinho, eu olhei pra cara dele, sentindo que já conhecia esse cara de algum lugar. Ele me parecia familiar, não sei.

- E aí, pô. Sou o Barão. - se apresentou, e eu apenas dei um sorriso pra ele.

Marina ficou toda sem graça, parecia uma tonta, mas acho que por conta do álcool já estar subindo na mente dela, ela começou a trocar mó papo com o tal de Barão.

Eu mesma só ficava dançando ali do lado, ouvindo eles flertar. O cara era bem direto, e já perguntou pra ela se rolava ou não.

Marina me olhou na hora sem saber o que responder, e eu apenas dei risada, dando de ombros.

E ela se foi...

Não sei pra onde, mas foi com aquele cara. Até pensei em deixar ela não ir, mas quando vi, garota já estava em um canto lá com o cara se pegando.

Maior pegação mesmo, que isso...!

Deixei os dois lá, voltando a dançar e curtir sozinha ali mesmo.

******

Mais de meia hora depois, e eu tava morrendo, com minhas pernas doendo pra cacete de tanto dançar. Marina ainda estava naquele canto, rindo e beijando o cara.

Sabia que por conta do álcool ela estava mais animada, e por isso estava dando bola pro Barão. Aposto que se ela tivesse sóbria, teria dado um fora lindo nesse cara.

Ou não!

Bofe é um tesão purinho, euem.

KL: Aí. - parou do meu lado do nada, me dando um pequeno susto. - Janaína, cadê a Marina em? - perguntou todo afobado.

Janaína: Tá pegando um carinha aí. - sorri, dando mais um gole na minha sétima latinha de coca, que bebi só essa noite.

KL: Puts. - murmurou, passando a mão no rosto. - Luan tá aí...

Quase me engasguei ao ouvir isso, e olhei pra ele de olhos arregalados, ficando sem reação.

Agora fodeu mesmo!

KL: Eu só acho melhor tu pegar a Marina e sair daqui antes dele ver o que tá acontecendo lá no canto. - fez uma careta.

Janaína: Mas ela é solteira, Kléber. Tem caô nenhum.

KL: Mulher de bandido, sempre vai ser mulher de bandido. E até parece que tu não conhece o L2.

Fiquei pensando por uns minutos, e vi que era melhor eu sai dali com a Marina antes que o Luan surtasse e matasse mais alguém por conta da Marina.

Corri até aonde ela estava, e só vi os dois querendo sair daquele camarote.

Janaína: Marina, pelo amor de Deus...- segurei no braço dela. - Amiga, não queria atrapalhar não, mas só acho melhor tu vir comigo.

Ela me olhou toda confusa, e antes mesmo dela ou do Barão falar algo, eu saí puxando aquela garota pra longe daquele cara, saindo do camarote.

No meio daquela muvuca, Marina me perguntava o que tinha acontecido, mas eu apenas ignorava, tentando sair de lá.

E quando finalmente sai do meio daquelas pessoas, respirei bem fundo.

Marina: O que tá acontecendo, Janaína? Euem. - parou, cruzando os braços. - Eu ia transar com ele...

Janaína: O Luan tá aqui!

Ela arregalou os olhos, e até parecia que o álcool tinha evaporado do corpo dela, porque a menina ficou até sem reação também.

Marina: Se ele me visse com aquele cara, Jana...

Janaína: Por isso te tirei de lá. Luan é louco!

Ela sentou no meio da rua, passando a mão no rosto, suspirando alto.

Marina: Mulher de bandido, sempre vai ser mulher de bandido...- disse baixinho. - Que ódio!

Janaína: Luan deixou você ir, porque ele acha que tá errado, mas nós duas sabemos como que ele fica vendo outro cara na maldade contigo.

Marina: Ele é um otário! Nem separada dele, aquele cara deixa eu seguir minha vida, véi. O que eu fiz pra merecer isso?

Janaína: Eu não vou nem falar o que tu fez, pra não apanhar mesmo.

Ela me olhou fazendo careta, e se levantou. Saiu me puxando pra fora daquelas favelas, e eu já fui tentando ligar para o Kléber.

Depois de minutos tentando ligar pra ele, o cara veio. Levou a gente até a casa da Marina, perto do complexo, e voltou pro baile.

Marina só tomou um banho e foi dormir. E eu fui ligar pro Nandinho pra saber do Diogo, e avisar que vou dormir na casa da Mari.

O cara só disse um 'tudo bem' e um 'eu te amo', e desligou, falando que iria voltar a dormir.

Deitei ao lado da Marina com a minha cabeça explodindo, e fui tentar dormir, pensando em altas paradas.

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