**Capítulo 59**

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• L2 •

Segurar a pequena Lua nos braços foi uma explosão de emoções tão grande que senti, que cheguei a pensar que estava surtando por sentir todas essas paradas apenas segurando ela.

Mas na real, sentir aquele pacotinho minúsculo em meus braços, foi uma parada estranhamente boa.

Ela resmungou alguma coisa, porém assim que consegui acariciar seu pequeno rosto, ela sorriu toda banguela.

E papo reto, meu coração acelerou naquele momento como nunca antes. Senti mó bagulho bom. Tava nem entendendo. Ih.

Janaina tinha chegado a poucos minutos com a neném em seu colo. Seu rosto estava inchado e avermelhado, deixando claro que ela havia chorado da penitenciária até aqui.

E eu entendia, tá ligado?

Era foda pra ela ver sua melhor amiga, quase já como uma irmã, presa dentro daquele inferno pagando por um bagulho que cometeu sem intenção alguma.

E ainda por cima, saber que Marina estava sofrendo pra caralho por conta da filha que agora já estava longe da mesma.

Porém, seria melhor para a criança crescer aqui do lado de fora, do que lá dentro.

Aqui, eu podia dizer que faria de tudo para proteger essa criança.

Ela era importante pra Marina, então era ainda mais importante pra mim.

E depois desses bagulhos que senti só em segura-la, não tive dúvidas que essa criança uma hora ou outra, se tornaria tudo para mim.

Barão: Eu... - sua fala morreu assim que ele viu o sorriso da filha enquanto estava em meus braços. - Caralho... ela é...

L2: Linda. Puxou a mãe a todinha. - eu sorri. - De verdade, melhor coisa, porque tu é feio pra cacete.

Barão levantou o dedo do meio para mim, e eu dei uma fraca risada, ainda com o olhar fascinado em cima da pequena Lua.

Barão: Posso segurar ela? - ele pediu com a voz baixa.

Eu balancei a cabeça confirmando, e ele se aproximou. Com cuidado, entreguei Lua em seus braços. Vi o olhar do Barão de iluminar como nunca.

Os olhos de Lua estavam arregalados enquanto observava o rosto de seu pai.

Eu só fiquei observando tudo em silêncio.

L2: Mirella reagiu como quando soube que você iria ser pai? - cruzei meus braços.

Barão: Ela surtou pra caralho. Me deu logo uns porradão na cara, e ficou me ignorando por semanas. Mas ela já está de boa com essa parada, já que quando tudo aconteceu, nós dois não estávamos mais juntos.

Eu apenas balancei a cabeça e voltei a ficar em silêncio. Barão acariciava o rosto da filha, enquanto murmurava o quanto a menina era realmente linda.

E eu até queria sentir raiva dele por conta da parada com a Marina. Mas que direito eu tinha de fazer isso?

Neguei um filho a Marina, e agora eu apenas tinha que aceitar que outro tinha chegado e dado esse presente a ela. Então, eu não conseguia ter raiva do Barão, ou sequer da Marina.

Barão: Vai resolver quando o b.o com a Yumi? Ela continua querendo invadir aqui...

L2: Ainda hoje aquela desgraçada paga por ter fodido com a vida da Marina. - respondi, e ele sorriu. - Fica vendo, pô.

******

Meus olhos estavam grudados na delegacia onde Yumi comandava tudo. Eu estava no terraço de um prédio uma rua antes da do departamento. Daqui tinha um visão certeira da onde a filha da puta se escondia.

Tinha alguns soldados ao meu lado, com suas armas prontas para qualquer merda.

Eu estava limpo. Segurava apenas um celular descartável na mão.

E então eu digitei o número de telefone da desgraçada. Tocou algumas vezes, antes dela atender.

Ligação:

Yumi: Alô? Delegada Yumi falan...

L2: Luan Freitas na voz. Tá lembrada?

A linha ficou em silêncio, e logo peguei a visão que ela estava pedindo para rastrearem meu celular.

L2: Não adianta rastrear essa porra. Vai aparecer um endereço totalmente aleatório. - suspirei.

Yumi: O que é que você quer, Luan? - sua voz era dura.

L2: Nada demais, pô. - dei risada. - Mas você não achou que eu deixaria essa porra de lado depois de tudo o que tu fez, né? Se tu achou, foi de besta.

Yumi: Eu fiz o que eu tinha que fazer. Ela matou meu irmão, e...

L2: Eu não quero saber, caralho. Agora cala a boca, e me escuta. - mandei, e ela se calou. - Tu vai fazer o seguinte...

Yumi: Eu não vou fazer nada.

L2: Cala a boca, porra. - minha voz saiu mais alta. - Se tu não fizer o que eu mandar, eu vou explodir a sua delegacia, com você e essas cambada de filho da puta dentro. E não ache que tô blefando, porque nessa madrugada, mandei alguns caras pôr diversas bombas em lugares que você nunca perceberia. Então, me ouve, e obdece.

Consegui ouvir ela engolindo em seco, e aquilo me fez sorrir.

L2: Você, sozinha, vai sair dessa delegacia, e vai ficar na porta até receber seus presentes. Tá ouvindo?

Yumi: Eu não...

L2: Você vai sim. E se tentar avisar alguém, eu vou explodir essa porra. Não tô de brincadeira pro teu lado não, caralho. Presta a atenção.

Ela ficou em silêncio.

L2: Agora, pode sair e esperar na porta. Sozinha.

Com a outra mão livre, eu sinalizei para o soldado que estava ao meu lado. Ele me entregou a sniper, e eu coloquei a chamada no viva a voz.

Me agachei no chão, posicionando a arma, e mudando na porta da delegacia. A arma já estava com o silenciador.

L2: Cadê você porra?

Yumi: Eu estou saindo, inferno.

E então ela apareceu na porta, com o celular no ouvido, olhando para todos os lados a minha procura.

L2: Isso. Muito bem. Agora se ajoelha.

E ela se ajoelhou. Yumi já sabia o que aconteceria dali em diante

Eu mirei certeiro no peito dela e então, atirei. Diversas e diversas vezes.

O sangue escorria de seu peito conforme eu atirava cada vez mais, direcionado todo o meu ódio naquelas balas.

Quando finalmente parei, olhei para meus soldados, confirmando com a cabeça.

E então, eles apertaram o botão das bombas e tudo se explodiu.

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