**Capítulo 21**

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Abri meus olhos devagar, sentindo um aperto no meu peito. Resmunguei baixo, e quando fui ver ela o Luan apertando.

Ele estava deitado no meu peito, com uma mão por baixo da camiseta apertando levemente o meu seio. O cara forçava o dedão no bico do meu peito, enquanto olhava fixamente pra parede.

Marina: Que foi, em? - perguntei baixo, e ele nem se quer desviou o olhar da parede. - Luan?

L2: Nada pô, nada...- suspirou. - Foi mal por essa madrugada, só estava estressado desde que sai do Paraguai, e descontei em tu.

Marina: Como sempre! - fiz careta. - Mas tudo bem.

L2: Tava com saudades de tu, pô, na moral. - levantou o olhar pra mim, e eu sorri de lado. - Senti tua falta pra caralho nesses três meses.

Marina: Também senti a sua. Não tava aguentando mais. - passei minhas unhas por sua nuca. - Pensei que você ia voltar só daqui duas semanas.

L2: Resolvi a parada o mais rápido possível pra voltar pra cá. Tava aguentando mais ficar lá, não. Só dor de cabeça.

Murmurei apenas um 'uhun', e ficamos em silêncio mais uma vez, com ele ainda massageando meu peito, e eu passando a unha pela sua nuca.

L2: Tu trabalha hoje? - balancei a cabeça concordando. - Vou resolver só algumas paradas lá na boca, e vou ficar em casa alguns dias.

Marina: Minha outra folga é amanhã. Da pra gente sair...

L2: Pra onde tu quer ir?

Marina: Sei lá, amor. Um lugar fora do morro, mas discreto pra ninguém ir atrás da gente.

L2: Vou pensar em um lugar maneirinho pra nós ir.

Dei um sorrisinho de lado pra ele, e segurei em seu rosto, dando um selinho em sua boca.

L2: Amo tu.

Marina: Também te amo!

******

Sai de casa de mãos dadas com o Luan, e ele já foi subindo na moto. E enquanto eu ajeitava o capacete, a Marília saiu de casa.

Assim que me viu, acenou pra mim, e eu fiz o mesmo pra ela. Subi na garupa do Luan e ele foi descendo a favela até a sorveteria.

Queria ficar o dia todo deitada na cama até a hora do trabalho, mas Luan insistiu em descer aqui na sorveteria.

Mas eu até vim felizinha, sabendo que poderia me entupir de sorvete, já que quem irá pagar, é o Luan.

Já fui entrando ali, e pedindo uma cestinha com quatro bolas, duas de morango, e as outras de chocolate branco e abacaxi ao vinho.

Luan só pediu um milk shaike e nós dois nos sentamos em uma mesinha ali na parte de fora da sorveteria.

Encostei minha cabeça no ombro do Luan, e entrelacei nossas mãos. Ele passou o braço por cima do meu ombro, dando um beijo em minha cabeça.

Ih, nem parecia o Luan ogro que é comigo na maior parte do tempo.

Não posso negar, tô até estranhando esse comportamento dele. Mas ao mesmo tempo estou amando, mesmo com um pé atrás.

Sinceramente espero que ele não tenha feito alguma besteira. Sei lá.

Marina: Depois preciso conversar um bagulho sério contigo...

L2: O que rolou?

Marina: Nada! Só quero conversar com você sobre uma parada aí.

Ele apenas balançou a cabeça, e ficamos ali em silêncio, até a mulher vir entregar nossos sorvetes.

- Ala, os patrões...

Ouvi a voz do KL, e me virei encarando ele vir na nossa direção. Ele estava sem camiseta, com a fuzil atravessada nas costas.

Fazia tempos que eu não via esse menino, e na real tinha até esquecido dele.

Marina: Tava aonde, garoto?

KL: Missão, pô. - fez careta, se sentando no minha frase. - Firmeza, patrão?

Outra vez, Luan só balançou a cabeça, e ficou quieto. Tô entendendo esse comportamento estranho desse homem não. Euem.

Marina: Cadê suas ficantes?

KL: Sei lá. Não sei nem se tenho mais ficantes. Ninguém me quer mais não! - fez bico, e eu ri.

L2: Nandinho disse que tava a Carol e a Bruna se batendo na praça por sua causa. Ala. Tem que dar um jeito nessas malucas, se não vão acabar careca por ficar de palhaçada na rua. Só um aviso!

KL: Já falei mil vezes pra essas criaturas pararem de show. - negou com a cabeça, cruzando os braços. - Maior neurose elas.

Marina: Ninguém me quer mais não...- imitei ele, que me olhou dando risada. - Eu só vejo as malucas atrás de ti, brigando e saindo na porrada por conta de você.

KL: Tô longe de caô com essas loucas daqui da favela. Tô de olho mesmo é em uma burguesa que colou no baile da semana passada. Maior princesa!

Fiquei trocando mó ideia ali com ele sobre essa menina que ele viu no baile. Eu dava cada risada escandalosa com as coisas que ele falava, que o povo só ficava me olhando feio, me achando uma maluca.

Luan não abriu a boca, e assim que terminou o milk shaike, já foi me chamando pra irmos embora logo.

Me despedi do Kléber, e fui indo até a moto com o L2. Subi na garupa arrumando o capacete em minha cabeça, e ele já foi ligando a moto, saindo a milhão dali.

Assim que paramos na frente da casa, ja vi a Marília sentada na calçada junto com a mãe.

As duas olharam pra gente com umas caras estranhas, que eu já fiquei meia assim na hora. Tava nem entendendo isso, euem.

Mas eu nem dei bola, entrei pra dentro de casa junto com o Luan, que já veio me agarrando que nem um louco.

******

Desculpem a demora em.

Mas enfim, cap novo dessa história agora só sexta
✋🏻👺

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