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Hanna Dixon Raleigh

O dia passou voando, porém Eugene e eu estávamos tendo sucesso com nossas pesquisas, o que era ótimo. Encerramos mais um dia, e já planejamos o que fazer amanhã. Vamos começar a fazer testes com as vacinas que não foram testadas no sangue que Carl nos emprestou.

— Eu estou confiante. – digo encarando Eugene. – Somos uma ótima dupla.

— Concordo com você. E também estou muito confiante. Se tivermos sucesso em nossa missão, tenho certeza de que tudo voltará ao normal daqui alguns anos. – Eugene respondeu limpando suas coisas.

— Bom, eu tinha combinado com o Glenn de sair e dar uma olhada por aí. Carl vai ficar com você, não vamos demorar, está bem?

— Claro.

Tomei um banho rápido antes de sair, juntei minhas coisas e encontrei com Glenn no portão principal. Primeiro fomos até o beco onde deixamos nosso caminhão, apenas para garantir que ainda estava lá. Voltamos a andar pelas ruas vazias de Washington, e tudo parecia estar tranquilo. Nada de novo, apenas meia dúzia de zumbis e um enorme nada.

— Acho que você vai ter que voltar na frente. – digo acompanhando os passos de Glenn.

— Como assim?

— Tem muita coisa de que Alexandria precisa no laboratório, e os mercados desse bairro estão praticamente intocáveis. Vai dar para levar tudo no caminhão, e a despensa de casa estava quase vazia, precisam disso, e talvez duas semanas seja muito para esperarem.

— Mas, e vocês?

— Quando chegar, você pode mandar o Daryl com o caminhão de volta para levarmos mais quando chegar a hora de voltar.

— Tudo bem... Serão apenas umas nove horas que ficarão sozinhos... Acho que não terá problemas...

— Vamos ficar bem.

— Eu vou amanhã bem cedo então.

— Certo.

— Está tudo bem?

— Mais ou menos.

— Aconteceu algo?

— Carl e eu... Enfim...

— Droga! Sabe o que vai acontecer se Daryl souber que aconteceu isso debaixo do meu nariz?

— Ele não vai saber. Ele não precisa. Mas é que, eu não sei o que vai ser daqui pra frente, sabe? Eu sei que o sentimento que Carl e eu temos um pelo outro é forte, mas eu disse que queria que tudo fosse diferente do que era antes.

— Então vai ser só sexo?

— E se for?

— Hanna! Primeiramente que, eu acho que é muito cedo para estarem transando. E segundo que, vocês dois se amam, mesmo que você diga que é só sexo, nunca será só sexo. Vai ter sentimento, e se continuarem se enganando e mentindo, não vai adiantar nada, só estarão perdendo tempo.

— E o que eu vou fazer então? Queremos ficar juntos de alguma forma, mas não sei se estou pronta para namorar com ele de novo.

— E quer usá-lo como seu escravo sexual?

— Não! Que horror, Glenn.

— Conversa com ele, pergunta o que ele acha sobre isso. Cheguem a uma conclusão juntos. Mas não façam joguinhos um com o outro. Deixem tudo claro. É o que tenho a dizer.

Enquanto pensava sobre tudo que havia conversado com Glenn, ele e Carl enchiam o caminhão com os suprimentos que levaria para Alexandria. Combinamos de conversar depois do jantar, mas para ser sincera, não sabia direito o que dizer.

— Glenn já foi para o posto dele, eu vou ter que acordar mais cedo amanhã, já que ele vai voltar para casa. – Carl diz entrando no quarto e tirando seu chapel. – Sobre o que queria conversar?

— Sobre nós dois e o que está acontecendo. – respondo deixando meu livro de lado.

— Pensei nisso o dia inteiro.

— E o que você acha?

— Acho que não somos mais crianças, já temos idade o suficiente para decidir as coisas e chegar em um acordo juntos. Mas, eu como homem, tenho que priorizar a sua escolha. Se disser que não quer entrar em um relacionamento comigo de novo, eu vou entender e vou aceitar.

— Eu sei que eu quero você, mas eu ainda não sei como eu quero você. Entende?

Deu pra ver no olhar de Carl que aquilo de certa forma havia o abalado. Parando para analisar o que eu havia dito, não escolhi as melhores palavras.

— Não, eu não entendo. Desculpe. Parece que, atropelamos as coisas de novo. Não deveríamos ter feito aquilo, já que está confusa em relação a mim.

— Eu não me arrependo.

— Não disse que me arrependo, eu te amo, Hanna. Foi ótimo. Mas, eu sei o que eu quero, sei que amo você intensamente, e sei que quero passar o resto da minha vida ao seu lado, sei que quero ser seu namorado, seu noivo, seu marido e o futuro pai dos seus filhos. Eu sei que te amo o suficiente para planejar a minha vida e a minha família com você, mas se não é isso que você quer, se você não sabe o que quer comigo, eu acho melhor a gente parar, o que quer que seja que tínhamos, por aqui. Eu já vivi confusões de mais, não quero viver confusões outra vez.

Quem imaginaria que depois de tudo que passamos, eu iria acabar estragando tudo, e o pior, acabaria machucando a pessoa que mais amo. Queria me sentir péssima, mas acho que naquela altura, estava feliz por ele sentir na pele o que eu senti.

***

Glenn já havia saído, e o clima ente Carl e eu não estava nada bem. Ele não quis dormir comigo, e eu, nem dormi. Depois de uma noite péssima, tive um dia péssimo. Nada estava dando certo.

— Não, não é assim. Meu Deus, Eugene! O que está acontecendo? – digo elevando o tom encarando o mesmo que me encarava de volta com certo medo.

— Eu sinto muito, eu nunca havia usado um objeto tão avançado como esse. Eu era apenas um professor de ciências, não um Albert Einstein. – ele responde se afastando da mesa.

— Não sinta... – suspirei me encostando na mesa. – Eu é quem sinto muito... Não consegui dormir, isso me deixou um pouco estressada. Vamos fazer uma pausa e comer alguma coisa. Daryl chegará a qualquer momento.

Fizemos uma pausa, como eu havia sugerido, e Eugene fez ótimos sanduíches para nós dois. Não demorou muito para ouvirmos o som do portão da frente ser aberto, então corri para abraçar Daryl.

— Como foi a viagem? – digo após me separa do abraço.

— Foi tranquila, mas encontrei com alguém no caminho. Acho que você vai querer ver quem é. – Daryl responde me dando espaço.

— O que? – volto minha atenção para o portão onde a tal pessoa estava parada me encarando.

— Meu Deus, Hanna? – ela diz de olhos marejados.

— Mamãe?

𝚃𝚑𝚎 𝚗𝚎𝚠 𝚆𝚘𝚛𝚕𝚍 𝚘𝚏 𝙳𝚎𝚊𝚍 [𝙲.𝙶] - [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]Onde histórias criam vida. Descubra agora