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Hanna Dixon Raleigh
six years later

Seis anos se passaram desde que demos um fim a guerra contra os Salvadores, e desde então, vivemos dias de paz e comunhão com as outras comunidades. Nosso número tem ficado cada vez maior, e com o passar do tempo, temos alcançado mais e mais pessoas. O plano corria bem.

— RJ, volta aqui! – dizia enquanto corria atrás do garoto pela casa. – Não pode fugir do banho pra sempre.

— Opa, peguei você! – Judith disse encurralando o irmão. – Se continuar assim, a Hanna não vai mais ler histórias pra você dormir.

— Desculpa, Hanna. – RJ disse me encarando com um biquinho fofo. – Ainda vai contar histórias pra mim?

— Se você tomar banho rapidinho, eu conto quantas você quiser. – respondo.

Judith me ajudou a encher a banheira, e então deixamos RJ tomar seu banho. Logo Michonne e Rick chegaram, e os dois se encarregaram de cuidar do filho. Aproveitei a "folga" e fui com Judith até a casa dos meus pais.

— A Hanna voltou! – Gracie grita assim que eu entro em casa.

— Cadê o meu abraço? – digo me abaixando a altura da garota e ela corre me envolvendo em um abraço apertado. – Que saudades desse abraço.

— Mas eu te dei um desses hoje de manhã. – ela diz após se afastar.

— Olá, Gracie. – Judith diz a encarando com um sorriso.

— Olá, Judith. – Gracie responde cruzando os braços.

Gracie era filha de um dos Salvadores, porém ele acabou morrendo no meio da guerra. Aaron a resgatou e trouxe para casa, e quando a conhecemos, ficamos apaixonados. Ele e o Eric decidiram adotar ela, e eu fiquei muito feliz por ter uma irmã, já que esse foi sempre o meu sonho.

O verdadeiro problema veio mais tarde quando Gracie começou a crescer. Judith sempre foi muito apegada a mim, então estávamos sempre juntas. Quem não gostou nada disso foi a Gracie, que mesmo depois de todos esses anos, não suporta ver Judith perto de mim.

Judith, Grace, Hershel e RJ são minhas crianças favoritas no mundo, e tudo que eu queria era que Judith e Grace se dessem bem. Carl teve a ideia de fazermos uma viagem, apenas nós dois e as crianças, e talvez isso aproximaria as duas.

— Já veio buscar a Gracie? – Eric diz aparecendo na sala.

— Vim ver vocês e ajudar ela com as malas, nós vamos sair a noite. – respondo.

— Vou preparar o almoço então. Daryl está voltando para casa hoje, já deve estar chegando.

— Ele ficou de trazer o Hershel. Vou subir com as meninas, não quero deixar o Carl esperando.

Gracie segurou em minha mão e me puxou em direção as escadas. Subimos juntas, sendo seguida por Judith, e assim que entramos no quarto começamos a separar as coisas da minha irmãzinha.

— Gostei do que fez aqui. – digo analisando a decoração do meu antigo quarto. – São nossas fotos? Você fez um mural, Gracie!

— Eu imaginei que iria gostar. Eu não queria transformar o quarto, queria deixar com um pouco da sua essência. – Gracie disse mostrando a estante com alguns livros e revistas em quadrinho.

— Mas o quarto agora é seu, Gracie. Tem que ter a sua essência também.

— As paredes estão todas rosa agora, tem essência minha até de mais!

— Verdade...

— Olha, eu estou aqui também. – Judith disse animada após se ver em uma das fotos no mural de Gracie.

— Foi a única foto que eu consegui da minha irmã com o Carl. – Gracie disse dando de ombros. – Vou pegar biscoito pra gente, eu estou morrendo de fome!

— Ela me odeia. – Judith disse após Gracie sair do quarto. – Acho que eu não deveria ir acampar com vocês.

— Ela não te odeia, Judi. Ela apenas não conhece a garotinha incrível que você é, e essa viagem é justamente para as duas se conhecerem. Eu tenho certeza que ela irá mudar de ideia, confia em mim!

— Eu confio, mas a Gracie não parece nada disposta a ser minha amiga. Mas por mim tudo bem, desde que eu tenha você, o Carl e o RJ, não me importo com o resto.

— Mas é importante pra mim que vocês duas se entendam. A Gracie é minha irmã, e você é a minha bebê favorita!

— Hanna, eu não sou mais bebê!

— Você sabe muito bem que continua sendo pra mim.

— Realmente você me trata como um bebê, mas eu não sou. E eu sei que é importante pra você que eu me dê bem com a Gracie, e é só por isso que eu ainda insisto em ser amiga dela.

— E eu agradeço por você tentar. Eu sei que ela é um pouco difícil de lidar, mas quando a fase do ciúmes passar, vai ser mais fácil de conviver.

— Eu só espero que essa fase passe logo...

Gracie voltou com os biscoitos, e assim que enchemos nossas barrigas, começamos a arrumar as coisas da garota. Seria apenas uma semana, então não pegamos muita coisa, apenas o necessário.

Como prometido, Eric preparou o almoço. Aaron voltou para casa com Daryl e Hershel, e então nos reunimos a mesa para comer. Hershel estava bem maior desde a última vez que o vi, e aquilo me fez perceber o quanto o tempo estava passando rápido.

— Eles crescem tão rápido... – comentei encarando Daryl.

— E eu não sei? – Dixon respondeu me encarando de volta. – Você era uma pirralha quando te conheci, e agora já é uma mulher...

— Verdade, nossa garotinha se tornou uma mulher... – Eric disse me encarando melancólico.

— Uma mulher incrível. – Aaron completou.

— Vocês podem ir parando por aí se não eu vou acabar chorando.

Depois do almoço arrumei a cozinha com a ajuda de Daryl, e então ele saiu para resolver alguns assuntos com Rick e a Michonne. Carl apareceu mais tarde para pegar nossas mochilas e levar as mesmas para o carro. Antes de sair, me despedi dos meus pais e deixei mais trabalho para nossa equipe do laboratório.

— Estamos prontos para ir, eu acho. Eu tô com aquela sensação de que esqueci alguma coisa... – Carl diz analisando pela milésima vez suas coisas na mochila.

— Nós pegamos tudo, Grimes. Tenta relaxar um pouco.

— Então vamos?

— Vamos!

𝚃𝚑𝚎 𝚗𝚎𝚠 𝚆𝚘𝚛𝚕𝚍 𝚘𝚏 𝙳𝚎𝚊𝚍 [𝙲.𝙶] - [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]Onde histórias criam vida. Descubra agora