48| Não somos namorados

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— O que aconteceu com ela? — perguntou Rodrigo, com um olhar de preocupação, só então percebi que não tinha contado sobre a doença da minha mãe.

Realmente não tinha porquê de eu contar sobre isso.

— Ela passou mal, teve que ir pro hospital. — falei, vestindo minha camisa. Olhei as horas e eram 6:00 horas.

— Passou mal?

— Ela tem câncer. — falei, me levantando. Ele ficou em silêncio, absorvendo a informação. — Sinto muito.

— Relaxa.

— Você vai sozinho? Eu vou com você. — ele se levantou e pegou na minha mão. — E não tente me impedir.

— Você é inacreditável. — falei, sorrindo.

— É, eu sou. — ele me olhou, e depois de alguns segundos assim, resolvemos finalmente ir para o hospital.

De novo.

Depois daquele dia na festa, Luiz e eu nunca mais nos falamos, talvez porque ele ainda estava se sentindo um lixo, ou que achasse que o seus pais não o amavam. Eu não vou mentir, eu não sabia o que fazer, não sabia como ajudar. Eu não ajudei nem mesmo a minha mãe.

Mas ajudar como? Eu nem sequer era médico. Talvez nem os médicos sabiam como ajudar. Porque minha mãe, assim como o Luiz, estavam a beira da morte.

— Como você tá? — perguntou Rodrigo, enquanto dirigia rumo ao hospital. Aquele maldito hospital.

— Não sei. Talvez me sentindo culpado por não ter ido visitá-la antes. Eu devia ter ido. E se ela piorou por que eu sumi? — eu falava sem parar, imaginando mil coisas na minha cabeça, e confessando, nenhuma era coisa boa.

— Ei, não é assim que funciona. Ela está com saudade, mas acredito que não tenha sido por sua causa. — ele disse. — Eu acho. Só pensa positivo, ok?

Meu celular apitou, olhei e era uma mensagem de voz de Hugo.

Viado, onde tu dormiu? A noite foi boa, não é, safada? Humm, me conta tudo! Eu tô indo pro Hospital, soube que sua mãe passou mal. A gente se ver lá.

Rodrigo gargalhou ao terminar de ouvir o áudio.

— Quem é esse?

— Meu melhor amigo, o Hugo. — falei, sorrindo.

Eu tô indo pro hospital.

Respondi, bloqueando o celular logo depois.

...

Enfim, chegamos ao hospital, e como sempre, senti um nervosismo ao passar por aquela porta. Rodrigo ficou me esperando enquanto eu ia na recepção, eles me disseram que minha mãe está no quarto 144.

— Ela está no quarto 144. Você vem? —  eu disse. Ele assentiu, e então caminhamos por aquele corredor triste.

Ao nos aproximar, vimos Hugo e o Luiz sentados. Ao ver nós dois, Hugo veio correndo e me deu um abraço.

— Migo, tá tudo bem? — ele me deu mais um abraço apertado. — E você trouxe seu namorado? Ainn.

— Ele não é...

— Não somos namorados. — Rodrigo disse, sem jeito. — Me chamo Rodrigo. — ele disse, estendendo sua mão.

— Hugo, melhor amigo do Jason. — Hugo ignorou sua mão e deu um abraço no Rodrigo, pegando o mesmo de surpresa.

— Luiz, você veio. — falei, sorrindo. Fui até ele e dei um abraço apertado nele. — como você está?

— Eu tô bem, eu acho. Assim que soube da sua mãe vim correndo, acheo que você precisaria de apoio. — ele disse, sorrindo, com suas mãos no bolso da sua bermuda.

O Cara Que Me Dominou ( Romance Gay ) | CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora