Demorei?
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E
sperei alguns minutos para que dona Rúbia respirasse fundo e se desse conta de que não tinha que mentir para mim, eu tinha ouvido, com todas as letras, que um cara partiu o coração do meu namorado. Tá legal. Ela não disse exatamente que um cara partiu seu coração, mas concerteza deu a impressão que sim.
Alguém feriu o Erick.
- Não vai falar? Quem é esse cafajeste e o que ele fez para meu namorado? - perguntei calmo, até demais. Ela continuou calada, e minha paciência estava indo embora a cada segundo.
- Não é nada! Nem era para você ter escutado! - ela ia sair, mas peguei levemente no seu braço.
- Dona Rúbia, eu te peço, me conta tudo agora ou... eu vou enlouquecer! - falei, quase suplicando. Solteiro seu braço e esperei sua resposta.
Ela respirou fundo, limpando ambas as mãos - que nem estavam sujas, talvez estivessem suadas - no seu avental florido. Ela apontou para uma das cadeiras e então me sentei novamente.
- Bom, por onde eu começo? - disse ela, mas por ser uma pergunta retórica, não respondi. - O Erick entrou para essa vida muito cedo. Não teve escolhas, seu pai ( meu irmão) queria isso, mesmo não se importando muito com Erick. Ele queria que seus descendentes seguisse os mesmos passos, eu acho isso muito injusto. Fico muito triste por o meu pequeno não ter conseguido ser o que tanto queria, ator... Mas como disse, ele não teve escolha.
- Seja mais direta, por favor! - pedi, e mesmo que eu quisesse saber de toda a história do meu namorado, eu estava sedento para saber de fato, o porque do Erick não poder mais amar.
- Tá bom. Com a vida totalmente dedicada ao morro, a vida do crime: o Erick acabou se descobrindo gay, ele se desesperou, veio me pedir ajuda, porque segundo ele: Ele não queria ter aquela doença. Eu o ajudei sobre isso, disse que não tinha nenhum problema em amar uma pessoa do mesmo sexo. E... Foi quando ele se apaixonou pela primeira vez! Ele se chamava Carlos - Então o cara da festa tinha mesmo alguma briga com o Erick, mas por que eu não não pensei nisso antes? - Eles faziam um casal perfeito, se amavam de uma forma tão linda, todos os moradores daqui apoiavam o namoro, mas... Algo mudou. Carlos não o amava tanto assim, na primeira oportunidade, ele traiu o Erick. Meu pequeno ficou arrasado. Erick teve uma oportunidade de mata-lo, literalmente, mas ele o amava tanto que não conseguiu. Hoje o Carlos vive no morro como se nada tivesse acontecido, ninguém questionou o motivo do término, por isso eles não sabiam o real motivo.
Eu estava surpreso, muito triste com tudo que Rúbia dissera para mim, eu nunca sequer, em todos os momentos que passamos, imaginei que ele teve uma dura e horrenda, desilusão amorosa.
- E você apareceu - disse ela, chamando novamente minha atenção, e tirando-me um sorriso. - Fez algo que nunca imaginei, conseguiu fazer com que meu pequeno voltasse a amar. Ele te ama, Jason. Por isso não cometa o mesmo erro do maldito.
Eu nunca ia magoar o Erick, eu o amava, e sempre ia valoriza-lo como ele merece.
- Isso nunca vai acontecer, eu amo o Erick, e quero fazer com que ele saía dessa vida, volte a ser uma pessoa normal, ter uma vida normal, nem que seja a única coisa que eu faça. - disse, convicto. Ia ser uma tarefa difícil, mas eu ia tentar e lutar com todas as minhas forças.
...
As coisas que ouvi de Rúbia, ficaram remoendo a minha cabeça por horas, tudo que eu pensava me levava Ao Erick e a sua desilusão amorosa com o Carlos. Eu devia deixar aquele assunto de lado e seguir minha vidinha como se nada tivesse acontecido, mas algo em mim dizia: "Jason, vai tirar suas próprias conclusões " e eu me amaldiçoava por querer ouvi-la.
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O Cara Que Me Dominou ( Romance Gay ) | CONCLUÍDO
RomanceO dia fátidico no morro do alemão tinha tudo para dar certo para Jason e seu amigo Hugo, onde eles faziam um trabalho. Mas nem tudo saiu como planejado e tiros foram escutados por toda parte, fazendo assim todos ficarem desesperados, incluindo ele...