23| Simplesmente Irritante

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O dia que se seguiu foi simplesmente uma merda!

Na minha casa por exemplo: meu pai e eu não estávamos nos falando, obviamente. E esbarrar nele, literalmente, me causava estranheza. Era como se fôssemos desconhecidos. Mas ainda era cedo e, por mais que eu quisesse perdoa-lo, eu não conseguia. Eu ainda estava decepcionado.

O mesmo era com o Hugo; vivíamos nos olhando nos corredores da escola, ele tentava aproximação, e falhava miseravelmente. Ele era meu único e melhor amigo naquele fim de mundo, e sem ele estava chato e sem vida.

Eu adorava as brincadeiras dele, seu jeito afeminado...

- Filho? Está me ouvindo? - perguntou minha mãe, interrompendo minha linha de raciocínio. Ao seu lado estava seu namorado, o tal português que ela sempre falava. Ele chegou no dia anterior, e estava sendo estranho para nós.

Às vezes eu não entendia o que ele falava, por mais que parecesse muito com a nossa língua.

- O que? - falei, e então eles riram. Digo por Petrus, sim, esse era o nome dele, e por minha mãe. Meu pai não estava, ele foi bem cedo trabalhar. Segundo ele: ele não queria esbarrar no namorado da minha mãe.

- Eu perguntei como estava na escola - repetiu.

- É, até que tá legal.

Disse, e morreu alí mesmo. Eu não estava afim de falar, como sempre pela manhã. Eu não era como se eu fosse um bipolar maluco como meu pai, que em momentos estava feliz, brincalhão e extrovertido, e que em outro ficava totalmente rabugento. Acho que ele bateu record nesses últimos dias, já que o Petrus - um nome maravilhoso. Sério, quando eu tive meu filho, vou por um nome igual a esse -, sendo um amorzinho como é, vive pela casa.

Uma vez ouvi ele discutindo com a mãe, sobre a vinda dele pra cá.

- Preciso de carona para à escola, e já que o motorista tá de folga... Petrus, poderia me levar? - falei, me levantando. Peguei minha mochila no sofá.

- Claro! Posso ir, bebê? - ele pergunta à minha mãe, seria bem fofo senão fosse totalmente desnecessário. Minha mãe nunca foi abusiva em questão às saídas do pai e não ia ser diferente com o Petrus.

- Acho que não tem problema... - disse ela, se levantando em seguida - Acho que vou com vocês também, meu trabalho fica no caminho.

***

A viajem até a escola ocorreu normalmente bem, o Petrus estava contando como o Brasil era diferente de Portugal, que a cultura daqui parecia ser bem bonita. Deixa só ele ver o caos que era o Rio de janeiro, ele ia mudar de ideia rapidinho.

- Adoraria ir numa dessas praias, são muito elegantes. - eu ri. Porque simplesmente nunca havia visto alguém dizer que as praias são elegantes. - Trazes-me um dia aqui, Luíza?

- Claro! Mas tem que ser em um final de semana, ando bastante ocupada. E Petrus, temos que arranjar logo um lugar para morar, odeio ter que ficar na casa do Mário.

- Sim, temos. Onde tens lugares maravilhosos para viver?

- Acho que... Não existe - disse, olhando para minha mãe, ela dá de ombros. - Petrus, o Brasil é verdadeiro inferno. Paramos no século 19. - falei, e então rimos.

- Não corte o barato dele, Jason... - falou minha mãe, abraçando o Petrus por detrás do banco, já que eu estava na frente.

Eu tive que mudar a rádio, já que naquele dia resolveu sair músicas horríveis. O som de Breathe, de Louv, começou a tocar. E ela me lembrava o Erick.

- Tenho que mandar mensagem para o Erick, não falo com ele há horas. - disse, pegando rapidamente meu celular

- Ele deve estar ocupado... Manda mais tarde. - disse minha mãe, e resolvi obedecer.

- É verdade, talvez seja melhor. - disse, guardando novamente o celular no meu bolso.

- Quem és Erick? Seu namorado? - perguntou Petrus, curioso.

- Hã... É sim. - disse, e então ele se calou. Ainda era difícil dizer abertamente à um quase-desconhecido que eu tinha um namorado

Ao parar no estacionamento da escola, vi o Hugo na frente do portão, com o meu pai...

- Então os dois resolveram assumir? - perguntei, esquecendo completamente da presença de Petrus .

- O que disseste, pequeno Jason?

- Ah, não é nada, Petrus - falei, gentilmente. - Obrigado por me trazer até aqui. E... Posso te dar um abraço?

- Sim, podes sim. Não vejo problemas - então eu o abracei, e não, não era para fazer ciúmes a meu pai. Por que eu faria isso?

- Até mais! - disse, me afastando dele e então seguindo para dentro da escola.

Coloquei meus fones e pus Right Now altíssimo para tocar, tive que olhar para chão, senão eu não ia conseguir disfarçar o incômodo que era ver meu pai e meu melhor amigo alí, quase grudados.

E o respeito? O que iam pensar? Que de repente o Hugo virou meu padrasto?

De repente meu pai atendeu um telefonema - eles não me viam, pois eu já estava no pátio -, e logo em seguida saiu.

Sua festa não durou muito tempo, não é Hugozinho?

- Oi - tive um susto ao ouvir o Luiz me chamando, ele sorria e segurava um caderno de anotações na mão direita e com a esquerda, ele apertava a alça da sua mochila

- Que susto, mano! Você parece uma assombração - falei, perdendo minha humildade paciência. Por mais que ele tenha essas tentativas de aproximação, eu ainda o achava um babaca.

- Foi mal. - disse ele, e o silêncio reinou.

Segundos depois:

- Posso sentar?

- Não.

Como se minha ordem não bastasse, ele sentou.

- Por que você e o Hugo não se falam mais? Sei lá, vocês eram tipo, muito grudados, até pareciam namorados... E do nada param de andar juntos, é meio estranho. E o que ele fazia com seu pai lá fora? - eu tive que me segurar para não revirar meus olhos, mentira, eu não aguentei e revirei.

Eu não consigo controlar, tá bom?

- Olha Luiz, mandando a real pra você. Eu não gosto da sua pessoa, te acho superbabaca e creio eu, que nada da minha vida te interessa. Obrigada-de-nada.

- Uau. Que grosso!

- Agora me dê licença, tenho que ir. - falei, me levantando. Eu já ia fugir dele, mas o mesmo entrou na minha frente.

- Pelo menos tenta me conhecer melhor

Puta que pariu, será que ele não entendeu que-eu-não-gosto-dele? Por que Deus? Por jogaste essa maldição em mim?

- EU NÃO.... eu não quero te conhecer melhor, eu só quero poder ir pra merda da minha sala. Pode me fazer esse favor?

- Juro que não vai se arrepender! - disse ele, cruzando os dedos dando beijinhos

- Puta que pariu, mas é chato que o caralho.... Tá legal... Eu saio com você, satisfeito?

- Legal, mas quando?

- Amanhã, Luiz! AMANHÃ! - gritei, passando por cima dele e indo para à minha sala, eu tinha que contar para o Erick.

Era mais por preocupação, e mesmo que o Luiz fosse chato e irritante, ele não merecia apanhar.

EU SIMPLESMENTE ME METI NUMA PUTA ENRASCADA.

*•🌼🌈•*

HEELOOO AMIGUINHOOOOS!?

Está aqui mais um capítulo maravigold para vocês. O que acharam?

E falando do Petrus, eu achei ele fofo e gentil. Hahaha

Amo vocês🌈🌼

O Cara Que Me Dominou ( Romance Gay ) | CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora