51| Nosso último momento juntos.

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                              JASON

- Eu sabia! Sabia que essa mulher tinha alguma coisa de errado! - Rodrigo gritou, assim que foi revelado o grande plot twist da série que estávamos assistindo na casa dele - Ela era quietinha demais, muito paranóica. Me diz que não fui o único a pensar nela como assassina?

- Relmente só foi você, amor - Luís disse, e então nos entreolhamos. Luís percebeu e perguntou: - O que foi?

- Você me chamou de amor. - Rodrigo disse, querendo gritar de felicidade, aparentemente. Hugo soltou uma risadinha.

- Não chamei, não. - disse ele, tentando disfarçar.

- Chamou amigo, nós ouvimos. - Hugo disse, rindo.

- Ai, tá bom! Eu disse! - ele disse, e então gritamos. Ele sorriu, jogando pipoca em cada um de nós - Odeio vocês.

Lembrei do Erick, costumávamos ficar assim nos fins de semana. Sentados, comendo e vendo alguma coisa. Eu sentia falta dele, mais do que eu podia confessar. Depois que nos beijamos, ele nunca mais me procurou. Não sabia o porquê, mas eu queria muito vê-lo. Ao menos para saber que ele realmente se importava comigo.

Ou que ainda me amasse. Eu estava magoado. Mas, de alguma forma, eu queria muito estar com ele.

Meu celular tocou, me tirando dos devaneios. Olhei para a tela e vi a foto do meu pai. O que ele queria?
Não nos falamos desde o dia em que minha mãe entrou em coma.

Resolvi atender, poderia ser alguma emergência.

- Oi, Mário. - falei. Ele soltou um pigarro.

- Precisamos conversar. É sobre sua mãe.

- O que aconteceu com ela? - falei, me levantando abruptamente do sofá. Todos na sala me olharam espantados.

- Nada. Ela continua... Você sabe. - ele disse. - Mas quero falar justamente sobre isso.

***

Fazia exatamente 3 semanas que minha mãe estava em coma e que ela não dava sinal de melhoras. Eu estava com medo do que podia acontecer com ela, estava com medo que ela morresse. Nem todo mundo resistia ao câncer, e se ela fosse uma dessas pessoas?

Eu estava com medo que ele me deixasse. Não saberia viver sem ela nem por um segundo.

- O que? Você quer desligar os aparelhos? Mas o que merda você tem na cabeça? - eu falava, assim que ouvi um absurdo daqueles. - Não faz nem dois meses, Mário!

- Jason, escuta... - ele fechou os olhos, respirando fundo. Se ele estava sem paciência eu estava com raiva, com muita raiva. Ao ponto de meter um soco nele. - Os médicos disseram... Disseram que não tem possibilidade de melhoras.

- Então minha mãe vai morrer? - eu me sentei no sofá, estava com ansiedade. Comecei a apertar as mãos.

- Eles não sabem... Só vamos saber quando desligarmos os aparelhos.

- Então como podem dizer que não tem possibilidade de melhoras? Isso é sua forma de se livrar mais rápido dela, pai?

- Não fala assim... Não é isso. Eu amo sua mãe.

- Você só ama você mesmo, pai. Não vamos desligar os aparelhos pai, NÃO VAMOS. - falei - E você, Petrus? Concorda com isso?

- Pequeno Jason, é o melhor a se fazer. - ele disse, cabisbaixo. - Eu...

- Vocês estão loucos... - falei. - Não vamos. Desligar.

Peguei minha mochila e saí, batendo a porta fortemente atrás de mim.

O Cara Que Me Dominou ( Romance Gay ) | CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora