18| Eu não gosto de funk

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Já eram seis horas quando meu pai chegou, evitei qualquer tipo de contato com ele, ainda estava irritado, então eu não queria falar poucas e boas para ele.

"Meu amor, se veste, a gente vai sair, preciso me distrair, me pega próximo de uma padaria"

A mensagem logo foi vista pelo Erick, e em poucos segundos ele respondeu:

"Tá, vou me arrumar aqui. Qnd eu chegar aí, esteja no ponto, odeio esperar flw"

Larguei meu celular em cima da cama, não ia precisar dele, peguei uma toalha e fui tomar um banho. Ao sair, minutos depois, vesti uma roupa menos 'riquinha', passei um perfume, fiz um penteado que combinou perfeitamente com meu cabelo e então minutos depois eu desci para a cozinha

Ao chegar lá, meu pai estava sentado no sofá, ao me ver, ele se levantou em veio em minha direção

- Filho, eu... - ele parou de falar, e então me olhou - Onde você vai?

- Sair. - falei secamente.

- Pra onde? À essa hora?

- Haha. - sorri sem humor - É sério isso? Pai, a partir de hoje, o senhor não se mete mais na minha vida, tá legal? E pode ficar tranquilo, não quero ouvir nada que venha a respeito do seu romance com o Hugo. Aliás, sejam felizes.

- Uh...

- Ah, e eu sou gay! - aquela notícia não pareceu abate-lo, pois ele apenas ficou calado, sem nenhuma expressão - Que coincidência, temos dois membros da comunidade LGBT na nossa família. O senhor é o que mesmo? Gay, bi, passivo, ativo...

- JÁ CHEGA! - ele gritou, me assustando - Eu já te pedi desculpas por tudo, mas não vou tolerar que fale assim comigo. Independente de tudo, eu ainda sou seu pai! E você vai me respeitar, está me ouvindo?

- Hum... Poderia repetir? Acontece que eu não prestei atenção no que meu pai disse

Dito isso, eu sai. Eu esperava que ele me batesse, que falasse mais uma de suas desculpas sem cabimento. Mas não. Ele apenas subiu a escada que dava para seu quarto

Dei de ombros e então sai de dentro daquela casa, tudo aquilo estava me dando nos nervos, literalmente.

Caminhei alguns metros até chegar na padaria, e ao chegar lá, o Erick me esperava com uma expressão irritada. Ele estava encostado no seu carro que eu não prestei muita atenção que marca era

- O que eu disse sobre a demora, Jason? - ele indagou, entrando no seu carro, ao entrar também, fechei a porta.

- Desculpa, meu amor. É que tive problemas com meu pai. Sabe como é.

- Na verdade eu não sei não.

- Então, para onde vamos? - perguntei, ignorando sua resposta.

- É segredo - ele me deu um beijo demorado, e tentei ao máximo me afastar de seu pau, não queria me assustar novamente caso ele estivesse excitado. - Não precisa fugir do meu pau, você ainda vai gostar dele - disse ele, percebendo minhas escapadas

Engoli um seco, me imaginando dando para Erick, e depois andando de cadeiras de rodas

- Acho melhor irmos, não acha? - Falei, tirando todos aqueles pensamentos estranhos da minha cabeça.

Ele gargalhou, ligando seu carro. Ele deu partida e então seguimos rumo ao lugar misterioso.

***
Durante a viagem, eu senti falta do meu celular, não por causa do meu pai ou do Hugo, mas pelas minhas músicas. Era para mim estar ouvindo Jão enquanto olhava a cidade, mesmo já a tendo vista minha vida inteira.

- Erick, me empresta seu celular? - perguntei, com um enorme sorriso no rosto. - Antes que possa perguntar, eu só quero ouvir música.

- Hum. - ele pegou o celular do seu bolso e me entregou

- Muito obrigado! Te amo! - falei, e ele sorriu

- Você só tá dizendo isso por causa do celular. - ele provocou

- É claro que não, seu bobo! - falei, e então o beijei, e uma dor percorreu minha língua, era sangue. - Você me mordeu?

- Sei de nada

- Você me mordeu, seu maluco - falei, e ele riu da minha cara de taxo.

O resto do caminho foi assim, fiquei ouvindo música no celular de Erick, o que tive que baixar spotify e logar na minha conta. Acreditam que ele não tem nada de música no celular dele? Quem vive sem uma boa música?

- Chegamos! - ouvi ele gritar, por a música estar em uma altura absurda. Tirei os fones e entreguei seu celular. - Estava dormindo? Se tiver com sono, podemos ir pra casa.

- Nunca! Vamo logo! - falei decidido, saindo do carro.

Logo após ele saiu também, me olhando estranho

- O que foi? - perguntei, e ele sorriu. Não entendi nada.

- É que você não tem cara de gosta de baile funk - ele falou, só então eu ouvi a música alta. Eu odiava funk!

Mas quem precisa saber disso, não é mesmo?

- É, não tenho mesmo! Mas eu gosto de um bom Funk! Amo o Mc Sabão.

- Mc Sabão? - ele gargalhou - Não seria Mc Lan?

- É, é isso aí mesmo. Foi uma piada, Lan, Sabão... Entendeu?

- Se eu não te amasse, te largaria aqui para os cara te sequestrar. você é muito rritante!

Eu nem liguei muito para as últimas palavras dele, eu só sei que me alegrei com "Se eu não te amasse" e aquilo ficou rodando na minha cabeça.

O Erick me amava, tinha como aquela noite ficar melhor?

Talvez.

-••••-

Ainn, esse capítulo saiu tão foda!

Sabe como vai ficar mais foda? Você votando e comentando!

O Cara Que Me Dominou ( Romance Gay ) | CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora