42| Festas são refúgio para pessoas tristes

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1 dia se passou e tudo estava normal, ou pelo eu estava tentando deixar tudo normal na minha cabeça, quando na verdade estava uma verdadeira bagunça. Mas, não tive notícias ruins. Não teve acontecimentos ruins. 

Os pais de Hugo eram tão legais quanto os do babaca do Luíz,, eles eram super inteligentes e eu amei poder conversar com eles sobre racismo e tudo mais. Eles eram muito inteligentes e bem sucedidos, tinham opiniões formadas e a conversa foi muito boa. 

O pai dele não era bem o pai dele, ele era meio que o padrasto dele, mas o Hugo o considerava um pai. Eles se tratavam bem e quebravam o estereótipo de que todo padrasto é ruim. Hugo me contou que eles eram muito amigos. Falavam sobre tudo abertamente, foi até fácil para ele se assumir. 

— Hugo, o que tá rolando entre você e o Rômulo? — perguntei sem pretensão alguma, só queria saber, eu estava curioso. Ele me olhou e suspirou. 

— Nada, infelizmente. Eu gosto dele, mas tenho que cumprir minha promessa de ficar sozinho. — ele disse. 

— Você não precisa estar sozinho para provar que se ama. Não tem que deixar de amar alguém para provar que tem amor próprio. Não deixe isso passar, Hugo. Agarre aquele homem. — falei, sorrindo. 

— Ele gosta de mim também, ele disse. Antes de toda aquela merda acontecer. Aquele beijo foi muito perfeito, mesmo que me sinta mal por ter traído seu pai. 

— Todos cometemos erros, eu posso dizer de certeza. Mas, você tem que decidir se vai continuar errando ou vai corrigir os que você cometeu e recomeçar. Sei que errei muito, mas estou tentando aos poucos corrigir cada um deles. Mas a questão dos meus pais, do Erick, e de toda aquela merda... Ainda não estou pronto para perdoá-los. Posso estar amanhã, daqui há um mês, daqui há um ano. Mas agora? Não. Não estou. 

— Você é humano, Jason. — disse ele, sorrindo. — Agora sobre o Rômulo, quando você nos viu na escola, ele estava me chamando pra sair. 

— Viu? Ele demonstra sentimentos por você. E o que você disse? 

— Nada, não respondi pois você apareceu. 

— Liga pra ele. Agora. 

— Não, não sei o que falar e eu não sei se quero isso realmente. 

— Só tenta, por favor. — falei, o olhando. Ele levantou o dedo indicador, pensando em alguma coisa, provavelmente teve alguma ideia, pela cara dele. 

— Eu ligo, mas você terá que ir na festa com a gente. 

Desde do dia anterior o Hugo falava e falava de irmos para uma festa, eu, como sempre, me recusava. Eu não estava com cabeça pra nada. Não queria ficar com ninguém, não queria beber, não queria fazer absolutamente nada. Eu era um chato por parar minha vida por alguém que não merecia. 

Mas, para o bem maior, eu iria, mesmo estando sem animação alguma. 

— Tudo bem, eu vou. — falei, e o Hugo começou a bater palmas animado. — Pera, mas seus pais vão deixar? 

— Claro que vão. — ele olhou para o teto e fez um som com a boca — Eu ainda não sei. Mas — ele se sentou e me abraçou de lado  — Tenho quase certeza de que eles vão deixar. 

— Me dá seu celular. — pedi. 

— Pra quê? — Hugo me olhou desconfiado, mas entregou seu celular. 

Procurei pelo contato do Rômulo, e quando achei, liguei pra ele. 

— Jason, não! Jason! Eu nem ensaiei!  — ele tentou tomar seu celular, mas falhou miseravelmente. 

O Cara Que Me Dominou ( Romance Gay ) | CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora