20| Quem é cafajeste?

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Tudo que vivi na noite passada, se tornaram cada vez mais intensos na hora de acordar, e os flashs da minha noite maravilhosa de amor com o Erick foram tão rápidos que não pude saborear o prazer da lembrança, talvez eu estivesse cansado demais para fazer esforço.

Ao olhar para o lado, vi um Erick sereno, dormindo feito uma criança, sua barriga subia e descia sintonizada com sua respiração calma, era deveras maravilhoso ve-lo dormindo.

Como alguém como ele pudesse se interessar por mim? Não que eu fosse desinteressante, e que creio eu, eu não era. Mas era diferente, um sentimento novo. Eu sempre pensei que os donos de morros fossem malvados e impiedosos, mas o Erick não; ele é diferente, ele me conquistou desde o primeiro momento, desde que me salvou daquele tiroteio.

Eu amava o Erick.

Dei um beijo na sua testa, e parti para dentro do banheiro - que até então eu nunca havia entrado - e o grande cômodo transmitiu um cheiro agradável de detergente caro. Ao lado da pia de mármore azul, continha um sesto de lixo, e acima dela, havia um grande espelho que refletia minha imagem acaba de ontem de ontem a noite. Do lado esquerdo, tinha uma bancada cheia de produtos - altamentes caros, também - e tinha lubrificante.

- Engraçado, você foi tão inútil, ninguém precisou de você e veja, meu rabo não tá doendo. TOMA! - falei, como se aquele pote pudesse ouvir meu sarcasmo.

Deixei o lubrificante de lado e parti para dentro do box, o chuveiro elétrico parecia estar quebrado, pois a água estava BASTANTE FRIA! Criando coragem, entrei debaixo dele e senti uma ardência no cu ao ser molhado.

- Puta merda! - estava doendo muito. - Desculpa lubrificante! - falei, agora numa posição constrangedora, abrindo o meu ânus e vendo através do espelho, que entendi o porquê de estar dentro do box, o grande "buraco-negro" que se formou, e ao redor, um vermelhidão.

- Que porra é essa? - me assustei ao ver Erick, projetado na minha frente, sua expressão indicava que ele queria rir.

- Erick? Não é que sejamos namorados que você tenha que invadir minha privacidade. - era primeira vez que ficava nú diante dele, e eu estava nervoso.

- Cê tá vendo seu cu através do espelho? Quem faz isso? hahahah - ele riu

- Sai daqui! - falei, indo ao seu encontro.

- Jason, mano, calma aí hahaha - ele dizia, enquanto eu o empurrava para fora do banheiro - Olha, não pega na minha bunda

- Não entre aqui até eu sair, está ouvindo?

Fechei a porta, seguindo de volta para o box.

ERICK

A noite anterior veio com tudo no dia seguinte, ao acordar 5 horas da manhã para mijar, olhei de relance para o Jason, e ele dormia como um anjo, tão calmo e sereno que me senti em paz.

Nunca fui tão amado daquela forma, e última vez que fui, me magoei amargamente, mas naquele momento, eu só queria guardar o Jason em um potinho e protege-lo desse mundo que não o merece. Ele foi o único que não me julgou por comandar o morro, não me julgou por ser um bandido, era isso que eu era. Mas isso parecia não ser um incômodo para Jason, por isso eu o amava.

...

Depois que ele saiu do seu banho, e depois da cena cômica do espelho, eu percebi que algo o incomodava, ele demonstrava felicidade, mas eu sabia que algo havia acontecido para ele ter tido a ideia de ir numa festa, ou melhor, num baile funk, eu tinha certeza que ele odiava funk.

Mas quem nunca fingiu gostar de algo para impressionar a pessoa que gosta?

- Gostou de noite de ontem? - perguntei, mesmo sabendo o óbvio, ele teve que engolir o pão-com-ovo que comia para poder me responder.

O Cara Que Me Dominou ( Romance Gay ) | CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora