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Por Aurora

Já fazia uma semana em que havíamos feito o procedimento, depois da nossa conversa ela não ficou desobedecendo as recomendações médicas, e eu agradeci aos céus. Hoje eu iria fazer um jantar mais romântico, então já havia ligado para a floricultura para arrumar o buquê, já estava encerrando as coisas na empresa.
Foi um dia longo e cansativo, várias marcas entraram em contato para fechar parcerias e colaboração, infelizmente descobri que uma das modelos da campanha de roupas estava roubando alguns cheques meus. Tentei resolver da melhor maneira possível, não expus nem nada, eu tinha provas em vídeo dela, apenas chamei na minha sala, assinei a carta de demissão paguei os direitos dela e pronto ela se foi, sem polícia, sem escândalo e sem o nome da empresa estar envolvido em polêmicas.

Desliguei o computador, arrumei os papéis nas gavetas e tranquei tudo. Sai da minha sala e me despedi da secretaria, entrei no carro e fui em direção a algum mercado próximo.
Fiz todas as compras, fui na floricultura buscar o buquê, eu amava essa loja eles sempre eram extremamente caprichosos depois voltei a dirigir e logo eu já estava na frente do meu condomínio, o fato de mamãe e papai estarem aqui me deixava mais aliviada, assim Ana tinha mais companhia.

Abri a porta com o cotovelo enquanto fazia malabarismo com o buquê e sacolas nas mãos, eu amava chegar em casa, de longe era a melhor sensação, saber que havia uma casa com minha mulher a minha espera fazia meu coração esquentar e se encher de alegria

- cheguei - bati a porta com o pé e fui para a cozinha - aloooo tem alguém em casa?

- oii filha - minha mãe apareceu na cozinha com um olhar estranho. Isso não vai dar coisa boa.

- o que aconteceu? Que cara é essa? Você está bem? Você papai ou Ana se machucaram? - ela usava um vestido longo de florzinhas iguais aos que ela usava quando eu era pequena, minha mãe respirou e ficou quieta por alguns minutos e eu já fui guardando as compras nos lugares

- seu pai e eu estamos bem - ela disse por fim.

- então o que houve com a Ana? - eu falei já me alterando e ficando com a respiração um pouco desregulada

- acho que é alguma virose - ela se sentou na cadeira e respirou - não dei remédios a ela, insistiu que não podia tomar remédio, mas Ana teve febre e diarréia - eu concordei com a cabeça - seu pai foi comprar um soro e coisas para fazer sopa

- certo, ela comeu durante o dia? - minha mãe negou e eu fui até a prateleira onde ficavam as coisas dela. Peguei duas mamadeira, um prato cheio de desenho do jeito que ela amava - você pode fazer aquele chá?

- o que eu fazia quando você era pequena?

- esse mesmo, tenho aquela planta lá na horta, apesar de que não cuidamos muito dela

- tudo bem eu vou fazer, quer que eu faça mais alguma coisa? Eu posso fazer a sopa, você esta cansada chegou agora do trabalho

- obrigada, certo eu vou subir e dar um trato nela, quando você terminar o chá coloque naquela mamadeira, Ana fica manhosa quando está assim

- como da primeira vez que a conhecemos?- minha mãe disse sorridente, eu concordei com a cabeça terminando de cortar as frutas - ela fica fofa quando fica assim

- sim, eu também acho. Enfim mãe eu preciso subir - dei um beijo na testa dela e subi para o quarto com a bandeja.

Abri a porta e entrei, meu corpo levou um choque térmico. Fora do quarto estava uma temperatura agradável, já dentro do quarto estava um forno. Olhei para o ar e estava em 27 graus no quente, na cama havia um morro de cobertas e um ser encolhido a baixo deles, seu corpo tremia. Larguei a bandeja na cômoda e busquei pelo controle do ar, achei o mesmo na mão da Anastacia.

Little angel (Em Pausa) Onde histórias criam vida. Descubra agora