– Bella...
Essa voz não...
Abro os olhos de imediato, o sobressalto envolvendo-me. Com um suspirar, baixo a cabeça e vejo o corpo pequeno da minha filha ao meu lado, sendo amparada por mim, com os braços pequenos envolto da minha cintura dolorida. Me levanto com dificuldade junto com ela, colocando-a em meus braços. Minhas pernas doem e meu rosto lateja dos socos desferidos na noite passada, quando eu não consegui obedecer às ordens de ficar quieta..., mas eu não podia, eu não conseguiria ficar quieta se o ato que ele começara a praticar me fazia sentir uma dor tão insuportável, mas tão insuportável que eu preferia receber o castigo físico de tapas, socos, do que o sentir sobre mim, me maculando e machucando ainda mais por dentro.
Só de escutar sua voz de fundo, um tanto longe, o meu corpo todo reage negativamente. Minhas mãos tremem sem que eu consiga as controlar, meu coração dispara em uma taquicardia com medo do que pode acontecer se eu não for uma boa menina.
Assim como eu não fui uma boa menina quando ele me trouxe para cá, quando ele me tirou do meu marido, quando ele me tirou do meu Lorenzo...
Eu tentei fugir, tantas e tantas vezes... Mas ele ou um estranho que o servia sempre estavam as espreitas para me colocar de novo na casa que ele me obrigava a cuidar, a mantê-la limpa. Só que na última vez que eu achei que o meu plano de escapada daria certo, ele mostrou a verdadeira face para mim.
Luigi Sartori então iniciou o meu inferno... Me jogando em um cômodo escuro, sujo, fedido a morfo e tantas outras coisas indetectáveis no momento em que só havia o blackout e um corpo falho, com uma bebê, fruto do que eu mais amo, sendo gerada dentro do meu corpo.
Minha barriga já estava proeminente, eu já podia sentir os chutes, a sensação de um outro serzinho sendo gerado, acolhido pela minha maior vontade: ser mãe.
Ser mãe de um bebê que fora gerado de uma união de amor, daquelas que é praticamente impossível ver em nosso meio.
Eu sabia que dias difíceis viriam depois da morte de pessoas que eu amava tanto, mas eu realmente acreditava que pelo menos eu, Lorenzo e nosso bebê iríamos conseguir lutar pela nossa felicidade e fazer o que ninguém da linhagem tiveram coragem...
Fugir.
Iriamos fugir para viver como normais.
Era uma loucura cogitar a mínima possibilidade do normal. No entanto, acreditávamos que conseguiríamos forjar uma situação que todos acreditassem que não existia mais Lorenzo e Bella. E com isso, a instituição teria que ser tocada a diante, independente de quem ocupasse o cargo.
Só queríamos viver...
Só queríamos poder ter momentos tranquilos, sem precisar que o nosso fruto gerado precisasse viver sob o julgo das regras impostas pela organização.
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A VINGANÇA DO CAPO- PARTE 2
RomanceQuando uma teia é desfeita, nem sempre significa ser o fim dela. Mikhail e Louise iniciam sua nova jornada aqui, mesmo sendo difícil para ele, nosso Anti-herói tentará ser um homem melhor para ela. O que não significa que se alguém tentar entrar no...