A visita

285 42 19
                                    

Maite caminhou furiosa atrás de Levy o segurando pelo braço antes que chegasse até o garoto

- O que pensa que está fazendo? Vai simplesmente chegar e falar que é pai dele?

- Sim - Disse continuando a andar, mas foi impedido por uma espada que se encaixou em seu pescoço

- Nem um passo a mais, ou eu arranca sua cabeça aqui mesmo

William cuidadosamente se virou para Maite que o encarava aparentemente sem sentimento algum

- No que você se tornou Maite?

- Você quer dizer "No que a vida me tornou" né?

- Eu não te reconheço

- Nem eu William, agora vá embora, será melhor para você

- Não é justo

- lMinha vida toda foi baseada em injustiças, e nem por isso eu vivi me escondendo do mundo. Vou deixar você ver Willou quando quiser, mas te proíbo de por enquanto dizer a ele quem você é, não tô pedindo que faça isso por mim, muito menos por você, mas por ele, se você o ama vá com calma

Willam então tirou a espada da reta de sua garganta deu a volta e seguiu para sua carruagem. Maite suspirou aliviada, e de longe viu Christopher rodando Willou no ar que ria feliz. Cláudia junto brincava com eles. Maite então sorriu, aquelas eram as melhores pessoas que poderiam estar junto do seu filho. Sabia que William iria se aproximar, e aquilo a assustava.

Um mês se passou, tudo estava nos conforme. Maite a comando do seu reino, Cláudia havia se mudado para o Castelo de Uckermann, fora muito bem aceita pelos pais adotivos do homem. Maite estava se sentindo meio sozinha pela falta da mulher, porém muito feliz pela mesma.

- Mamãe, queria ver o tio Uncker

- Mas amor os vimos ontem quando veio buscar a tia Cláudia - Disse colocando o pequeno em seu colo

- Vocês se gostam mamãe?

- Não diga bobeiras querido, eu e ele somos apenas grandes amigos

- Uma vez ele me disse que se você quiser ele também quer, mas eu não entendi muito bem - Falou fazendo uma caretinha engraçada que fez Maite rir

- Vamos esquecer esse assunto, e...

- Perdão senhora - Disse um empregado entrando na sala e fazendo reverência - O senhor Levy está aqui, e quer te ver. Ele veio em paz

- Leve-o até a sala de jantar, e mande servir o almoço, que já estou indo

O homem então se abaixou novamente e saiu.

- Quem é?

- Lembra daquele homem que estava conversando comigo no dia do baile?

- Sim

- É ele

- Que legal, temos visita, devo ir vestir meu terninho? - Perguntou olhando para camisa branca com algumas manchas de terra, indicando que como a criança que era havia brincado a pouco tempo

- Não há necessidade querido, só vá correndo lavar as mãos, e vá direto para mesa

- Sim mamãe - Disse saindo correndo

- NÃO CORRE WILLOU - Gritou e negou com a cabeça vendo que foi em vão

Maite seguiu para mesa, onde William já estava acomodado

- Terei que me levantar fazer reverência e beijar sua mão? - Perguntou fazendo pouco caso

- Se você está em um reino, onde a Rainha sou eu, então você deve fazer isso sim

William revirando os olhos seguiu até a mulher e fez tudo o que havia dito, e também puxou a cadeira para a mesma

- Cadê ele? - Perguntou quando se sentou novamente

- Foi lavar as mãos

Alguns segundos depois Willou adentrou a sala com uma cara extremamente séria

- Seja bem vindo ao meu Reino Senhor Levy, meu nome é Willou Perroni - Disse se curvando educadamente em direção ao homem, e William quase sorriu

- Prazer, grande Willou Perroni

- Me sai bem mamãe? - Perguntou olhando preocupado para Maite que sorriu

- Muito bem querido

Enquanto comiam Willou e William conversavam como se fossem velhos amigos, falavam sobre tudo, cavalos, desejos, sonhos, mas claro tudo de uma maneira bem infantil. Maite se manteve calada, apenas atenta a cada palavra dita, até que chegou o assunto "pai"

- Sabia que meu papai morreu? - Falou triste

- Sério? - Perguntou olhando com raiva para Maite

- Sim, mamãe me contou que ele morreu nas trevas, sozinho.

- Estar nas trevas nem sempre significa a morte

- Você quer dizer que ele ainda pode estar vivo? - Perguntou confuso

- Claro - Comentou sorrindo e recebendo um olhar furioso de Maite - Mas me diga como ele se chamava?

- Mamãe disse que não se pode pronunciar o nome dele, porque senão as sombras podem invadir nosso Castelo e nos levar as ruínas - Falou estremecendo

- Poxa, queria ter o conhecido

- Eu também - Disse cabisbaixo

- Willou vá tomar um banho, seu cheiro está chegando aqui

O menino ergueu os bracinhos tentando sentir o cheiro de suas axilas

-  Estou não mamãe

- Vai 

Maite não precisou dizer mais nada para Willou se levantar e seguir para tomar seu banho.

- Por hoje deu - Disse a morena se levantando

- Nem comi a sobremesa

- Vá para seu Castelo e coma lá

- Fiz uma longa viagem, um dia e uma noite, mandem arrumar um quarto para mim

- Problema é seu, por mim podia ficar 10, 20, 90 anos viajando e muito longe de mim e do meu filho

- Permita-me te corrigir, "nosso filho" - Cochichou no ouvido dela

- Cala a boca

- Onde vou descansar querida? Se quiser que seja no seu quarto, ficaria honrado - Disse sorrindo safado

- Ah vá dormir com os porcos - Disse revirando os olhos e saindo dali

William riu, depois pediu para uma das servas ali arrumar um quarto para ele. O que Maite não sabia é que ele não tinha data de partida.

Reino NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora