Reino Negro

O baile

Se passaram dias, meses, anos... William sentado frente a fogueira recordava momentos com Maite, se passará 5 anos desde sua partida. Nunca mais soube nada a respeito da mulher, e pra ser sincero ele não se preocupou em ir atrás, apenas aceitou aquilo como também aceitou a morte dos seus pais, da sua mulher, do seu filho... Em sua cabeça Maite também estava morta. Ela não tinha para onde ir, homem nenhum se casaria com ela, seria apedrejada se aparecesse na frente das aldeias. Com certeza havia falecido de carne e osso, porquê nas lembranças de Levy era facilmente recordada, com ódio, mas era.

- Senhor - Disse se curvando frente ao Laird - Chegou essa carta para ti

William não olhou o guerreiro, simplesmente tomou com violência a carta da mão do homem, que se retirou logo em seguida.

" Estimado Sr Levy.
Venho por meio dessa convidá-lo ao baile que teremos no final de semana. Todos Lairds estarão presentes, contamos com sua presença.
Até breve Rei e Rainha Slowny"

William revirou os olhos jogando a carta em cima da mesa, sabia que o Rei e a Rainha levariam para o lado pessoal caso não aparecesse, e sinceramente não estava disposto a entrar em guerra com eles, 10 homens deles seriam capazes de arruinar todo seu castigado império, e ele sabia bem disso.

Não tardou para o grande baile chegar. William como sempre vestiu preto, sua carruagem preta se destacava entre todas as brancas, ele gostava daquilo, até olhar para o lado e se deparar com outra carroluagem praticamente idêntica a dele

- Tenho discípulos agora - Falou revirando os olhos

Lá dentro do enorme Castelo a cor dourada do ouro tilintava por todo local, William piscou tentando se acostumar com tanto brilho, seus olhos ardiam com aquilo, estava acostumado com a escuridão.

- Que prazer em te ver Levy, pensei que não viria, estava até prepararando meus homens para te buscar de um jeito violento - Disse Slowny brincalhão, mas William sabia que aquilo que dissera era verdade, caso não fosse em exatamente 30 minutos teria seu Castelo invadido, destruído e seria levado a força para a festa

- Jamais, seus bailes sempre são encantadores - Falou respeitoso, mas no fundo só ele sabia o tédio que sentia por estar ali

- Grande Camarada, agradeço o elogio, mas não fique aí parado vá comer, dançar com as jovens, tem umas bem bonitinhas, e uma em específico tá arrancando assobio dos jovens por aqui - Comentou sorrindo

- Logo mais tratarei de encontrá-la - Respondeu sorrindo amigável apenas para sair logo dali, queria apenas se sentar, e beber

William então se sentou num canto mais afastado, com um chifre de carneiro em mãos cheio de cerveja, a única coisa que o agradava na festa dos Slowny era a bebida, quando o assunto era Malte eles entendiam como ninguém. Quando se levantou para pegar mais bebida acabou trombando em uma moça que passava

- Mil perdões, eu...

Quando o mesmo mira quem estava a sua frente sua boca seca, não podia ser.

- Maite? - Perguntou incrédulo

- Por favor senhor, me chame de senhorita Perroni, aliás fico muito contente em reve-lo - Disse sorrindo

- Como? Pensei que estava morta

- Um de seus problemas Levy é virar as costas para o inimigo quando lhe deu apenas um soco, lembre-se que nem todos são fracos como você - Comentou sorrindo "meiga" e saindo dali

William a observou, estava linda dentro de um vestido azul escuro todo bordado a brilhantes que continha um saliente decote, os cabelos negros escorriam pelas costas da mulher fazendo leves cachos nas pontas, as bochechas coradas a deixavam ainda mais sexy.
Não demorou para William avistar Leopoldo chegando, então aquilo significava que Maite não estava com ele. Então onde raios havia conseguido chegar onde chegou? Pensou então que ela havia se casado novamente, claro só podia ser aquilo. A observou de longe por alguns minutos e em nenhum momento aparentou estar acompanhada, pelo contrário vários homens chegavam nela aparentemente querendo algo com a mesma.

- Vem comigo - Disse pegando na mão da mulher e a guiando para o canto isolado onde estava a princípio

- O que foi? Você não tem direito algum de me tocar - Disse nervosa

- Precisamos conversar

- Não temos nada a falar

- Temos sim

- Tudo que devia ser dito foi falado antes da minha partida, portanto eu saí da sua vida, você saiu da minha e fim - Respondeu já se estressando

- O que aconteceu? Como conseguiu?

- Simples William, tomei o que era meu por direito

- De que maneira? Sozinha?

- Não, tive a ajuda do Laird Uckermann

- Ele topou te ajudar assim? Do nada?

- Ele é filho da Cláudia

-Que? Isso é impossível, Christopher Uckermann, filho da Cláudia?

- Pois é, o pai dele o entregou para o Rei e a Rainha Uckermann's, para que o menino tivesse uma vida melhor, então depois de 22 anos eles se encontraram, nos acolheu e me ajudou

- E que tipo de favores fez a ele? Foi prostituta dele também?

- Sabe... Ele ouviu minha história, me entendeu, estendeu a mão para mim e me ajudou sem nenhum interesse de volta, ele foi muito, mais muito mais homem do que com o muleque que eu me casei um dia

- Maite? - Disse Christopher tocando o ombro da mulher - Levy - Cumprimentou fazendo uma reverência que não foi retribuída - Atrapalho?

- De maneira alguma Christopher, Levy só queria saber como diferente dele consegui vencer na vida - Falou sorrindo

- E você contou para ele como foi sensacional você lutando com sua  bisavó? - Perguntou sorrindo vendo a mulher negar com a cabeça - Ela simplesmente foi demais, o modo como ela encaixou a espada no estômago da velha, e como ela se curvou frente a Maite, e depois ela pegando a coroa, Maite foi muito corajosa - Falou a abraçando de lado

- Coração forte, matar a própria bisavó, haja coragem mesmo - Disse sarcástico

- Acho que já terminamos aqui, vamos atrás da Cláudia

- Vamos - Disse saindo junto com Maite

William se sentou novamente, era muita coisa pra sua cabeça, seu coração acelerava cada vez que Uckermann tocava um dedo em Maite, queria quebrar a cara dele ali mesmo, e como Maite fez com sua bisavó enfiar uma espada no estômago dele e depois tomar Maite para si novamente, não... Para que ele queria Maite? Ela era uma desonrada... Uma sem caráter... Uma filha da mãe, muito linda por sinal.