Depois daquilo cada um seguiu para seu quarto, apesar de quererem ficar ali não podiam, alguém poderia vê-los.
No dia seguinte era muito cedo, quando Maite vestiu sua armadura e seguiu para o pátio onde havia marcado horário com os guerreiros, todos já esperavam, e o Sol nem havia raiado ainda.- Olha homens, serei bem direta, precisamos melhorar nossos treinamentos, fui alertada sobre um possível ataque
- Ataque? - Perguntou um dos guerreiros
- Sim, não é certeza que ele ocorrerá, mas é melhor nos prevenir
- Como pretende melhorar nosso treinamento, senhora?
- Treintarao todos os dias, começarão quando eu mandar, e pararão quando eu mandar. Martine preciso de você para planejarmos técnicas
- Sim senhora
- Então Martine vira comigo, enquanto vocês vão competir, quero dois grupos, e depois de dividido se ataquem - Disse saindo dali junto com o homem
Martine era um professor, largou sua profissão para virar guerreiro quando Maite invadiu o Castelo, não concordava com a forma de governo da avó dela. Ele então ajudava a Rainha com estratégias de guerra. Juntos seguiram para sala Real, onde Maite se sentou na cadeira, e o homem ficou em sua frente
- Precisamos deixar nosso Castelo protegido e atento, muito atento. Tem alguma ideia?
- Mandar guerreiros para borda do rio na mata
- Mas seria uma forma de suicídio caso fossemos atacados
- Uma forma de isca senhora, querendo ou não o exército inimigo perderá algum tempo ali, o que nos dará mais tempo, para posicionar as catapultas, os guerreiros terão tempo para se posicionarem
- Faz sentido
- E os guerreiros que estão no Reino Negro? Nos fará falta
- Mas o que posso fazer? Não tem como deixar um Reino sozinho
- Hora que a guerra estiver acontecendo aqui, mande o senhor Levy e o seu filho para lá. Quando os dois chegarem, metade dos homens que estão lá devem ser mandados para cá, já atacando o inimigo pelas costas. E ainda deixamos o pai do seu filho e o pequeno Willou em segurança
- Sim, você tem razão
- Mas alguma coisa?
- Por enquanto não
A porta foi aberta e William entrou, estranhando os guerreiros já lutando no pátio
- O que está acontecendo? O dia nem amanheceu - Disse sonolento - Aliás dormiu bem, Mai? - Perguntou fazendo uma carinha safada
- Martine obrigada, pode voltar ao pátio para treinar - Disse envergonhada, e o homem a obedeceu - A intenção é mesmo me deixar constrangida na frente de um dos meus guerreiros?
- Claro que não Rainha - Falou caminhando até ela e sentando na cadeira ao lado reservada para um possível Rei
- Essa cadeira deve ser ocupada pelo meu marido, e no caso você não é
- Só não sou porque você não quer
- Vai encher a paciência de outro Levy - Disse revirando os olhos
- Nossa, nem parece que teve uma noite maravilhosa ontem
- Já tive melhores
- Eu duvido
- Problema seu. Em vez de ficar aí encosto, podia vir me ajudar
- Com o que?
- A treinar os guerreiros, eles estão duelando em dois grupos
William não pensou duas vezes antes de topar a proposta, e seguir a mulher para fora no pátio. Ao centro restou apenas um de cada grupo. Davi e Fernando. Os gritos dos outros guerreiros era ouvidos dando apoio ao último sobrevivente de seu time. O duelo foi tenso, até Davi conseguir desarmar o "inimigo". Os homens do time de Davi comemoravam em euforia.
- Parabéns Davi, parabéns Fernando. Ambos foram muito bem, podem melhorar? Claro que sim, e vão. Hoje vocês receberam aulinhas, minhas e de Levy
De primeira Maite foi com Davi. Eles começaram um duelo travado, o homem era grande, mas não ágil
- Mais rápido Davi - Disse desviando rapidamente de um golpe
-Tá bom, vou tentar
Maite conseguiu desferir um leve corte na perna do homem, ela fazia aquilo não por maldade, mas sim para aguçar a raiva, a dor, o que fazia os guerreiros se entregarem mais a luta. Dito e feito ao observar seu sangue pingando, e sentir arder o local, ele olhou Maite como se ela não fosse sua Rainha, e sim sua inimiga. A morena sorriu com aquilo. O homem sorriu partindo pra cima da mesma, com pressa. Ficaram um tempo ali, Maite se quisesse já teria o desarmado a muito tempo, mas não o fez, queria reparar em cada erro para comentar depois. Derrepente a mesma sente algo escorrer pelo seu braço, mirou rapidamente e viu sangue, e as mãos de Davi prenderam com força seus punhos e a desarmou. Nesse momento os guerreiros já estavam postos caso Maite pedisse ajuda, prontos para matar o homem. Mas ao contrário disso Maite sorriu, aceitando a mão de seu "adversário" para se levantar
- Bom Davi, primeiro em vários momentos eu teria conseguido te desarmar caso eu quisesse, mas não o fiz, você precisa melhorar sua agilidade, está muito lento homem. Porém me surpreendi, não vá me machucar todas as vezes, só eu posso fazer isso durante o duelo.
- Perdão senhora
E o resto do dia passou assim, Maite e William lutando, mostrando aos guerreiros o que devia ser melhorado, mostrando o que deviam saber, etc.
Quando anoiteceu os dois se jogaram no pátio exaustos, estavam sozinhos ali.
- Estou morto
- Não é só você não
- Não esquece de lavar bem esse machucado no braço, devia ter machucado mais aquele Davi
- Machucados fazem parte dos treinos
- Eu lembro quando você tentou me matar na frente do nosso filho - Disse a mirando com um olhar de repreensão
- Me senti ameaçada, e queria me livrar de você - Respondeu dando de ombros
- É eu percebi
Maite riu, e tomando coragem se levantou disposta a tomar um longo banho. William fez o mesmo. Juntos, rindo e conversando seguiram para dentro do Castelo. Pareciam até ter esquecido do passado.
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Reino Negro
RomanceMaite Perroni perdeu os pais muito cedo, sozinha com apenas 8 anos foi morar no Reino do seu tio Leopoldo, o mesmo não queria ter ficado com a garota, mas foi obrigado. Hoje Maite já tem 19 anos, e Leopoldo quer se ver livre da sobrinha, como soluçã...