O beijo

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Maite acabou cochilando no ombro de Levy, o homem a observava enquanto a mesma dormia, e por um momento se condenou por ter feito aquilo com a mesma, ele devia ter sido mais compreensível, calmo... Porém não foi, simplesmente a expulsou de seu Castelo, de sua vida, e por ironia do destino junto com ela foi o fruto do amor dos dois naquela noite. Esses pensamentos voaram de sua cabeça quando Christopher entrou no quarto, sem dizer nada o homem apenas trocou as toalhas da testa do menino, e lhe deu um pouco de chá gelado de ervas frescas.

- Dormiu? Ainda bem, ela precisava descansar

- Sim... É... Obrigado por ter cuidado deles... - Disse cabisbaixo, realmente reparou que se não fosse por Uckermann talvez nem Maite nem Willou estivessem vivos

- Não tem que me agradecer, porque em nenhum momento fiz isso pensando em você, somente neles

- Você ama ela, não é mesmo?

- Amo

- Quero que saiba que a quero novamente

- Então que ganhe o melhor, só acho que devia os deixar em paz, você já causou muita dor por aqui

- E também já senti muita dor

- Claro... Sentiu dor quando dormiu com Maite e ela não era virgem? Realmente que coisa horrível - Disse revirando os olhos

- Perdi minha mulher e meu filho, você acha que não sofri?

- Perdeu. Entretanto a vida te deu mais uma oportunidade, e você perdeu de novo

- Não perdi ainda

- Mas vai, porque você é um babaca William, e você sabe disso. Agora vê se faz algo de útil uma vez na vida e deite Maite na cama, se quiser ir dormir também pode, porque eu vou ficar aqui com o menino

- Só não quebro sua cara agora porque as circunstâncias me impedem, e eu vou vir ficar com MEU FILHO também - Disse pegando Maite no colo e saindo dali

Depois de deitar a mulher na cama e voltar para o quarto onde estava Christopher, o tempo parecia não passar. E depois de uma longa noite sem dormir, os dois homens estavam abatidos, e era bem nítido na cara dos dois, o Sol ainda raiava quando Cláudia entrou no quarto também

- Por Deus! Nenhum dos dois descansaram nem um pouco? - Perguntou espantada com a cara horrível deles

- Não... - Murmurou Christopher

- Vão agora mesmo descansar, eu fico aqui com o garoto - Disse tocando a testa do mesmo que estava bem fresca, e deu graças a Deus por isso

- Não

- William... Você não esteve em nenhum momento de doença na vida de Willou, essa não é a primeira vez que ele fica entre a vida e a morte, da outra vez você não estava lá, e mesmo assim ele sobreviveu. Agora ficar aí parecendo mais uma múmia não vai adiantar nada, então pare de teimar e vá se deitar - Falou Cláudia

- E Maite? - Perguntou Uckermann

- Ainda está dormindo, ela estava esgotada, mas daqui a pouco com certeza ela acorda, agora por favor vá dormir um pouquinho meu filho... - Disse preocupada

O homem deu um sorrisinho de leve antes de sair. Vendo que estava só e William não havia o seguido, ele adentrou o quarto de Maite, a morena dormia tranquilamente. O homem sentou ao lado da mesma e levemente começou acariciar seus cabelos, aquela era a mulher mais linda que havia conhecido em toda sua vida, tanto por fora quanto por dentro, tinha vontade de matar Levy só de pensar que ele havia a machucado

- Christopher?

Uckermann se assustou e se afastou da mulher

- Perdão... Eu... Não sei o que me deu - Disse envergonhado

Maite não disse nada, simplesmente levantou da cama caminhou até o mesmo e depositou um selinho nos lábios dele. Christopher a pegou pela cintura a puxando para um beijo mais intenso

- E Willou? - Perguntou se afastando rapidamente, e se condenou naquele momento, o filho em uma cama e ela ali aos beijos

- Está sem febre - Disse sorrindo - Tenho toda fé do mundo que ele sairá dessa

- Graças a Deus, vou lá ficar com ele, e você trate de dormir está horrível - Falou sorrindo de leve e saíndo dali

Christopher não conseguia disfarçar sua felicidade enquanto caminhava até seu quarto.

Quando Maite chegou no quarto que seu filho estava Cláudia e William estavam lá. Maite caminhou até o menino, lhe deu um beijinho na testa antes de toca-lo para checar se estava mesmo sem febre

- Ele está sem febre mesmo, graças a Deus - Disse sorrindo

- Nossas orações tão surgindo efeito querida, logo ele vai estar por aí correndo e brincando novamente, como tem que ser

Maite acariciava os cabelos do mesmo quando sentiu Levy se aproximando e lhe abraçando de lado, enquanto também acariciava o filho

- Ele tem seu nariz - Comentou o homem sorrindo

- Só isso também, porquê do resto é igualzinho você - Respondeu fazendo uma caretinha

- Por isso ele é lindo desse jeito - Disse se gabando - Até o nome é bonito como o do pai

- Eu devia ter colocado Clóvis mesmo - Falou revirando os olhos

- Que? Você pensou em chamar nosso filho de Clóvis? Você é realmente maluca - Disse indignado

- Clóvis é um belo nome da licença - Respondeu brava

Nesse momento Cláudia já não se encontrava mais ali. Maite e William passaram longas horas ali, rindo, discutindo, conversando. O problema dessa distração, foi que perderam um sorrisinho de lado dado por Willou em alguns segundos daquelas horas passadas.

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