Reino Negro

O segredo

William se mostrou muito prestativo nos dias seguintes, sempre ajudando Maite a fazer o curativo, auxiliando as criadas no que devia ser feito, e foi em busca de novos homens para o exército e treinou os iniciantes. Maite estava admirada com a habilidade de Levy em conseguir conciliar tão bem o seu tempo, e em poucos dias já conseguir um número grande de rapazes para o Reino.

- Obrigada - Agradeceu quando o homem terminou de passar uma pomada com babosa em seu machucado, e enrolar um pano na mesma

- Não foi nada

- Não estou agradecendo apenas por isso, estou agradecendo por tudo, você está se saindo como um verdadeiro Laird

- Não é pra tanto - Disse sorrindo

- Em troca de tudo que você vem feito, eu quero te devolver o Reino Negro

- O que? É sério? - Perguntou com os olhos brilhando de felicidade

- Uma Rainha nunca mente

- Maite... Se você está me devolvendo o Reino para eu voltar, saiba que eu não vou

- Eu não quero que você vá William - Disse o mirando profundamente

Hipnotizados um pelo outro os rostos foram se aproximando involuntariamente, os lábios se tocaram sem pressa, como se quisessem aproveitar cada segundo

- Eu te amo - Murmurou o homem entre o beijo

Maite apenas sorriu e aprofundou mais ainda. Quando o ar faltou se separaram contra vontade

- Tenho que confessar que você beija bem - Disse brincalhona

- Muito bem você quis dizer né?

- Talvez - Falou rindo - William, mudando de assunto, você sabe porque meu tio me ajudou?

- É... Eu... Fui até ele

- O que? - Perguntou nervosa

- Isso que você ouviu

- Você é louco? Ele podia ter te matado se estivesse aliado com Stinder

- O bom é que tudo deu certo, e vencemos

- E o ruim é que agora devo para Leopoldo

- Seu tio não precisa de nada Maite

- Nunca se sabe. Vou viajar para as montanhas, preciso ver Cláudia

- Vou com você

- Você e Uckermann não se dão bem

- E ele também vem aqui não é? Eu vou junto, não te deixarei parcialmente ferida viajar sozinha

- Tudo bem, vou tomar um banho e já vamos partir

- Quer ajuda? - Perguntou safado

- Ajuda no banho de Willou, vai dar banho naquele porquinho

William riu indo fazer o que lhe foi pedido. Quando tudo estava pronto, Maite e Levy subiram na carroagem rumo ao Reino Uckermann.
Depois de um longo dia de viagem finalmente chegaram.

- Maite - Disse o homem sorrindo a abraçando

- Como está?

- Eu estou bem, Cláudia ainda está desacordada

- Ela vai ficar bem

- Levy, fique a vontade - Falou apenas por educação

- Obrigado

- Vou levá-los para ver minha mãe, e depois mostro seus aposentos para descansarem, creio que estejam exaustos

- Muito obrigada - Agradeceu sorrindo

Quando chegaram ao quarto de Cláudia, uma lágrima escorreu pelo rosto de Maite, a mulher estava pálida, com a boca rocheada, se não fosse os leves movimentos de subir e descer do peito diriam que ela estava morta. Maite seguiu até a cama, deu um leve beijo na testa da sua eterna companheira, e segurou sua mão

- Você vai ficar bem, tem que ficar boa - Disse entre lágrimas - Você está tão feliz com seu filho, com o Willou, comigo... Não pode nos abandonar, não pode me deixar aqui, você é minha parceira de todas as horas, a que se arriscou por mim, que esteve do meu lado quando eu mais precisei. Reage, por favor - Implorou em prantos

Christopher rodeou os braços em volta da cintura de Maite a obrigando levantar-se, e a tirou dali a guiando até o quarto para a mesma descansar, estava muito exausta.
Levy continuou ali mirando Cláudia, não sabe por quanto permaneceu ali, mas foi tempo suficiente para ver Cláudia abrir os olhos lentamente. Ele se aproximou dela, segurando a mão da mesma

- Cláudia! Como se sente? - Perguntou preocupado

- Eu vou morrer William... Me desculpa por todas as coisas horríveis que já te falei, você mudou, eu sei disso

- Tudo bem Cláudia, evite falar muito, eu vou chamar Maite e seu filho - Ia saindo, mas ela não soltava sua mão

- Você saberá o momento certo de revelar o que te direi, Christopher é meu filho com... Leopoldo

A boca de William se abriu em um perfeito O, antes que pudesse dizer qualquer coisa os olhos da mulher se fecharam, seus batimentos pararam. E agora a pessoa menos próxima de Cláudia sabia sobre o seu maior segredo.