Reino Negro

Jeremias morto

O treinamento ficava cada dia mais pesado, os guerreiros estavam comendo cada vez mais. Sem tempo para caçar a dispensa estava no vermelho, Maite então decidiu que era hora de ir em busca de alimento.

- William, acha que nós dois conseguimos caçar?

- Só nós?

- Sim

- Bom... Nunca fui muito de caçar, mas eu sei como se faz

- Estamos sem carne, não queria que os guerreiros parassem o treinamento para caçarem

- Eles estão cada vez melhor - Comentou reparando nos homens que lutavam no pátio

- Realmente, acho que estamos fazendo um bom trabalho - Disse sorrindo

- Com certeza, e vamos conseguir pegar alguns veados e porcos para manter nosso Reino - Falou se levantando e ajudando Maite fazer o mesmo

Ouvir Levy dizer "Nosso Reino" fez Maite sentir uma forma de repreensão, até porque ele não havia a ajudado consegui-lo. Porém preferiu deixar passar, já que o homem estava sendo muito útil no treinamento dos guerreiros e dando o melhor de si. Isso deixava Perroni muito contente.
Maite montada em Alex seu cavalo preferido sorriu para William que estava em cima de Luz, um lindo e forte cavalo branco. A morena sorriu em pensamento, era seu príncipe no cavalo branco, aquele que sua mãe contava que um dia iria aparecer e faze-la muito feliz. Bobeira. William teve a chance e desperdiçou de uma maneira muito cruel.
Juntos seguiram galopando pela floresta

- Aqui perto do rio, é um bom local para nos esconder, os animais vem para tomar água - Comentou o homem

- Concordo, vamos para aquele lado onde tem muitos arbustos, que irá nos esconder

Seguiram para direção que Maite disse. Sentados no chão, esperavam em silêncio a presa aparecer. Tempos depois a única coisa que ouviram foram galopes, se entreolharam confusos. William  cuidadosamente se levantou e de longe viu homens seguindo em direção a eles, em direção ao Castelo.

- Vamos Maite! A guerra vai começar - Disse já montando em seu cavalo

Galoparam como loucos entre a mata, Maite quase foi atingida por uma flecha que passou raspando em sua orelha. Correram mais rápido. O medo invadia seus corpos, eram muitos homens. Mas de qual Reino seriam? Chegando no Reino Perroni os guerreiros já estavam postos, de cima de torres já atiravam nos inimigos com flechas e catapultas.
Levy retirou uma flecha que havia ficado presa em seu escudo, as iniciais gravadas na mesma deixavam bem claro por quem estavam sendo atacados T.S

- Tomás Stinder, o homem que era louco pra casar com você

- O que? Não pode ser - Disse inconformada

- Vilões antigos resolveram dar as caras

- Chegou o momento William, pegue nosso filho. No caminho para o Reino Negro avise Uckermann que fomos atacados, chegando lá mande homens para cá também

- Eu não quero te deixar

- E eu não quero sua opinião. Ande logo com isso - Disse correndo para frente ficando na primeira fileira juntos com outros guerreiros

O loiro com o coração na mão obedeceu. Correu para dentro do Castelo, encontrou Willou em seu quarto junto com Rosa que acalmava o menino

- Filho sua mãe te deu uma missão

- Qual? - Perguntou com os olhinhos brilhando

- Precisamos ir ao Reino Negro, mandar os guerreiros que estão lá para cá, e também avisarmos o Christopher

- Então vamos logo papai - Disse correndo até o pai

- Isac pediu para avisar que o cavalo já está pronto na saída secreta

- Obrigado Rosa, até mais - Respondeu pegando a mão do menino e saíndo correndo

Enquanto os dois corriam para sair dali, os inimigos conseguiram abrir o enorme portão, e adentravam o Reino. Maite lutava com um homem jovem, sabia que em questões de segundos o mataria, dito e feito, rapidamente fez um corte no pescoço do homem, que caiu em sua frente já sem vida. Em seguida já vinha outro, não tinha tempo nem para pensar. Os seus guerreiros lutavam bravamente, porém quando Maite olhava e via algum dos seus homens no chão, seu coração se apertava, eram como uma família a ela, e vê-los morrendo aumentava sua fúria de uma tal maneira que ninguém mais conseguiria explicar.
Lutando como se havia sido programada, logo aparece outro homem na frente de Maite, quando o olhar dos dois se cruzam, nenhum diz nada ou tentam se atacar

- Jeremias? - Por um momento recordações vieram a tona, Maite havia gostado muito dele, tanto é que tiveram um caso, era o homem com quem fizera amor pela primeira vez

- Me perdoa - Disse o homem virando as costas indo lutar com outra pessoa que não fosse Maite

Nunca vire as costas para um inimigo, mesmo que um dia tenham sido muito amigos, ou até mesmo amantes. Foi a frase que passou pela cabeça de Jeremias quando sentiu uma espada sendo cravada em sua espinha

- Me perdoa, mas isso é uma guerra, não uma brincadeira onde você escolhe quem quer matar

E depois de ouvir tais palavras do eterno amor da sua vida Jeremias caiu sem vida no chão, e junto com o sangue que pingava da espada uma lágrima pingou dos olhos de Maite, mas estava na hora de ignorar o ocorrido, antes que ela acabasse como Jeremias, morta.
Então voltou a se concentrar na batalha.