O penhasco

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- O que está acontecendo? O que você faz aqui Ximena? - Perguntou o homem se cobrindo com um lençol

- O que? Vai se fazer de desentendido agora e me culpar? - Pergunta "revoltada"

Maite simplesmente levanta a cabeça que antes estava abaixada, seca as lágrimas que escorriam em seu rosto e os encara

- Os dois para fora do meu Castelo agora - Falou sendo mais calma possível

- Maite acredita em mim, por favor. Eu não sei o que aconteceu, e o que essa louca fez - Disse indo até a mulher que se afastou

- Vai embora William, nunca mais apareça na minha frente

- Você não pode fazer isso, nosso filho

- Eu não quero mais te ver papai, a mamãe tinha razão quando dizia que você era mau - Disse saindo dali correndo

- Você ouviu o menino, saia daqui

- Juro que não fiz nada Maite, você está cometendo um grande erro

- Cometi sim, quando deixei você voltar pra nossa vida - Respondeu  virando as costas e saindo dali

- O QUE VOCÊ FEZ, DESGRAÇADA? - Gritou furioso olhando para Ximena

- Nada - Disse sorrindo

- Nunca matei mulheres na minha vida, mas estou pensando em abrir uma exceção hoje

- Seu filho já te odeia, imagina se você me mata então - Falou enquanto vestia suas roupas

- Foi Christopher que pediu para fazer isso? FOI ELE, XIMENA?

- Meu irmão nem sonha que fiz isso, ele não teria capacidade de pensar em algo assim

- Some daqui - Disse pegando com força no braço da mulher e a jogando para fora de seu quarto

Pouco tempo depois dois guerreiros estavam frente ao quarto de William e dois frente ao de Ximena

- Por ordem da rainha William Levy e Ximena Uckermann saiam de seus aposentos

Segundos depois os dois saíram, a mala que Ximena carregava foi tomada a força por um dos homens

- O que estão fazendo? Me devolvam a mala

- Recebemos ordens de doar aos necessitados suas tralhas

- Tralhas são as suas roupas

- Do que adianta as roupas serem novas se quem as usa é podre?

- Pensa que é quem para falar assim comigo?

- Alguém com muito mais dignidade que você, inclusive tenho direitos, segundo a rainha posso  usar a força física caso algum me de trabalho, mas olhando para os dois sinto somente pena

- Eu não fiz na...

Antes que William pudesse terminar a frase o guerreiro lhe desfere um soco no rosto tirando sangue do mesmo, Levy iria revidar porém foi segurado

- Desgraçado, me soltem - Disse furioso

- Deixem os dois na mata sombria

- O que? Aquela floresta é amaldiçoada - Protestou Ximena

- Assim como você - Disse Juca o que bateu em Levy

- Dizem que quem entra nunca mais sai vivo de lá - Disse Pedro rindo

E assim a força os dois foram pegos e levados até a famosa mata sombria e largados bem lá no meio. Os guerreiros de Maite fizeram um paredão frente a entrada para impedir que tentassem voltar para trás e caso voltassem seriam enforcados em praça pública por ordens da Rainha.

- Para onde vamos? - Perguntou Xinena

- Você eu não sei

- O que? Precisamos um do outro para sobreviver aqui

- Não, você precisa de mim

- Te seguirei

- Você não vai atrás de mim - Falou  indo até a mulher, a segurando fortemente enquanto Ximena se rebatia achando que seria morta, todo o esforço foi em vão, porém Levy apenas pressionou um nervo que causava um breve desmaio

E assim ele seguiu seu caminho, deixando a loira jogada no chão para trás. Preferia a morte do que andar ao lado daquela cobra.
Conforme o tempo ia passando, ia ficando cada vez mais escuro, o homem sentou encostado numa árvore e brevemente começou a cochilar, e com isso a floresta maldita começou usar seus encantos.

"Você mais uma vez perdeu tudo"

"Ao lado leste tem um penhasco, vamos lá. Você fica parado, e eu te empurro, toda dor passará"

"Vamos, acorde me deixe te ajudar"

"Lá embaixo encontrará seu filho falecido, venha ver como cresceu. Ele sente sua falta"

William hipnotizado pela voz, começa seguir o caminho que era sussurrado em seu ouvido, até chegar no tal penhasco.

- Tudo bem filho? - Perguntou Maite  sentando na cama ao lado da criança que estava deitada olhando para o nada

- Por que ele fez isso com a gente?

- As pessoas fazem coisas que nem imaginamos

- Éramos tão felizes quando vivíamos com o tio Ucker

- Você gosta bastante dele, né?

- Sim, muito

- Eu também gosto

- Ele nunca nos machucou pelo menos

- Pelo contrário, sempre cuidou de nós

- Pena que a Ximena não é igual a ele

- É que nas veias de Ximena corre o sangue Uckermann, e na de Christopher o da Claudia

- Sinto falta dela

- A mamãe também - Respondeu abraçando o pequeno

Naquela noite nem Maite nem Willou comeram, simplesmente cada um ficou trancado em seu quarto respeitando o espaço um do outro. Foi sozinha que Maite começou derrubar lágrimas sem cessar. Pensava nos momentos lindos que tivera com William, e no quão mal havia feito não só a ela,  mas ao filho deles também.
Agora Maite só tinha certeza de uma coisa, se casaria com Christopher custe o que custar.

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