Draco precisava continuar indiferente, mas Potter não estava ajudando. Faltavam cinco minutos para o trem partir, e nada dele aparecer. Ele havia ouvido que os Weasleys iriam levar Harry para o final da Copa Mundial de Quadribol, mas ele não o viu lá. Uma pequena parte de si ainda esperava que ele chegasse com os Weasleys na estação, mas isso também não aconteceu.
Draco soltou o ar que não sabia que havia prendido. Harry entrou no trem faltando dois minutos para a partida do mesmo. Malfoy consegui ouvir quando Harry entrou na cabine em frente à sua, só para ouvir que não havia espaço. Isso se repetiu por um tempo, até que Harry se afastou tanto que já não era mais possível ouvir as recusas de seus supostos amigos.
Depois de quase meia hora, Draco deduziu que Potter tinha encontrado algum lugar vago, mas se surpreendeu ao ouvir a porta abrir. Os dois se encararam por alguns segundos, antes de Harry dar meia volta.
- não vai se sentar, Potter? - falou ele, para a surpresa de todos.
Harry sabia que isso era uma péssima ideia, mas ele realmente não havia encontrado lugar nas outras cabines. Ele esperava que Ron e Mione tivessem guardado um lugar para ele, mas eles admitiram que por causa da demora, eles pensaram que os Dursleys não deixariam ele ir para Hogwarts esse ano.
Mesmo tendo um milhão de motivos para continuar andando para fora daquela cabine, Harry se sentou ao lado de Malfoy (o mais distante possível). Se fosse qualquer outro ano, ele teria ficado em pé a viajem toda se fosse necessário, mas ele sabia que estava muito fraco. Harry só esperava que Malfoy não fosse muito cruel, pois ele não tinha forças para se defender.
Harry achava que seria atormentado a viajem toda, mas na primeira tentativa de Crabbe e Goyle, Malfoy os olhou com um olhar mortal, e os mesmo não abriram a boca o resto do trajeto. Harry estranhou, mas não ousaria reclamar, era muito melhor ser ignorado.
Draco notou que Potter estava machucado. Tudo o que ele queria era perguntar se Harry estava bem, se ele precisava de alguma coisa, ou até mesmo se ele queria um abraço. Lhe doía o coração ver seu Harry sofrer, mas ele sabia que a única coisa que podia fazer para ajudar era impedir que seus amigos o machucassem.
ninguém falou nada por horas ( N/A eu não sei quanto tempo a viajem dura, então vamos fingir que demora uma eternidade ). A hora de colocar os uniformes se aproximava. Draco percebeu que Harry estava apreensivo, e automaticamente mandou Crabbe e Goyle se trocarem em outro lugar, sem se importar com o que os amigos pensariam.
Draco começou a se trocar, e sem entender o porquê, Harry desviou o olhar e corou, muito. Malfoy por outro lado, queria que Harry o visse. Ele sabia o quão lindo era, e uma pequena parte de si queria que Harry apreciasse sua beleza, mas o mesmo não olhou, ele nem mesmo espiou pelo canto do olho! Draco estava desolado... (só que não)
- você poderia se virar, por favor...- pediu Harry, em um quase sussurro, quando percebeu que Malfoy o encarava. Draco não queria, mas ainda assim ficou de costas para Harry, por alguns segundos, antes de espiar.
- você esta bem? - gritou Malfoy, genuinamente preocupado. Ele sabia que seu Harry estava machucado, mas o que ele viu foi alarmante. Harry estava roxo, literalmente. Suas costas e seus braços estavam cheios de vergões e pequenos cortes em processo de cicatrização. Draco não conseguiu ver mais porque Harry escondeu o corpo com o uniforme.
- e-eu pedi para você se virar- sussurrou Harry, quase chorando.
- har... Potter, você... Você precisa ir à St Mungos, você está totalmente roxo!
- por favor, não conte a ninguém.
-mas, você precisa falar para alguém. Tipo Dumbledore ou madame Ponfrey, até mesmo professor Snape pode ajudar.
- não!- gritou Harry - por favor, Malfoy. Eu... Eu faço qualquer coisa... Por favor, não conte - pequenas lagrimas começaram a cair, mas Harry as secou rapidamente.
- eu ... - Draco suspirou. Por que Harry estava sendo tão difícil? Ele precisava contar para os professores, eles certamente ajudariam, e o tirariam das mãos daqueles trouxas imundos. - tudo bem - Draco concordou, mesmo achado isso loucura, ele não tinha o direito de contar. Harry o faria quando estivesse pronto.
Draco queria fazer alguns feitiços de cura, mas eles estavam quase chegando em Hogwarts e não daria tempo. Tudo o que ele podia fazer era respeitar privacidade de Harry, se virar e esperar ele terminar de se vestir.
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Soulmates
Fanfiction- sinto muito - uma voz fraca sussurrou. Draco estava prestes a gritar com a pessoa, quando reconheceu seu agressor. Sim, esbarrar em si era uma agressão! Seu agressor eram ninguém menos que o grande Harry Potter. Draco apenas o reconheceu por causa...