Letters

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  Harry abriu a carta com relutância. Ele sabia que Sirius estava bravo consigo. Quem em seu lugar não estaria? Harry, mesmo que não intencionalmente, havia ignorado suas cartas, e Sirius se colocava em perigo toda vez que escrevia para o afilhado. Mas ao ler a carta, Harry notou que Sirius parecia se culpar. Ele perguntou se Harry estava bem, se estava empolgado com o torneio, mas mais importante, ele pediu desculpas por atrapalhar. Sirius falou que estava preocupado, mas entendia se Harry não quisesse ou não tivesse tempo para falar com ele, e prometeu que se Harry não respondesse, ele pararia de incomodar.

Harry queria chorar, tanto de raiva quanto de tristeza. Ele notou que Sirius havia parado de lhe mandar cartas depois que ele voltou a Hogwarts, mas no começo ele achou que fossem muito perigoso, e depois, ele havia deduzido que Sirius estava bravo por Harry ter sido adotado por Severus, e que assim que ele digerisse a informação, Sirius o procuraria.

nunca havia passado por cabeça que o padrinho estivesse escrevendo esse tempo todo. Por Merlin! Dumbledore estava interceptando sua correspondência! Os pensamentos de vingança voltaram com toda força. Ele não se sentia culpado por tê-los, com se sentira horas antes.

mas Harry subitamente se sentiu culpado. Ele não respondeu Sirius... Seu padrinho devia estar tão bravo com ele, ou pior, desapontado! Eles fizeram planos de morarem juntos, e serem uma família. Harry sabia que agora ele iria morar com Severus, mas a ideia de ter Sirius por perto nunca foi abandonada.

Harry foi embora do corujal, andando sem rumo até perceber que estava indo em direção as masmorras. Ele se lembrava da senha da Sonserina, e não pensou duas vezes antes de entrar e ir atrás de Draco. Harry colocou apenas a cabeça para fora da capa, e acordou o namorado, que o olhou assustado.

- posso dormir com você - Harry perguntou em um sussurro. Draco concordou, e foi para o lado, dando espaço para Harry, que automaticamente abraçou o loiro.

Harry não conseguiu mais impedir as lágrimas que estava segurando desde o corujal. Ele chorou pelo que pareceu uma eternidade, enquanto Draco tentava o acalmar, sem muito sucesso. Harry não conseguiu se lembra de quando finalmente dormiu, mas sabia que tinha algo a ver com estar nos braços de Draco.

Harry foi acordado com selares por todo o rosto, o que o fez sorrir. Mas foi só se lembrar da noite anterior, que seu sorriso foi embora. Ele foi arrastado por Draco para fora da cama, e empurrado para o banheiro. Depois de devidamente limpo, Draco lhe emprestou seu uniforme, porque seu namorado não andaria por ai com roupas sujas. Harry se sentiu muito mais calmo quando colocou as roupas do loiro, já que isso lhe dava a falsa impressão de estar sempre junto de Draco.

saindo da comunal da Sonserina, tudo o que Harry ouviu foram elogios pelo seu "bom gosto". Ele ficava muito mais bonito de verde do que de vermelho. Ao chegar no Grande Salão, apenas alguns Grifinórios pareceram se incomodar com a mudança de uniforme de Potter, mas a maioria já estava acostumada com o fato de Harry pertencer as cobras.

Harry pegou um pedaço de pergaminho e começou a escrever para Sirius, ignorando as tentativas de Draco de o obrigar a comer. Ele pediu desculpas, e explicou que não havia recebido as cartas. Ele falou vagamente sobre Severus, e disse que realmente queria contar tudo ao padrinho, mas temia que carta fosse interceptada.

Depois de terminar, ele finalmente decidiu comer, o que tirou um peso enorme das costas de Draco, que mal conseguiu dormir, tentando descobrir o porque de seu Harry estar chorando. Antes de irem para a primeira aula, Harry pediu para usar a coruja de Draco para enviar a carta, já que a sua era muito fácil de reconhecer.

Draco estava prestes a concordar quando descobriu para quem Harry estava escrevendo. Por que seu namorado queria mandar uma carta para um fugitivo que o queria morto? Harry demorou um pouco para se lembrar de que Draco não sabia dos acontecimentos do ano anterior, e explicou tudo da melhor forma possível. 

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