Meltdown

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  Harry estava ansioso, mas sabia que devia bater na porta. O professor de poções odiava atrasos, e mesmo que Snape não tenha dito a hora que Harry devia ir vê-lo, Harry sabia que tinha que ir no momento em que recebesse o recado, e ficar encarando a porta não iria ajudar em nada.

- entre - respondeu o professor, ao ouvir Harry bater na porta.

Harry entrou, e notou que Snape estava bravo. Ele estava sempre bravo mas agora parecia pior. Harry já começara a imaginar a bronca que Snape iria lhe dar. Ele obviamente achava que Harry havia colocado seu nome no cálice de propósito, e agora Harry teria que arcar com as consequências.

- explique-se! - foi tudo que Severus conseguiu dizer. Ele não era burro, conseguia ver claramente o medo de Potter, e tentou ao máximo não soar mais bravo do que o necessário. Seu plano deu errado.

- eu sinto muito, S-Senhor... - Harry estava tremendo. Ele tentava não chorar, mas não sabia quanto tempo mais iria conseguir segurar as lágrimas. - e-eu não queria ... Eu ... - as palavras sumiram de sua boca, e lágrimas grossas começaram a cair.

Snape não sabia o que fazer. Ele não esperava que Potter começasse a chorar do nada. Tudo o que o professor queria era descobrir se a criança em sua frente havia colocado o nome no cálice ou não. Nunca havia se passado em sua cabeça que ele faria Harry chorar.

- e-eu sinto muito - Harry repetiu, chorando mais ainda - por favor, me perdoe... Por favor, Senhor ... Não me devolva para os Dursleys... Eu prometo me comportar, por favor... - foi difícil entender o que Harry dizia, já que o mesmo não conseguia parar de soluçar.

Severus nunca iria devolver Harry para aqueles monstros, mas Harry não sabia disso, e achava que no momento que irritasse o professor, ele se livraria de si. Quando Snape finalmente notou o que se passava na cabeça de Harry, quase perdeu o controle de sua magia, tamanha era a raiva que sentia dos Dursleys, mas sabia que se o fizesse, só assustaria mais ainda o ser em sua frente.

Snape se levantou, deu a volta em sua mesa, e foi em direção à Harry. Ele estava apenas agindo por instinto, e seus instintos lhe diziam para abraçar a criança e fazer de tudo para lhe assegurar que nunca o devolveria, independente do que ele fizesse. Mas quando Snape se aproximou, erguendo o braço, prestes abraça-lo, Harry se assustou e se afastou, com medo. Snape não iria admitir, mas isso quebrou seu coração em milhares de pedacinhos.

os olhos de Harry se arregalaram quando ele notou o que havia feito, desviar apenas deixava as coisas piores para si.

- eu sinto muito, Senhor - Harry tentava parar de chorar, porque sabia que suas lágrimas provavelmente irritavam ainda mais o adulto em sua frente, mas parar parecia impossível - eu prometo que nunca mais irei desviar de suas punições, Senhor - disse Harry, suas palavras quase indecifráveis devido ao choro. Harry abaixou a cabeça e fechou os olhos com força, esperando ser punido, mas em vez disso, sentiu Snape o abraçar.

- eu nunca vou lhe machucar, Harry. Nunca! E também não irei lhe devolver para aqueles monstros, mesmo que você se comporte mal. eu prometo que não importa o que você faça, eu vou sempre cuidar de você e te proteger, nunca o contrário. - Severus falou, depois que Harry se acalmou e as lágrimas diminuíram. Harry abraçou Snape com mais força, e agradeceu.

depois de ter certeza de que Harry estava melhor, Snape se afastou um pouco e foi procurar algo em uma das muitas prateleiras cheias de poções, voltado para perto de Harry depois de achar o que queria. Severus deu a poção para Harry, que bebeu tudo. Era uma poção calmante.

- eu estava pensando ... - começou Snape, depois que a poção começou a fazer efeito - e  acho que é melhor que você veja um Medibruxo da mente.

- sim, Senhor- respondeu Harry, baixinho.

- eu já disse que você pode me chamar de Severus - respondeu Snape, com um sorriso brincalhão nos lábios. Harry apenas concordou com a cabeça e sorriu. Severus estava falando a verdade quando disse que não o odiava mais. 

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