The Truth

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 - ossos quebrados? - exclamou Snape. - por que você ainda não foi a enfermaria, Potter?

- eu estou bem, senhor.

- Draco, por que não o arrastou até lá?

- eu tentei!

Snape arrastou Harry até a enfermaria, enquanto o mesmo protestava. Draco foi atrás, carregando as coisas de Harry. O mesmo havia prometido explicar tudo para seu padrinho, assim que eles tivessem certeza de que Harry ficaria bem.

- Poppy? - chamou Snape, entrando na enfermaria. Madame Pomfrey apareceu logo em seguida, preocupada. Era raro ver o professor de poções na enfermaria. - o Senhor Potter está machucado.

- é apenas o segundo dia de aulas, como você conseguiu esta proeza, Senhor Potter? - mas o tom brincalhão de Madame Pomfrey sumiu assim que ela descobriu que Harry tinha três costelas quebradas. Ela lançou alguns feitiços de cura (Draco observou atentamente), e deu uma poção, com goto horrível para Harry beber. - você deve passar a noite aqui. Mas amanhã já estará melhor.

- agora vocês dois podem nos explicar o que está acontecendo? - perguntou Snape, impaciente.

Draco explicou vagamente sobre o que aconteceu, intencionalmente deixando de falar sobre o beco diagonal. Ele explicou sobre ter ajudado Harry no dia anterior, e admitiu que só não tinha falado antes por causa da promessa que fez. E contou sobre a poção que deu para Potter. Poção essa que foi o presente de aniversário que seu padrinho havia lhe dado. Ele estava guardando a poção para uma emergência.

- você deveria ter vindo direto a mim, senhor Potter. O mesmo vale para você senhor Malfoy. Mas devo confessar que você fez um bom trabalho com os feitiços de cura. - disse Madame Pomfrey, não tão brava quando gostaria de soar.

- quem lhe machucou Potter? - Snape perguntou. Mas Harry apenas negou com a cabeça. Ele não queria falar. Ele não podia falar.- me responda Potter. Ou descobrirei à força!

- Severus! - gritou Madame Pomfrey- eu não vou permitir que você machuque um estudante. Ainda mais uma criança que acabou de passar por tanta dor.

- eu não iria machucá-lo Poppy. Eu estava me referindo ao soro da verdade.

- não importa. Você não fará nada com essa criança!

Snape se deu por vencido. Ele sabia muito bem que nunca devia ficar contra Poppy Pomfrey.

- Harry, por favor, responda - pediu Draco, mas o mesmo apenas negou com a cabeça mais uma vez. - foram seus tios trouxas? - perguntou, mesmo já sabendo a resposta.

- c-como você sabe?

- seus tios fizeram isso? - perguntou Snape, recebendo um aceno de cabeça como resposta. Nunca passou pela cabeça dele que Petunia pudesse machucar o próprio sobrinho. Severus sempre achou que o "salvador do mundo bruxo" era amado (lê-se mimado). E agora se sentia culpado por ter descontado seu ódio por James na criança, e por não o ter protegido, como prometera.

- nós precisamos falar com Dumbledore- disse Madame Pomfrey, indo em direção a porta.

- não! - implorou Harry.

- Potter, se contarmos ao diretor ele irá te ajudar e você nunca mais precisará voltar para aquela casa- lhe assegurou Snape.

- e-eu já tentei contar ao diretor uma vez...  - a voz de Harry foi ficando cada vez mais baixa. Ele só queria sair correndo e se esconder.

- explique essa história direito, Potter - Harry se assustou um pouco com o tom de voz de seu professor, e se encolheu um pouco na cama. Severus não queria assustar o garoto, mas ele não conseguia entender mais nada, e estava estressado. Tanto Draco quanto Poppy olharam feio para Snape, que ignorou.

- e-eu falei com o diretor no meu primeiro ano- começou Harry, ainda com medo do professor - eu contei à ele sobre como os Dursleys me batiam quase todo dia, e como eu era forçado a dormir em um armário embaixo da escada, eu falei que eles raramente me alimentavam e que eu tinha que fazer todas as tarefas domesticas, ou eles me machucavam e me deixavam trancado no meu "quarto" por dias sem comer... Mas o diretor brigou comigo. Ele falou que eu tinha sorte de ter um teto sobre minha cabeça, e que deveria ser grato á tudo que meus tios fizeram por mim... E depois disso as coisas pioraram, quase como se eles soubessem que eu tinha dito algo... Tio Vernon falou que me mataria se eu falasse para alguém.

Harry que antes chorava baixinho, agora soluçava alto, e se encolheu mais ainda na cama. Draco o abraçou, enquanto olhava preocupado para seu padrinho, que estava tão espantado quanto ele. Snape demorou alguns segundos para processar tudo, mas todos no cômodo sentiram quando sua magia ficou descontrolada devido a raiva.

- Poppy, você consegue me dar todo o histórico medico de Potter?

- sim, claro. O que tem em mente, Severus? - Madame Pomfrey nunca havia visto o Professor de poções perder o controle de sua magia, e sabia que cabeças iriam rolar. Ela lançou um feitiço silencioso em Harry, e uma lista de todos os machucado que ele teve desde o nascimento apareceu em forma de uma pergaminho que, francamente, parecia infinito.

- eu lhe explico depois. Tenho muito há fazer- respondeu pegando o pergaminho, e indo embora da enfermaria.  

SoulmatesOnde histórias criam vida. Descubra agora