Hug

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 Harry passou a manhã procurando pelo garoto de olhos vermelhos, porque ele lhe lembrava alguém, ele só não conseguia lembrar quem. Quando a hora do almoço chegou, Harry descobriu que todos em Hogwarts já sabiam sobre Ronald e Hermione.

- Harry, nós estávamos procurando você - disseram os gêmeos Weasley ao mesmo tempo, quando viram Harry entrar no Salão Principal - é verdade?

- sim... Eu sinto muito.

- você não tem que se desculpar - disse Fred, ou talvez tenha sido George, Harry não tinha certeza.

- nós é que sentimos muito - o outro gêmeo continuou.

- Ronald irá pagar pelo que fez - disseram os dois ao mesmo tempo. Harry não precisava ser um gênio para perceber que os dois tinham um novo alvo para suas pegadinhas.

No fim do dia, Harry e Draco foram juntos para a detenção de Snape, mas encontraram a sala vazia. O professor de poções demorou quase meia hora para chegar, e quando o fez, ele estava visivelmente irritado. Snape entregou um papel para Draco, que continha o passo a passo de uma poção super complicada, e ignorou os dois até o fim da detenção.

- está tudo bem, padrinho? - perguntou Draco, quando o professor veio lhes avisar que eles podiam ir embora.

- não. Mas isso não lhe diz respeito, Draco - Malfoy não iria admitir, mas ficou levemente magoado. - você já pode ir. Potter, nós precisamos conversar.

- sim, Senhor - Harry ficou um pouco assustado, Snape estava visivelmente de mau humor, e mesmo que Harry tenha se esforçado para se comportar, sempre existia a possibilidade de ele irritar o professor sem querer. - fiz algo errado, Senhor? - perguntou, depois de alguns segundos de silencio.

- o que? Não. Pelo contrário, essa foi a primeira vez em sua vida que você realmente seguiu as instruções corretamente. Por que você achou que fez algo errado, Potter?

- o senhor está com um olhar assustador, Padrinho - disse Draco, que ainda não havia ido embora - e isso geralmente acontece quando Harry o irrita.

- eu não estou bravo com você, Potter. Para falar a verdade, eu gostaria que você se comportasse assim em todas as aulas de poções. Eu estou bravo com o ministério.

- por que? - Draco perguntou, esperando que o padrinho não o mandasse embora novamente.

- eu já fale que isso não lhe diz respeito.

- mas diz respeito ao Harry. Então eu vou descobrir de qualquer jeito.

- isso é verdade, Senhor Potter? - perguntou Snape, com um sorriso brincalhão no rosto - sua amizade com meu afilhado já chegou a esse nível?

- sim, Senhor - Harry respondeu, sem entender a reação do professor.

- tudo bem - Snape se deu por vencido - você pode ficar, Draco.

- Obrigado.

- Potter, você se lembra que pedi seu Histórico medico para Poppy, certo?

- sim, Senhor.

- eu fui até o ministério, e iniciei um processo para tirar sua guarda de seus parentes trouxas... - Snape se surpreendeu ao ser abraçado por Harry.

- obrigado, Senhor - disse ele, genuinamente feliz - eu não sei como agradecer.

- não precisa - Snape estava claramente desconfortável - como eu estava falando... - continuou ele, depois que Harry o soltou, envergonhado - eu iniciei o processo, e devido a urgência do mesmo, a audiência será em algumas semanas, mas eu também iniciei um processo contra Dumbledore. Como seu guardião mágico, ele deveria lhe proteger e lhe ensinar sobre o mundo bruxo, e esse tipo de negligência contra crianças mágicas pode resultar em sua demissão, ou anos em Azkaban. Mas ele descobriu sobre isso, e o processo foi adiado para o fim do ano.

- é por isso que você está bravo, Padrinho?

- em parte, mas o que realmente me irritou foram as mentiras que Dumbledore contou. Ele disse que Harry era bem tratado, e que seus machucados foram acidentes. Mesmo sendo obvio que era mentira, o ministério declarou que irá precisar de mais provas. Era isso que eu pretendia falar com você, Potter. Eles pediram que você fosse questionado com o uso do soro da verdade.

- mas é ilegal obrigar um menor de idade a usar o soro da verdade - falou Draco.

- sim. Por isso foi lhe oferecido uma escolha, Potter. Você pode escolher entre ser interrogado ou ter suas memórias expostas.

- minhas memórias?

- você sabe o que é uma penseira, Potter?

- não, Senhor. - Draco explicou vagamente o que era, deixando Harry mais assustado do que já estava - então, todos vão poder ver eles me machucando? - Harry estava tremendo um pouco, com medo do que poderia acontecer.

- sim.

- eu vou ser obrigado a ver também? - Harry não queria reviver tudo o que sofreu nas mãos de seus tios.

- eu não acho que seja necessário. - respondeu Snape, depois de pensar um pouco.

- e-eu acho que prefiro a segunda opção.

- tem certeza? - perguntou Draco, receoso - todos vão ver suas memórias.

- eu acho que é melhor que vejam, porque assim vão saber que é verdade. E eu realmente não quero falar sobre isso, especialmente com pessoas que não conheço. Será mais fácil esquecer se eu não for obrigado a relembrar. 

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