Capítulo 33

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A grande aeronave transportadora termina seu movimento circular e agora, com sua nova trajetória traçada, acelera suas turbinas, a fim de se afastar ao máximo de seus agressores. Infelizmente para todos os ocupantes do avião, as Unidades Táticas de Combate Avançado são tão rápidas quanto um caça. Em poucos segundos Astral Pollux já está bem posicionado atrás do cargueiro.

Como uma criança que gosta de desmembrar e torturar inseto por pura diversão, o piloto da Astral Pollux dispara um míssil em direção ao veículo transportador, mesmo sabendo que um único disparo não seria o suficiente para derrubar a aeronave.

Dentro da cabine, alarmes começam a soar.

- Um míssil disparado contra nós. Ative as contramedidas. Agora! - A ordem é prontamente atendida e o co-piloto libera os recursos defensivos.

Uma cascata de fogo é lançada da traseira do avião e acaba formando uma barreira de calor e fumaça entre o míssil e o seu alvo. O calor gerado pelas contramedidas é o suficiente para confundir a mira termográfica do projétil e fazê-lo explodir bem afastado da cauda da aeronave.

No compartimento de carga, um dos fuzileiros corre até uma caixa metálica e, após digitar o código, abre as portas do container, revelando três Unidades de Combate à bordo.

- Vocês três vistam as armaduras e derrubem aquele cara. O resto de nós dará cobertura daqui mesmo. - O soldado corre até outra caixa metálica e, com o mesmo código, abre a tampa, revelando um pesado armamento militar.

Em questão de segundos, os soldados encaixam a M-134 em seu tripé e abrem a rampa da traseira da aeronave. As três Unidades de Combate deixam o avião e partem em direção ao inimigo. Assim que elas deixam a linha de tiros livre, os soldados que ficaram no avião disparam a metralhadora giratória contra o líder daquelas Unidades. As balas rasgam o céu, deixando um rastro luminoso por onde passam.

Astral Pollux é obrigado a realizar uma manobra evasiva para evitar os tiros vindos do avião e das três Unidades da Libra.

- Seus idiotas! Estou sob fogo pesado aqui! Onde vocês estão?

- Bem atrás de você, senhor. - As Unidades de Combate que tinham ficado para combater os caças acabam de alcançar o seu líder. Três delas se engajam com as três Unidades que protegiam a aeronave, iniciando um combate aéreo.

Astral Pollux e as outras oito unidades se reagrupam e começam a atirar contra a traseira do avião transportador. Os tiros ricocheteiam no interior do C-390, mas erram os fuzileiros que operam a metralhadora.

Assustadas com os tiros recebidos, Erika e Janet aparecem no compartimento de carga e se deparam com as balas inimigas explodindo contra a fuselagem do avião, abaixando-se instintivamente.

- Mas de quem são aquelas Unidades que estão atirando na gente, Erika?

- Eu não sei! Achei que apenas a Libra possuísse Unidades!

Enquanto tentavam rastejar de volta para a frágil segurança do compartimento de passageiros, Janet cutuca Erika.

- E quanto à ele? - Seu dedo apontava para Dalmas, que permanecia imóvel sob a cama. Seu rosto era de pavor. Milagrosamente não tinha sido atingido pela primeira saraivada de tiros. Mas, sendo um alvo estático, era apenas questão de tempo até que um tiro o atingisse.

- Eu não sei, Jan. Se formos até lá poderemos ser atingidas.

- Mas, Erika! Não podemos deixá-lo ali, assim.

- Você tem razão. Vamos tirá-lo de lá.

Rastejando, as duas adentram o interior da unidade médica, que era delimitada por grossos painéis de policarbonato. Elas alcançam a maca e, se apoiando uma na outra, conseguem ficar em pé.

Armacell - Primeiro ImpactoOnde histórias criam vida. Descubra agora