Capítulo 8

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Comando de Operações e Defesa Aeroespacial (C.O.D.A.)

Tempo transcorrido após o primeiro contato: 55h

Dra. Erika Barnett, Engenheira Chefe do Setor 18 e Roger Whittaker, Diretor Geral do C.O.D.A., forçando um clima de descontração e ainda de costas para o monitor central da Sala de Comando não percebem quando o monitor principal, formado por quatro telas menores, começa a indicar uma mensagem de ALERTA. Junto da mensagem, um alerta sonoro começa a soar.

No modo de alerta, não apenas os caracteres são mostrados em vermelho no monitor central, mas também as imagens adquirem o mesmo tom em função do filtro de exposição, o que acaba elevando a tensão de todos que são permeados pela iluminação carmesim.

O Diretor Geral e a Engenheira Chefe se viram a tempo de ver a mensagem de ALERTA mudar para ATAQUE IMINENTE, pegando de surpresa todos os presentes.

Erika altera o status do sistema de rádio de mudo para normal.

- Comandante Kincaid, o que está acontecendo?

- Nosso sistema de defesa detectou alguma tentativa do inimigo de travar a sua mira sobre satélite. A sonda Andrômeda está apontando suas armas para nós.

"- Mas Andrômeda não possui sistemas de disparo. É uma nave de exploração."

- Comandante Kincaid, devemos retribuir o ataque? – A pergunta vem de um suboficial do satélite e é prontamente respondida.

- O que você acha, soldado? Destruam a nave e toda a Lua se preciso.

- Espere, Comandante Kincaid! Não atire ainda. – Whittaker berra ao microfone enquanto opera um computador auxiliar.

- O quê?! Por que não atacar?

- Veja. – Ao apertar a tecla de ENTER do seu teclado, o Diretor compartilha a imagem de um mapa mundi digital. Na imagem, uma simulação para onde o alienígena está apontando os seus sistemas. – O alvo dele não é o CICLOPE. Vocês estão apenas no caminho. Ele está mirando em algum lugar do nosso continente. Região nordeste do país.

"- Mas essa é uma área deserta. Será que nos enganamos?" Sem perder tempo, Erika pesquisa na base de dados tudo sobre a área que agora virou alvo do alienígena.

"Nada além de minas de urânio abandonadas!"

- Muito bem. Executar manobra evasiva. Tirem-nos da trajetória do disparo. - Kincaid odeia admitir, mas Whittaker estava certo.

Na superfície da Lua, a figura escarlate ainda sobre a carcaça de Andrômeda flexiona levemente seus joelhos, como se estivesse tomando impulso para saltar. Suas gigantescas ombreiras se movem e se abrem, revelando quatro propulsores de voo. Um segundo visor desce da parte superior do elmo, posicionando-se sobre o primeiro, o que lhe confere um aspecto muito mais agressivo. Nos antebraços, quadris e pernas, a armadura também se ajusta, modificando-se e revelando pequenos flaps.

- ELE VAI DECOLAR?! – Grita o comandante do Satélite.

- Senhor, nossos sensores detectaram uma alteração eletromagnética e gravitacional ao redor do alvo.

- Aquela coisa possui um campo gravitacional e eletromagnético? – Dra. Barnett se espanta com a recente informação. – Meus Deus! Com o quê estamos lidando?

Finalmente a criatura decola, deixando um rastro de fumaça branca para trás. Uma nuvem de poeira se forma ao redor da carcaça da sonda, que por causa da potência dos propulsores é jogada alguns metros para trás.

Com seu alvo localizado e travado, o explorador espacial percorre milhares de metros por segundo, impulsionado por seus poderosos propulsores. O alien passa muito próximo do satélite, mas não parece esboçar nenhum interesse no gigante orbital.

- Maldição, Kincaid! – A voz é do Secretário Rohns. Essa é a primeira vez que alguém o ouve gritar tomado por suas emoções. – Destrua essa coisa antes que ela alcance nossa atmosfera!

- Artilheiro, dispare à vontade! – Essa era uma ordem que o comandante esperava nunca ser dada.

Abaixo da ponte de comando do satélite é onde ficam alocados o Artilheiro e seu Municiador, os oficiais responsáveis por operar as armas do satélite.

- Sim, senhor! – Vanessa Norrington, a Artilheira da tripulação, é quem confirma o recebimento da ordem – Leon, confirme velocidade e distância do alvo!

- Velocidade de 28 km/s, distância de 160 km. – Leon olha para sua oficial. – Nossos mísseis podem alcançá-lo.

- Perfeito. Um Baltazar será o suficiente para derrubá-lo.

Baltazar, o míssil que fora projetado para ser instalado especialmente no satélite, até então só fora disparado uma única vez, para destruir um asteroide que entrou em rota de colisão com a Terra. O foguete possui o poder de destruição uma bomba nuclear.

Ao acionar os sistemas de mísseis, automaticamente um display auxiliar corre da lateral do encosto de cabeça da cadeira de Vanessa e se posiciona na altura de seus olhos. Com a mão ela o puxa até uma distância confortável.

- Baltazar. Alvo localizado e travado. – Leon acena para sua oficial.

A Artilheira segura o fôlego e pressiona o gatilho.

- Fogo!

Imediatamente o míssil projetado para uso tanto na atmosfera quanto no vácuo é lançado. Ele parte de seu alojamento na fuselagem do satélite inicialmente em uma trajetória retilínea, mas conforme se aproximam do alvo, seu sistema de guiagem atua corrigindo sua rota e deixando um rastro de fumaça aparentemente desordenado por onde o míssil viaja.

Exatos 6 segundos se passam entre o disparo balístico e o contato com o alvo. Com uma precisão eletrônica, o Baltazar acerta o invasor em cheio. A explosão ilumina todo o quadrante em um show de cores similar a uma aurora boreal.

-Relatório de danos.

- O míssil acertou o alvo, comandante. Porém não foi o suficiente para destruí-lo. Ele continua avançando em direção a Terra, mas o impacto da explosão alterou drasticamente sua rota.

- Atire de novo! – Ordena Kincaid.

- Não! – A instrução é do próprio Secretário de Defesa. – Seus mísseis não vão destruir o que quer que seja aquilo. É feito de temblórium. Precisamos atacá-lo de mais perto.

- Coordenadas atualizadas, senhor. Quem fala é a operadora do C.O.D.A. – Se ele mantiver essa trajetória o inimigo vai se chocar com o oceano, a 200 km da costa filipina.

- Enviem um alerta à Marinha e à Aeronáutica dasFilipinas! E emita um comunicado para Libra. Nosso planeta está sendo invadido!

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