Capítulo 19

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Oceano Pacífico

Tempo transcorrido após o primeiro contato: 60 dias.

- Lá estão eles! – Um dos mercenários à bordo do cargueiro aponta em direção ao horizonte, com um par de binóculos sobre os olhos.

- Apache 1 para AES REGULUS, avistamos o alvo. Vou me aproximar para disparar o tiro de aviso.

- Positivo, Apache 1. Prossiga.

O helicóptero abandona sua posição na formação e passa a voar mais próximo das águas, para dificultar os disparos da artilharia antiaérea. Quando próximo o suficiente, a aeronave sobe e dispara uma rajada de metralhadora que passa muito próxima da Ponte de Comando. Colunas de água levantam atrás do Saint Paul, conforme as balas vão atingindo o mar.

- É, eles não estão para brincadeiras. – Ironiza Dalmas, dentro do passadiço.

- Atenção S.S. Saint Paul, aqui é o porta aviões AES REGULUS, da Frota de Libra. Vocês estão presos, sob a acusação de invadirem e sequestrarem uma embarcação protegida pelo Tratado de Livre Navegação. Todos os envolvidos no sequestro desse navio deverão e irão se apresentar desarmados, no convés principal, deitados com o rosto para baixo. Esse é o nosso único aviso.

- James, desligue esse rádio. Já temos a sua atenção. Não precisamos ficar ouvindo suas baboseiras. – A ordem é prontamente atendida.

Na Torre de Comando do porta aviões, o clima é de apreensão.

- Almirante, eles não respondem.

Após uma pausa, seguida de um longo suspiro, Turner dá a ordem. – Prossigam com a operação.

A ordem é dada e recebida através do rádio.

Rapidamente a formação das três aeronaves restantes é desfeita. Os dois helicópteros de assalto Apache aceleram, tomando a frente no ataque. Logo, ambos estão posicionados a bombordo e estibordo do navio, disparando uma saraivada de tiros, mirando nos piratas que correm desordenadamente pelo deck principal. As balas faíscam e ricocheteiam no metal do navio, mas poucas acertam seus alvos. Aqueles que têm o azar de serem atingidos são destroçados pelos projéteis incandescentes cuspidos pelas metralhadoras de 30 mm.

Samir Akran, que estava dentro da Ponte, sai pela porta com um lançador de foguetes no ombro. Alguns segundos após fazer mira, ele dispara contra um dos Apaches.

No interior da cabine da aeronave, alarmes começam a soar, dando ao piloto pouquíssimos segundos para agir.

- Apache 1 para REGULUS, eles estão contra atacando. Um míssil foi disparado em minha direção. Liberando contramedidas de segurança. - O piloto puxa seu manche todo para si, fazendo com que a aeronave execute uma manobra evasiva ascendente. Conforme se afasta da embarcação o helicóptero dispara algumas flares em seu rastro, para confundir e atrair o míssil teleguiado por calor, com sucesso. O projétil acaba se afastando do helicóptero, atraído pelas contra medidas e cai no oceano, sem explodir.

Dentro das aeronaves de transporte, os fuzileiros recebem o sinal de um dos tripulantes para se prepararem. Uma luz vermelha passa a iluminar o interior dos compartimentos, indicando que a zona de desembarque está próxima.

Dalmas, ao perceber que seu capanga errou o tiro, deixa a proteção do passadiço e arranca o lançador de foguetes do ombro de Akran.

- Se você quer que alguma coisa seja bem feita, faça você mesmo. - Ao apanhar a arma, o somali toca o anel de temblórium em seu dedo. A mesma massa tecno orgânica que havia incorporado o metal da base de um guindaste, no ataque do alienígena à Atlantis, se espalha por todo o braço direito do africano e envolve a arma em seu ombro. Em poucos instantes, todo o lançador de foguete é recoberto por uma camada do metal espacial com uma textura orgânica e luzes alaranjadas. A aparência e poder de fogo, agora são os de uma arma alienígena.

Armacell - Primeiro ImpactoOnde histórias criam vida. Descubra agora