Ecos de Amor - Livro 1

Capítulo 1

Angelique

—Chris! — chamei meu irmão que estava na sala.

—Oi! Tudo bem?! — como sempre, veio correndo e preocupado.

—Tudo. Eu queria cantar pra você.

—Desiste Angie, sua voz é péssima.

—As vezes você me humilha. — rimos.

—Canta então.

—Como poder recuperar tu amor, como sacar la tristeza, de mí corazón... Mi mundo solo gira por tiii... — tinha que cantar RBD, é minha banda favorita desde pequena.

—Para. Chega. Não consigo ouvir mais nenhum segundo.

—Ué, então paga uma aula de canto pra mim.

—Está louca? Deve ser um rim.

—Vende o seu rim então!

—Não.

—Não é você que diz que faz de tudo por mim?

—Ah, mas chegar a vender um rim, aí já é demais né?

—É...

—Agora, para de falar e vai se arrumar, faltam quinze minutos pra aula começar. — ele saiu do quarto.

Ah, não vejo a hora! Último ano na escola, últimas provas, últimas atividades! Escola é um lugar tóxico, não posso deixar de ressaltar isso. É terrível ter que aguentar certas pessoas. Minha sorte é ter Dulce ao meu lado, ela é minha melhor amiga desde muito pequena, se não fosse pelos pais dela, hoje em dia eu e Christopher estaríamos na rua.
Pulei da cama, já tinha tomado banho e secado o cabelo. Tirei o roupão e coloquei uma calça jeans e uma blusa azul — a blusa da escola — sempre uso ela no primeiro dia, nos outros uso qualquer, e a diretora songa-monga, que não ouse reclamar.
Uma vez ameacei ela de sair da escola, e ela sabe que perde muito se eu sair de lá, sou uma das melhores alunas.
Escovei meus dentes, fiz um rabo de cavalo no cabelo, passei um gloss, peguei minha mochila.

—Chris, eu já vou. Até depois.

—Até. — ele disse terminando de tomar o café.

Meu irmão também já iria sair para trabalhar.
Cheguei na esquina e esperei Dulce, como sempre.

—Oi!

—Oi Dul, vamos logo, estamos atrasadas!

—Nem acredito que é o primeiro dia do último ano!

—Nem eu. Como seu pai diz, estudar é a única coisa que fazemos, mas, como eu sempre digo, não é fácil.

—Queria colocá-lo em nosso lugar. Ele não ia saber nem por onde começar.

—Exatamente. As vezes os adultos não nos entendem.

—Ah Angie, tenho que te contar uma coisa.

—Sou toda ouvidos.