Ecos de Amor - Livro 1

Capítulo 14

Corri igual doida no corredor, encontrei a Dulce.

—E aí?

—Mulher! Nossa...

Contei tudo a ela, e quando eu terminei, o sinal tocou.

—Então ele foi casado?

—Sim! Fiquei triste. Como uma mulher pôde deixar um cara gato daqueles?

—Sei lá.

—Vamos logo pra sala. Quero ver como ele vai estar.

Entramos na sala um minuto atrasadas. Todos estavam sentados e o professor imediatamente nos olhou.

—Perdão professor. Dulce estava me ajudando com uma coisa.

—Tudo bem. Entrem.

Entramos e fomos para nossos lugares. Eu sabia que ele ia pensar que Dulce estava me "acalmando" depois das lágrimas de colírio.
Ele começou a aula e no final, deu cinco minutinhos pra gente conversar com os colegas. Ele entende que ficar quarenta e cinco minutos sem falar com os amiguinhos, dói muito.
Mauro veio até mim e chegou sentando na mesma cadeira que eu. Levantei o olhar e vi que o professor estava olhando com muita atenção. Voltei meu olhar para Mauro.

—E aí?

—O quê?

—Já escolheu as músicas pra festa? Preciso de todas.

—Ah, já sim. Olha, a maioria é de RBD, mas também tem outras animadas.

—Tem lentas? Pra dançar com você, óbvio...

—E quem vai cuidar das músicas quando estivermos dançando?

—Ah sei lá. Dou meu jeito.

—Tá bom então. E sim, tem lentas.

—Ótimo.

Peguei a lista de músicas que estava a dois dias na minha mochila e entreguei para ele.

—Aqui está.

—Sim senhorita! — ele me deu um beijo no rosto e saiu.

—Angie! Meu Deus! — Dul disse baixinho perto do meu ouvido.

—Que foi?

—Quando o Mauro te beijou, o professor fez uma cara horrível!

—É sério?

—Sim! Ele deve estar pensando que ele é o garoto de quem você falou.

—Provavelmente. Mas deveria ter ficado feliz por mim, e não feito cara feia.

“Tem caroço nesse angú.”

Depois que todos saíram da sala, eu e Dulce estávamos terminando de guardar os materiais na mochila, e...

—Angelique.

—Sim?

—É ele? O Mauro?

—É... É.

—Deve ter ficado feliz pelo acontecido.

—Com certeza.

—Vamos Angie, a aula de filosofia já vai começar! — Dulce me puxou pelo braço.

—Vamos!

Dulce Maria sabia como me salvar nesses momentos.
Será que o professor acreditou? Acho que sim.