Gizelly já tinha pensando em várias possibilidades de reencontro com Marcela. Agora ela estava ali, na sua frente e não sabia em como reagir. Pensou em abraça-la e dizer o quanto tinha sentido sua falta, mas logo descartou essa hipótese. Se fizesse isso em um local público seria um prato cheio para os fofoqueiros de plantão. Pensou em abrir um imenso sorriso ao ver aquela figura loira aparecendo na cena do crime com suas roupas chiques, seus saltos, sua maleta e aquele singelo sorriso, mas também desistiu dessa hipótese.
Não poderia parecer feliz, tinha que lembrar que foi abandonada. Podia dar um gelo em Marcela para ela aprender que o que ela fez não se faz, independente das circunstâncias, que tudo poderia de resolver com uma boa conversa, mas também não achou uma ótima saída. Quando se deu conta, estava sem reação diante de Marcela e se odiou por isso. Ela, que sempre tinha que estar em alerta, não sabia como agir. Marcela não podia tirar seu poder de reação.
- Ma-Marcela? – Ignorando o clima áspero entre as duas, Rafaela se aproximou. Sorriu para a loira. – Que bom te ver amiga, eu achei que você apenas voltaria semana que vem... – Olhou de cima abaixo. – Você está ótima...
- E você não era gaga? – Gizelly cobrou Rafaela inconformada. – A minha causa da morte, cadê? Ou as minhas duas legistas resolveram tirar o dia de descanso para combinar os planos das próximas férias na casa de praia de Fernando de Noronha?
- Na-Na ver-dade a casa da minha família é em Angra. – Rafaela esclareceu. – Em Fernando de Noronha fica a nossa pousada...
- Uma pousada maravilhosa, diga-se de passagem... – Marcela comentou saudosa. – Aquela paisagem linda, o café da manhã formidável... Os passeios...
- Já entendi, doutora... – Gizelly finalmente dirigiu a palavra a Marcela. – Já estou anunciando um dos meus rins e parte do meu fígado para passar minhas próximas férias lá... – A Rafaela. – Podemos voltar ao caso? Tem a minha causa da morte?
- Vo-cê nnão morreu, detetive Bicalho, é im-possivel que eu tenha uma causa da morte sua... – Rafaela gracejou provocando uma gostosa risada em Marcela. Gizelly fechou o cenho. – Foi uma pi-pi-piada...
- Se não trabalhar direito, daqui a pouco vão ter que chamar o Ibama para descobrir a causa da morte de uma girafa. – Gizelly rosnou, Rafaela engoliu e seco. – Volte ao caso.
- Cla-Claro... E-Eu ainda tenho dados im-precisos sobre a ca-ca-causa da morte. – Rafaela disse. – Preciso que o corpo esteja no laboratório. Pos-so pedir a remoção?
- Acho que é a solução, já que não podemos trazer o laboratório até aqui... – Gizelly comentou com um sorriso amarelo. – O Babu vai te ajudar a cuidar disso...
Rafaela fez um gesto afirmativo, rapidamente despediu-se de Marcela e Gizelly e seguiu seu caminho atrás de Babu deixando as duas a sós.
- Gizelly, como tem passado? – Marcela questionou.
- Poderia estar melhor... – Gizelly respondeu friamente enquanto fazia anotações.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Perícia do Amor - Gicela
RandomGizelly Bicalho, 27 anos, é uma competente e mal humorada investigadora que trabalha na divisão de Homicídios da Polícia Civil de São Paulo. Sua única família é sua irmã caçula, Manoela. Gizelly e sua equipe estão sendo pressionados pelo governo e i...