Décimo nono capítulo

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Com vocês, vinho no tapete patrocinado pela família Gavassi Gonzalez


Mari caminhava pela rua segurando as guias de Dua e Taylor, as duas cadelas vira-latas que ela e Manu criavam em seu apartamento. Além das cachorras trazia Tintim, que estava sentado em seus ombros, e um saco de ração médio. Tintim, físicamente, era Manoela todinha e também havia puxado a mãe na percipicácia. Do alto de seus quatro anos, ele já compreendia que sua família era diferente e estava doidinho para entender porque ele tinha duas mães enquanto a maioria das crianças tinha uma só.



Manu e Mari sempre respondiam, quando perguntadas, que Tintim entenderia no momento certo. Esperto, Tintim resolveu recorrer a pessoa que considerava uma das mais inteligentes do mundo, sua tia Titchela. Do alto de seus quatro anos, Tintim julgava que a tia era uma espécie de super heroína. Se ela era capaz de prender bandidos, descobrir porque sua família era diferente seria fácil. Estava doido para falar com a tia e Gizelly estava sumida há dias. Quando viu Gizelly na porta de seu prédio, Tintim não pensou duas vezes em pedir que a mãe o colocasse no chão e correu para junto da tia que o acolheu em um abraço. Mari teve até que apertar o passo junto de Dua e Taylor para acompanhar o ritmo do filho.


- Que bom que você veio, tia Titchela! Eu estava com saudade!

- Eu também, meu principezinho! - Mari se aproximou um tanto ofegante. - E aí, Mari? Tá forte, hein? Pra aguentar esse saco e mais esse carinha folgado. - Gizelly comentou apertando as bochechas do sobrinho.

- A gente foi trocar a água e comida dos cachorros da rua. - Mari explicou. - Como você tá, Gi? E o caso do Prior?

- Complicado ainda, mas tá desenrolando... - Os três entraram no prédio pela entrada de serviço por conta das cachorras. Tintim voltou a pedir olo para Mari, fato que não passou despercebido a Gizelly. - Nossa, mas que grude nessa tua mãe, carinha! Vou ficar com ciúme.

- Imagina, ele pediu por você a semana toda. Disse que precisa conversar com você.


Os três entraram no elevador.


- Mari, se eu tivesse quatro anos e a minha mãe pilotasse um helicóptero e me levasse pra dar comida para os cachorros de rua, ela também seria minha pessoa preferida do mundo todo... – Disse deixando Mari sem graça. Gizelly deu uma piscadinha cumplice para o sobrinho. – Eu me conformo com terceiro lugar... Mas então, Tintim, você queria falar o que comigo?

- É... Papo reto de tia pra sobrinho! – Sussurrou. – Segredo! Quando você me por pra dormir, eu conto!

- Então eu vou ficar até você dormir, folgado?

- Do jeito que a Manu tá atacada pra te encontrar, capaz de ela não te deixar sair daqui até amanhã. – Mari alertou divertida. – Te prepara para o interrogatório! 


Quando Mari citou interrogatório, não exagerou. Passado os beijos de cumprimento, Manu logo tratou de despachar Valentim para o banho. Logo que o menino saiu, Manu lançou um olhar para Mari que logo entendeu a mensagem de sua mulher.


- Eu vou lá na cozinha, gratinar a lasanha.

- Quer que eu vá, amor? – Manu se ofereceu.

- Não, você já fez o resto do jantar... Deixa que eu vou... Só falta isso, né?


Perícia do Amor - GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora