Era manhã de sábado e eu estava fazendo o café. Incomumente eu havia acordado bem cedo, quase junto com o nascer do sol, sem nem esperar pelo tocar do despertador. Sentia-me muito cansada, provavelmente por causa do que aconteceu na madrugada, mas sem nenhuma vontade de permanecer deitada na cama. Eu também tinha mandado mensagem para Alex assim que acordei, porém ele não tinha me respondido (deduzi que deveria estar dormindo).
Já tive pesadelos de inúmeros jeitos, contudo aquele foi diferente. Questionei-me por horas se aquilo era de fato um sonho, que aconteceu em minha mente, ou algo real que eu presenciei ainda desperta, com meus próprios olhos.
Ao terminar de jogar a água quente no coador, pousei a chaleira na bancada de mármore. O delicioso aroma do café misturou-se com o cheiro do bolo de chocolate que eu havia colocado no forno (enchia-me de felicidade poder cozinhar, principalmente, os meus pratos favoritos). Em seguida fui até a pequena louça que já estava na pia e comecei a lavá-la.
Repentinamente meu celular vibrou do bolso da minha calça. Apenas depois de secar as mãos no avental que o peguei.
Mensagem de texto (Alex ^-^)
--------------------x-------------------Bom dia >
< Bom dia
< Conseguiu dormir?
Não muito >
De alguma forma aquilo me desgastou muito >
< Aquilo...aconteceu mesmo?
Eu não sei. Ainda estou tentando entender se foi real ou não >
O que você acha? >
< Também não sei
< Mas vamos focar no que devemos fazer
< Sendo real ou não, a dor daquele cara era de verdade
< Ele precisava de ajuda
Você tem razão >
E com certeza ele não é o último >
< Você acha que isso pode ser coisa dele?
Não duvido de nada >
--------------------x--------------------
No momento que ouvi alguém descendo as escadas, guardei o aparelho e voltei a cuidar da louça suja.
Contudo os passos pararam de repente.
- Pai? É o senhor?
Ninguém respondeu. Posteriormente fechei a torneira.
- Mãe?
Lentamente fui até as escadas. Um incômodo silêncio reinou na casa naquela hora.
Uma criatura negra e corcunda estava escrevendo algo na parede. Conforme fazia as linhas para formar as letras, ela subia alguns degraus e depois descia, com total concentração no que fazia.
Eu fiquei parada, vendo aquilo acontecer diante dos meus olhos, sem saber como reagir.
Utilizando o torto dedo indicador, a sombra construía as palavras com cuidado e precisão, usando uma espécie de poeira negra que soltava de seu corpo.
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Conexão Sombria
HorrorSamantha Stanford é uma garota de 17 anos que estuda no colégio South Hill e, assim como outras meninas, ela possui sonhos e desejos a serem realizados. Porém Samantha não é uma garota qualquer. Ela tem a capacidade de enxergar a realidade inversa...