Meu nome é Taylor

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O céu estava nublado naquela enevoada noite enquanto o ar se encontrava gélido e úmido, criando uma densa neblina que se espalhava em todos os cantos, não permitindo que houvesse um único espaço vazio existente.

Virando-se para o outro lado, a sonolenta garota ainda permaneceu adormecida, mesmo estando deitada sobre o chão frio de pedra da velha ponte. Em sua mente, nada mais vagava livremente além de seus recorrentes pesadelos (o que justamente a faziam revirar-se tanto na cama em suas madrugadas conturbadas).

Porém, não muito longe dali, havia um jovem de cabelos negros que caminhava cautelosamente por entre o bosque mais conhecido da cidade. Muito bem acordado e com a atenção redobrada, Alex andava tentando não causar nenhum ruído. Ele sabia o que estava por vir e se via receoso por ainda não ter encontrado sua amiga e muito menos o próximo soturno que enfrentariam. A criatura já poderia estar se preparando, naquele exato instante, para atacar Samantha (não dava para saber o que realmente estava acontecendo a não ser criar hipóteses), o que o deixava mais nervoso e agitado.

Após passar por cima de um tronco caído, o adolescente notou que estava se aproximando de um lago relativamente grande, com alguns aguapés, já com flores à mostra, preenchendo as proximidades da margem.

E do outro lado, tinha um ser alto e completamente negro, estático, encarando o jovem.

Sem medo, Alex devolveu o olhar, também sem mover-se. Em seguida a criatura virou-se e caminhou em direção às árvores que estavam atrás de si. Ela desapareceu junto com a escuridão em um estalo de dedos, impedindo que o garoto a alcançasse mais.

Suspirando de raiva, o rapaz olhou o seu redor. Estava novamente no meio da floresta e ele sabia que a sombra apareceria cedo ou tarde, seja em sua frente ou na frente da garota.

Portanto ele tinha que se apressar.

***

Quando Samantha se sentou, uma sensação incômoda brotou dentro de si, fazendo-a manter a atenção no seu contorno. Posteriormente ela ficou de pé, mesmo sentindo um pouco de tontura, e tratou de analisar o local ao qual se encontrava.

O ambiente era familiar. Aquelas redondezas foram palco de algumas de suas memórias de infância, além de ter sido, de acordo com ela, um dos lugares mais tranquilos para ler. Todavia o bosque encontrava-se vazio naquele instante. E a floresta estava tão imersa na neblina que as árvores pareciam estar sendo devoradas enquanto o gramado quase sumia de vista.

Depois de chegar ao final da ponte, a jovem viu um vulto passar pela pequena estrada de cascalho que estava em sua frente. A súbita aparição fez com que ela recuasse alguns passos. A morena sabia que poderia ser o soturno que tinham de enfrentar.

Receosa por estar sozinha, e completamente desarmada, a adolescente resolveu ir na direção contrária (até o outro lado da ponte). Porém, ao virar-se, encontrou-se, a poucos centímetros de si, com um monstro alto e negro, que vestia uma túnica preta que lhe cobria o corpo todo.

Assustada, Samantha quase caiu no momento que se afastou rapidamente; a criatura não tirava os olhos avermelhados da garota.

Sem muitas opções, a pequena correu para longe da aberração, sem olhar por um segundo para trás. Sua respiração estava ficando acelerada ao mesmo tempo que a neblina passou a se tornar mais densa, dificultando sua situação. Em seguida ela entrou em um caminho estreito e sinuoso por entre as árvores, tomando cuidado para não ser pega de surpresa pelos galhos nus e mais baixos.

No instante que alcançou a saída da tortuosa trilha, a jovem parou subitamente, tentando recuperar o fôlego. Contudo um barulho de folhas secas sendo pisoteadas a fizeram dar um pulo para trás.

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