[CONCLUÍDA]
Duas vidas, dois destinos, uma escolha.
Ela foi aos céus e ao inferno com ele. Ele encontrou nela algo por lutar.
Katherine, uma adolescente tímida recém chegada à cidade, e Pablo, um garoto de caráter duvidoso e envolvido com o tráfico...
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Apesar de não ter me beijado e nem tocado mais no assunto, Pablo não se afastou. Nos encontrávamos no bosque toda semana para cheirar e passei a dominar o uso do canudinho, motivo de comemoração minha e de zuação dele, óbvio.
Em uma dessas conversas, acabamos chegando ao assunto sexo e ele rapidamente mudou o tom de voz. Ficou sério, com a testa franzida. Insisti para que me contasse o que tinha acontecido, até que descobri: ele achava que eu havia perdido minha virgindade com Edu naquela festa. Depois de muito sacrifício, consegui convencê-lo que era mentira.
Soube por Maite, em uma conversa que não foi proposital, que ela estava de rolo com um dos amigos dele. Dei gritinhos internos de felicidade por ela ter desistido de tentar algo com Pablo e acho que acabei verbalizando alguns também, pois Maite me olhava rindo.
- Relaxa, já saquei qual é a sua! – preferi me fazer de desentendida.
Como ela estava com Pedro (o tal amigo), aquela foi minha deixa para sairmos juntas com a galera do Pablo. Nos afastamos um pouco dos meninos da escola e íamos à pagodes e festas com eles, pelo bairro onde moravam.
Meus pais já haviam voltado a confiar em mim o bastante para me deixarem dormir aos fins de semana na casa da Mai. Como o pai dela trabalhava embarcado, quase não ficava em casa, e sua mãe era legal o bastante para nos deixar sair e contar uma mentirinha ou outra para meus pais sobre a hora em que chegávamos. Mas é claro que ela não sabia para onde realmente estávamos indo.
- Aproveitem essa fase enquanto podem, meninas! – ela dizia sempre que saíamos.
No colégio, as fofocas sobre o nosso "trio" se espalhou... agora da mesma forma que Pablo era o bad boy por andar com aqueles caras meio mal encarados, eu e Maite passamos a ser vistas da mesma forma. Até Edu havia parado com as cantadas baratas, uma boa coisa afinal!
O sinal indicando o fim do recreio havia acabado de tocar e andei pelos corredores para chegar em minha sala até que senti uma mão se fechando ao redor do meu antebraço.
- Espera, quero falar com você!
Respirei fundo antes de me virar, mal acreditando na voz.
- Angel? Tá tudo bem? – indaguei desconfiada.
- Comigo sim, só espero que contigo também.
- Como assim?
- Olha, não é porque nos afastamos que deixei de me preocupar com você... não só eu como todos nós. E é inevitável ouvir o que se passa pela "rádio corredor", todo mundo já tá sacando você e o Pablo.
- Eu e quem? – dei um gritinho histérico.
- Fala sério, Kat... vocês só vivem grudados e Maite é como se fosse um apêndice do casal!
