• 17 ~ Não vou te pressionar

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Meu pai havia resolvido me suspender do castigo depois de um mês sendo constantemente controlada por ele e minha mãe

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Meu pai havia resolvido me suspender do castigo depois de um mês sendo constantemente controlada por ele e minha mãe. Depois de ouvir outro sermão daqueles e ter prometido não mentir mais, ganhei minha carta de alforria.

Era sábado, meu primeiro dia de liberdade! Liguei para o pessoal contando a novidade e marcamos de ir ao shopping para comemorar. Era estranho ouvir Diana falando que sentia falta do Edu, mas para não magoá-la, preferi não contar nada sobre as investidas dele. Eu mudei rapidamente de assunto e ela me chamou de insensível.

- Kat, quando você vai resolver abrir o verbo com a fura olho da Maite e dizer que você tá afim do Pablo, hein? - disparou Angel.

Estávamos sentados na praça de alimentação, logo depois de lancharmos. Todos olhavam pra mim como em um interrogatório e pude sentir minhas bochechas corarem.

- Eu não tô afim dele!

- Ah tá bom, eu que estou! - Angel ironizou e Lucas a fuzilou com o olhar. - Só estou brincando, amor!

- Sério amiga, você pode conseguir enganar a Maite, mas nós te conhecemos há anos! Está na sua testa que você tá afim, só não assume!

- Ele é um grosso, fala sério! É bonito? Ok! Tem um corpo sarado? Ok! É popular e divertido? Ok! Mas do que adianta se tem um ego do tamanho do mundo? E não tem o mínimo de limites?

O interrogatório continuou mais um pouco até que me irritei e mudei de assunto. Odiava me sentir coagida, pressionada. Eles sabiam disso... Diana mais do que ninguém! Ela se divertia com meu nervosismo, mas ia ter volta! Ah, se ia!

Propus irmos até a livraria do shopping, meu lugar favorito, onde eu entrava no meu próprio mundo literário. Nunca passava menos que uma hora dentro de uma livraria, meu vício era ler.

Por sorte eu não seria o assunto da vez, pois meus amigos dividiam dessa paixão comigo. Ao chegarmos, começamos a discutir sobre os best-sellers que já tínhamos lido, dividir impressões, recomendar títulos, e assim o assunto "Pablo" foi esquecido.

No fim, ficamos só eu e Diana sentadas no café da livraria enquanto folheávamos dois lançamentos da nossa autora favorita. Eu sabia que ela me olhava por cima das páginas, e sabia também o que pensava. Era a hora do temido assunto voltar à tona.

- Não vou te pressionar, não precisa ficar tensa.

- Eu não estou tensa.

- Só está com o corpo todo travado por uma incrível coincidência, né?

- Esse assunto só me irrita, se eu digo que não estou afim dele, é porque não estou e pronto!

- Ok, ok... eu não ia falar sobre isso mesmo. - Ótimo, ela ainda tinha amor à vida, pelo visto!

Por Trás dos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora